Escritor humanista francês, nascido em Chinon, Touraine. Foi o autor de Gargântua e Pantagruel, na verdade um conjunto de quatro obras publicadas sucessivamente e posteriormente reunidas. Exemplo do caráter renascentista, foi um grande precursor na literatura universal, em que influenciou escritores de diferentes gerações futuras como o francês Honoré de Balzac e o irlandês James Joyce.

Nascido de uma família abastada, Rabelais entra para a vida eclesiástica ao ingressar em um convento franciscano. Ali entra em contato com a cultura clássica, realizando estudo de Grego. Mais tarde, obtém permissão do Papa para sua transferência à Ordem Beneditina, afastando-se da vida monacal em 1527 e tornando-se padre secular.

Em 1530 ingressou no curso de Medicina da Faculdade de Montpellier, afastando-se desta no mesmo ano. Escreveu tratados de Medicina na língua latina, publicando inclusive uma versão dos Aforismas de Hipócrates. Já exercia a literatura e dava forma inicial ao seu estilo através da publicação de livrinhos populares.

O conjunto de obras que compõem Gargântua e Pantagruel foi baseado em estórias populares de grande sucesso na França de sua época, agora vertidas por Rabelais em uma construção literária de maior alcance e refinamento estético. Pantagruel, posteriormente a segunda parte do conjunto das obras quando reunidas em volume único, foi a primeira parte levada ao público, em 1533.

Em seguida, vieram Gargântua, de 1535, Tiers Livre de Pantagruel, de 1546, e finalmente Quart Livre, de 1552. Em sua obra, Rabelais retrata o pensamento filosófico e político de sua época, sob o estilo da literatura fantástica e através de sua visão satírica. Trata-se de uma obra que narra as aventuras dos gigantes Pantagruel, cuja força e gulodice são descomunais, e seu pai Gargântua, que na lenda popular tratava-se de um demônio que, ao jogar sal na garganta dos bebedores, fazia-os beber cada vez mais.

Apresentando uma narrativa cercada de anedotas obscenas e teores pedagógicos segundo o espírito enciclopédico do período, Rabelais inicialmente enfrentou problemas, sendo que seus dois primeiros livros foram condenados pela Sorbonne. Sua obra, não constituindo um todo por motivos das próprias interrupções na composição entre uma parte e outra, formam um dos mais importantes retratos da vida renascentista.

Veja o Renascimento francês
François Rabelais (Escritor da França)(wiki)

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