Os Descobrimentos Marítimos
As Causas
Os descobrimentos Portugueses
As navegações espanholas
As navegações inglesas
- João Caboto, italiano a serviço da Inglaterra, o descobridor da América do Norte. Chegou à Terra Nova, à Nova Escócia e península do Labrador;
- Walter Raleigh, protegido da rainha Isabel. Tentou fundar uma colônia na América do Norte, sem sucesso;
- Francis Drake, corsário famoso, fez a segunda viagem de circunavegação. Foi armado cavaleiro a bordo de seu navio pela rainha;
- Martin Frobisher, explorou a Groelândia;
- James Cook, deu três voltas ao redor da Terra. Morreu flechado pelos nativos no Havaí.
As navegações francesas
As navegações holandesas
As conseqüências dos descobrimentos:
- O desenvolvimento das relações comerciais entre o Ocidente e o Oriente. Permitiu uma organização mais ampla e mais científica das transações mercantis, pelo uso mais freqüente das letras de câmbio, das operações bancárias, dos transportes marítimos, das comissões.
- O afluxo de produtos coloniais na Europa. Os gêneros coloniais apareceram nos mercados europeus em grandes quantidades e a baixo preço. A indústria passou a ter novas matérias-primas e novos mercados consumidores.
- O afluxo de metais preciosos. Grande quantidade de outro prata foi retirada das colônias da América e remetida à Europa.
- O deslocamento do centro comercial do Mediterrâneo para o Atlântico. Provocou a decadência da hegemonia das cidades italianas.
- O restabelecimento da escravidão. Primeiro a indígena depois a negra.
No século XV, os portugueses, depois os espanhóis, empreenderam grandes expedições na esperança de atingir por mar as regiões do Oriente: Índia, Insulíndia, China e Japão, em busca de riquezas. Seguindo o exemplo dos ibéricos, outras potências, principalmente a Inglaterra, França e Holanda, que tinham portos no Atlântico, realizaram, nos dois séculos seguintes, explorações marítimas. A Espanha iniciou as suas viagens a partir de 1942 por estar em luta contra os mouros. As demais nações começaram mais tarde devido aos conflitos europeus. Os principais fatores que contribuíram para as grandes viagens oceânicas foram:
A procura do caminho marítimo para as Índias.
Estavam interessados em encontrar os locais de onde vinham as especiarias e os produtos exóticos que os comerciantes venezianos adquiriam dos comerciantes árabes nos portos de Alexandria e Beirute e revendiam na Europa. Procuravam também encontrar minas de ouro no Oriente, o Lendário reino de Prestes João e as ricas terras descritas por Marco Pólo, que passou alguns anos na corte do rei Kublai Khan, na China;
O fortalecimento do poder real.
O aparecimento do Estado Nacional forte possibilitava aos monarcas maior poder e maior soma de recursos, colocados a serviço de empreendimentos nacionais. Os lucros obtidos permitiam formar seus exércitos e consolidar o seu poder;
A ascensão da burguesia.
Os burgueses, constituídos por industriais, armadores, e comerciantes, sonhavam em chegar às fontes de produção de especiarias e outros ricos produtos, aumentando o seu poderio econômico e firmando cada vez mais a sua ascensão social;
A expansão muçulmana no Oriente
Os muçulmanos dominavam as rotas comerciais que conduziam ao Oriente Asiático. Eram intermediários entre os asiáticos e os europeus. Tornaram-se ricos, graças aos pesados tributos que cobravam sobre as mercadorias que passavam por suas terras. Quando Constantinopla caiu em poder dos turcos otomanos, a situação piorou. Passaram a exercer absoluto monopólio do comércio de especiarias entre o Ocidente e o Oriente;
A mística religiosa.
Desenvolvida pelas ordens religiosas, desejavam levar a fé cristã aos povos do Oriente;
Os aperfeiçoamentos técnicos e científicos
Com a invenção da caravela, puderam singrar o Atlântico. Empregavam os portulanos, cartas marítimas que indicavam os diferentes portos. A bússola permitiu as viagens a longas distâncias por mares até então desconhecidos. A utilização do papel de trapos possibilitou a difusão de livros, relatos e tratados sobre viagens oceânicas.
As causas da primazia de Portugal foram entre outras, a neutralidade de Portugal nos conflitos europeus, o poder monárquico centralizado, posição geográfica privilegiada, desenvolvimento da indústria naval, iniciada por D. Dinis, e fundação da Escola de Sagres, pelo infante D. Henrique, o Navegador, principal promotor dos descobrimentos marítimos, que atraiu para Sagres os cosmógrafos mais notáveis da época.
A conquista de Ceuta(1415)
Ceuta, cidade marítima da Mauritânia, no Estreito de Gibraltar, grande empório comercial, dominada pelos muçulmanos, caiu em poder dos portugueses, iniciando-se assim o chamado "ciclo oriental dos descobrimentos".
As primeiras descobertas
No século XV, os portugueses descobriram, no Atlântico, as ilhas da Madeira, Cabo Verde, Açores, Porto Santo, e exploraram as costas africana.
O contorno do Cabo da Boa Esperança (1488)
O mais decisivo dos passos para o descobrimento do caminho marítimo par as Índias foi o contorno do Cabo da Boa Esperança, realizado por Bartolomeu Dias, enviado por D. João II, para continuar as explorações do litoral africano. Por causa das tempestades, recebeu o nome de Cabo das Tormentas. O rei, via esperança de chegar às Índias, mudou o nome do promontório para Cabo da Boa Esperança.
A descoberta do caminho marítimo para as Índias (1498)
Vasco da Gama, comandando uma pequena esquadra de quatro navios, organizada por D. Manuel, o Venturoso, deixou Portugal para tentar a continuação da viagem de Bartolomeu Dias. Dobrou o Cabo da Boa Esperança, explorou a Costa do Natal, aportou em Moçambique e Mombaça, na África, e entrou em Melinde, onde recebeu pilotos que o guiaram até Calicute, na Índia. Estava descoberto o caminho marítimo para as Índias. Vasco da Gama fez mais duas viagens à Índia. Em 1502, estabeleceu o domínio português na costa africana oriental.
O descobrimento do Brasil (1500)
Com o objetivo de estabelecer condições favoráveis ao comércio, fundar feitorias e pregar a religião em Calicute, na Índia, saiu de Portugal uma poderosa esquadra composta de treze navios, levando a bordo 1500 homens, entre os quais estavam Bartolomeu Dias, Mestre João, Pêro Vaz de Caminha, Gaspar de Lemos e outros, sob o comando de Pedro Álvares Cabral. No dia 22 de abril de 1500, Cabral avistou um monte "mui alto e mui redondo" que se chamou Monte Pascoal. Estava descoberto o Brasil.
O estabelecimento do Império Colonial no Oriente
Os portugueses, continuando as suas explorações pelo Oriente, chegaram à antiga Indochina, às ilhas da Malásia e entraram em contato com a China e o Japão. Estabeleceram um Império Colonial no Oriente. D. Francisco de Almeida, o primeiro vice-rei, levantou fortalezas em Cananor e Cochim e tirou aos muçulmanos o domínio do Oceano Índico. A consolidação do Império foi obra de Afonso de Albuquerque, segundo vice-rei, que conquistou Ormuz, Goa e Málaca, grandes empórios comerciais. Albuquerque imortalizou o seu nome na Índia. Este período de colonização no Oriente reflete-se no cognome dos reis portugueses: "Senhores do Comércio da Índia e da Etiópia".
O descobrimento da América (1492)
Cristóvão Colombo, genovês a serviço da Espanha, saiu do porto de Palos, no dia 3 de agosto de 1492, com três pequenos navios: Santa Maria, Pinta e Niña, rumo ao Ocidente. No dia 12 de outubro do mesmo ano chegou à ilha Guanaani. Estava descoberta a América. Visitou, na primeira viagem, Cuba e Haiti e regressou à Espanha. Fez Colombo mais três viagens à América. Na segunda descobriu as ilhas: Dominica, Marigalante e Guadalupe. Na terceira, descobriu Trinidad e voltou à Europa preso por Bobadilha. Na quarta, descobriu a Martinica. Morreu pobre e esquecido em Valladolid em 1506. O nome América liga-se a Américo Vespúcio por um equívoco histórico.
A primeira viagem de circunavegação (1519 a 1522)
Fernão de Magalhães, português a serviço da Espanha, realizou a primeira viagem ao redor da Terra. Morreu na Filipinas, com uma flechada, num conflito entre nativos. A viagem foi terminada por Sebastião del Cano.
As viagens menores
Depois da descoberta da América, intensificaram-se as viagens marítimas dos espanhóis. Vasco Nunes de Balboa, em 1513, descobriu o Mar do Sul, chamado mais tarde Pacífico. Ponce de León chegou à Florida. Hernando de Souto, ao Mississípi. Alonso de Hojeda, Vicente Pinzón e Diego de Lepe estiveram no Brasil, antes de Cabral, mas não tomaram posse da terra.
A formação do Império Colonial espanhol na América
Depois das descobertas, passaram os espanhóis à conquista. Fernão Cortês, aventureiro conquistou o México em 1519, e Francisco Pizarro, o Peru em 1532.
O domínio que exerciam os portugueses e espanhóis sobre as rotas oceânicas que conduziam à Índia pelo Sul da África e da América, levou os ingleses a procurar uma passagem para o Oriente pelo Noroeste. Brístol o centro de irradiação das expedições inglesas. Os notáveis navegadores que tentaram encontrar um caminho para as terras das especiarias foram:
Os franceses exploraram a América do Norte, a África e a Índia. Jacques Cartier explorou o Rio São Lourenço, no Canadá; Verrazano, italiano a serviço da França, chegou à Terra Nova.
A Holanda, que sucedeu aso portugueses e espanhóis no poderio marítimo, iniciou tardiamente as suas explorações, por ser dominada pela poderosa Espanha. Após a sua emancipação, organizou companhias de comércio, com capital judeu, e explorou as terras denominadas Nova Holanda, hoje Austrália, e o arquipélago malaio. Em 1624, uma esquadra holandesa, da Companhia das Índias Ocidentais, invadiu a Bahia e, em 1630, outra expedição chegou a Pernambuco, onde dominou por 24 anos.