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Zenão de Eléia (Teve seu apogeu cerca de 464/41 a.C.)

Filósofo pré-socrático. Participou da vida política de sua cidade natal, conspirando contra o tirano Nearcos. Descoberta a conspiração, Zenão foi preso e torturado; recusando-se a entregar seus companheiros, perdeu a vida.

Integrando a denominada escola eleática (ver Eleatas), Zenão foi discípulo de Parmênides (ver). Seu pensamento procura defender as idéias centrais do mestre, acerca da unidade imóvel do Ser como princípio gerador (arché) da totalidade dos entes (phýsis). Contra os opositores de Parmênides (apontados por alguns autores como sendo os pitagóricos), que tentavam combater sua tese ao provar a existência do movimento e da multiplicidade, Zenão cria um método próprio de refutação.

Este consiste em aceitar, de início, as proposições que afirmam o múltiplo e o movimento, para fazer derivar, como conseqüência, todas as contradições que tais proposições contém em seu cerne. Segundo consta, Zenão teria elaborado quarenta deduções contra a pluralidade.Tal procedimento, posteriormente chamado de redução ao absurdo, faz com que Aristóteles (384-322 a.C.) considere Zenão o fundador da dialética (ver).

De sua obra, restam alguns fragmentos, conservados até nossos dias sob forma de citação ou comentário (doxografia) em escritos posteriores.

Alguns famosos argumentos de Zenão são dirigidos contra o lugar -- compreendido como somatório de pontos; contra o tempo -- interpretado como sucessão de instantes; e contra o movimento, pensado como deslocamento em uma sucessão espaço-temporal.

Argumento do Estádio: Zenão afirma ser impossível a um corpo chegar a algum lugar, uma vez que deve, antes, chegar até a metade do caminho, depois até a metade da metade, e assim ao infinito.

Argumento chamado Aquiles e a tartaruga: em uma corrida, o corredor mais rápido - Aquiles - jamais alcançará o mais lento - a tartaruga - se esse sair na frente, pois aquele deverá, primeiro, sempre chegar ao ponto onde o corredor mais lento se encontrava, já tendo este sempre se deslocado para outro ponto mais adiante.

Argumento da seta voadora: Se um objeto está em repouso quando ocupa um lugar igual às suas próprias dimensões, uma seta lançada no ar está em repouso, pois a cada instante ocupa um lugar igual às suas próprias dimensões.

Argumento do lugar próprio ao movimento: O móvel nem no lugar em que está se move, nem naquele em que não está. Onde o móvel se move? Pois, se ele se move no lugar em que está, permanece no mesmo lugar - logo, não se move. E, ao contrário: como algo poderia mover-se no lugar em que não está?

Argumento acerca do lugar: se tudo que existe está em um lugar, em que lugar está o próprio lugar? Se há um “lugar do lugar”, logo, em que lugar ele se encontra?

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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •