Academia (Séc IV a.C. - séc VI d.C.)
Escola filosófica fundada por Platão, em Atenas. Recebeu este nome por estar situada nos jardins de um ginásio consagrado a Hecademos, herói ateniense. Funcionava simultaneamente como um local de culto à musas e de investigações no campo da filosofia, da matemática, da música e da astronomia. Desempenhou um papel pedagógico fundamental, uma vez que foi cenário de importantes lições e diálogos. Platão, com a criação da Academia, foi o primeiro “chefe” de uma instituição de ensino, onde a investigação filosófica se encontrava viva, em permanente discussão e reformulação. Em seu pórtico havia uma inscrição: Aqui não entre quem não souber geometria. Este lema deixa transparecer a influência que o pensamento de Pitágoras exerceu na filosofia platônica, uma vez que aquele foi o primeiro a compreender o número como fundamento, origem (arché), da realidade.
Embora tenha persistido durante vários séculos, a Academia sofreu sucessivos afastamentos e aproximações da teoria platônica. O próprio sucessor de Platão, seu sobrinho Espeusipo, abandonou a teoria das Idéias. Podemos dividir, cronologicamente, a Academia em três períodos: Academia antiga, Academia média e nova Academia. Os principais representantes da Academia Antiga são, além de Platão, Espeusipo, Xenócrates e Heráclides. Da Academia média, o mais conhecido representante é Arcesilau. Os mais conhecidos nomes da Academia nova são, por sua vez, Carnéades e Clitômaco
A Academia foi fechada, no ano 529 da Era Cristã, por decreto do imperador romano Justiniano (Império Bizantino). Contudo, por esta época, o pensamento de Platão já se havia disseminado pelo Ocidente, não se encontrando circunscrito às doutrinas dos acadêmicos.