Linguística
A Linguística foi uma das principais ciências que contribuiu para o enriquecimento teórico da Antropologia, principalmente para o Estruturalismo - estendendo-se evidentemente para a Etnologia, - pois foi a ciência que praticamente introduziu as categorias analíticas de pesquisa antropológica.
Em quase todos os grandes pensadores da história, sempre houve a reflexão sobre a linguagem, principalmente sobre a língua falada e a língua escrita. Os Gregos da Antiguidade já sabiam do grande poder que a linguagem tinha, e a usavam e manipulavam-na com grande eloquência e sabedoria.
Podemos dizer que Aristóteles foi um dos primeiros filósofos a estudá-la à parte, estabelecendo-lhe categorias até hoje aceitas pelos estudiosos da linguagem, como os estudos de Retórica e Oratória.
Mas para chegarmos à Linguística demorou muitos séculos, e antes dela haviam ainda aqueles que já a pensavam de certa forma, embora sem esse conceito científico que aparecerá somente depois do início do século XX: a Filologia.
Esta buscava (e ainda busca) nas palavras seu sentido primeiro, sua origem, e as transformações que lhe ocorreram através da História.
A Linguística, enfim, realmente surge a partir de Ferdinand Saussure, no fim da primeira década do nosso século, especificamente em 1916 com a edição da obra Cours de Linguistique Genéral, ou Curso de Linguística Geral, publicado postumamente pelos alunos de Saussure.
Sua obra causou grande impacto mundial, mudando as linhas de pensamentos de muitos estudiosos da linguagem, que viram em Saussure novas respostas para velhos problemas da linguagem. Os novos estudos da Linguística suscitaram o aparecimento de novas linhas filosóficas como, por exemplo, no surgimento do Formalismo Russo, corrente que traria após algumas décadas grande influência nos estudos linguísticos.
E é exatamente após algumas décadas de debates, discussões e muitas teses, lá pelos anos 60, que a linguística ganhará novo impulso teórico, com intelectuais do porte de Romam Jackobson, Émile Benveniste, Mickhail Backthim, Noam Chomsky, entre outros; portanto, desde esse momento, a Linguística consagrar-se-ia e ganharia mais destaque dentro das ciências humanas.
Lévi-Strauss alertava com veemência a necessidade da Linguística trabalhar em conjunto com a Antropologia, pois esta, ao estudar os costumes, o modo de organização das sociedades, necessitava do conhecimento linguístico para complementar e poder compreender melhor as formas de interações entre os indivíduos, seus rituais, enfim, os códigos que as diversas sociedades usavam para se comunicar e, a partir daí, estabelecer as relações entre aquilo que pensavam e o que faziam, para demonstrar o que pensavam.
Por outro lado a linguística ganharia mais conhecimento sobre as sociedades, suas línguas e principalmente as transformações que ocorreram nestas, tentando de fato entender em que medida as transformações sociais ocorriam concomitantemente com as transformações da linguagem.
Os estudos linguísticos atualmente são muito importantes para qualquer pessoa, leigos ou não, pois certamente contribui para um melhor entendimento sobre as formas de comunicações e sobre nós mesmos, na medida que avançamos cada vez mais rumo a novos meios de comunicarmos uns com os outros.