História da Literatura
- Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418)
- Humanismo (Portugal:1418-1527)
- Fernão Lopes
- Gil Vicente (1465?-1536?)
- Classicismo (Portugal:1527-1580)
- Bernardim Ribeiro
- Sá de Miranda
- Antônio Ferreira
- Luís Vaz de Camões (1525?-1580)
- Literatura de Informação sobre o Brasil e Literatura dos Jesuítas (Brasil:1500-1601)
- Barroco
- Barroco em Portugal (1580-1756)
- Pe. Antônio Vieira
- D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666)
- Pe. Manuel Bernardes (1644-1710)
- Francisco Rodrigues Lobo (1580?-1622)
- Antônio José da Silva - O Judeu (1705-1739)
- Sóror Mariana Alcoforado (1640-1723)
- Frei Luís de Souza (1555-1723)
- Barroco no Brasil (1601-1768)
- Bento Teixeira Pinto (c.1565-1600)
- Manoel Botelho de Oliveira (1636-1711)
- Frei Manuel de Santa Maria Itaparica (1704-?)
- Pe. Antônio Vieira
- Gregório de Matos (1623-1696)
- Sebastião da Rocha Pita (1660-1738)
- Arcadismo
- Arcadismo em Portugal (1756-1825)
- Domingos Caldas Barbosa (1738-1800)
- Pe. Francisco Manuel do Nascimento
- Bocage (1765-1805)
- Arcadismo no Brasil (1768-1836)
- Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
- Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810?)
- Silva Alvarenga (1749-1814)
- Basílio da Gama (1741-1795)
- Santa Rita Durão (1722-1784)
- Romantismo
- O Romantismo em Portugal (1825-1865)
- Almeida Garret (1799-1854)
- Alexandre Herculano (1810-1877)
- Antônio Feliciano de Castilho (1800-1875)
- Soares de Passos (1826-1860)
- Camilo Castelo Branco (1825-1890)
- João de Deus (1830-1896)
- Júlio Dinis (1839-1871)
- O Romantismo no Brasil (1836-1881)
- Gonçalves de Magalhães (1811-1882)
- Gonçalves Dias (1823-1864)
- Álvares de Azevedo (1831-1852)
- Junqueira Freire (1832-1855)
- Casimiro de Abreu (1839-1860)
- Fagundes Varela (1841-1875)
- Castro Alves (1847-1871)
- Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade) (1833-1902)
- Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
- Manuel Antônio de Almeida(1831-1861)
- José de Alencar (1829-1877)
- Luís Gama (1830-1882)
- Bernardo Guimarães (1825-1884)
- Visconde de Taunay (1843-1899)
- Franklin Távora (1842-1888)
- Martins Pena
- O Romantismo na Alemanha
- O Romantismo na Inglaterra
- O Romantismo na França
- O Romantismo na Itália
- O Romantismo na Rússia
- O Romantismo nos Estados Unidos
- Realismo Naturalismo
- O Realismo Naturalismo em Portugal (1865-1890)
- O Realismo Naturalismo no Brasil (1881-1893)
- O Realismo na França
- O Realismo nos Estados Unidos
- O Realismo na Rússia
- O Realismo na Irlanda
- O Realismo na Noruega
- O Realismo na História
- O Parnasianismo
- Simbolismo
- O Simbolismo em Portugal (1890-1915)
- O Simbolismo no Brasil (1893-1902)
- O Simbolismo na França
- O Simbolismo na Itália
- Modernismo
- Modernismo em Portugal - 1ª fase (Orphismo)
- Autores do Orphismo
- Modernismo em Portugal - 2ª fase (Presencismo)
- Modernismo no Brasil - 1ª Fase - Semana de Arte Moderna -
- Antecedentes
- Características
- A Semana de Arte Moderna
- Panorama da época
- Autores por data de estréia e Obras representativas
- Autores da Primeira Fase Modernista
- Modernismo no Brasil - 2ª Fase (1930-1945)
- Pós-Modernismo em Portugal: (Neo-realismo e tendências contemporâneas)
- Antônio Alves Redol
- Manuel da Fonseca
- Carlos de Oliveira
- José Cardoso Pires
- Augusto Abelaira
- Virgílio Ferreira
- José Gomes Ferreira
- Pós-Modernismo no Brasil
- Principais Escritores outros países (século XX)
- Progresso Artístico
- Progresso Científico
- Progresso da Filosofia
Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418)
Humanismo (Portugal:1418-1527)
Classicismo (Portugal:1527-1580)
- Poesia
- épica : Luiz Vaz de Camões - Os Lusíadas;
- lírica: Camões, Bernardim Ribeiro e Sá de Miranda.
- Prosa
- ficção: Novelas de Cavalaria, Novelas Sentimentais;
- não-ficção: Historiografia, Prosa doutrinária.
- Teatro
- Comédia: Sá de Miranda e Antônio Ferreira;
- Tragédia: Antônio Ferreira: Tragédia de D. Inês de Castro .
Literatura de Informação sobre o Brasil e Literatura dos Jesuítas (Brasil:1500-1601)
Barroco
Barroco em Portugal (1580-1756)
- Pe. Antônio Vieira(1608-1697)
- Obras de profecia: História do Futuro, Esperanças de Portugal
- Oratória: Sermões (15 volumes) os mais famosos são:
- Sermão da Sexagésima (tem por assunto a arte de pregar)
- Sermão pelo bom sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda (contra a invasão holandesa no Brasil, em 1640)
- Sermão de Santo Antônio, também conhecido como Sermão aos Peixes (aborda a questão do indígena escravizado)
- D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666)
- Poesia: Obras Métricas
- Prosa: Cartas de caráter moralista e doutrinário, como Cartas Familiares e Carta de Guia de Casados
- Teatro: Auto do Fidalgo Aprendiz (comédia)
- Pe. Manuel Bernardes (1644-1710)
- Francisco Rodrigues Lobo (1580?-1622)
- Poesia: Églogas, O Pastor Peregrino
- Prosa: Corte na Aldeia
- Antônio José da Silva - O Judeu
- Sóror Mariana Alcoforado (1640-1723)
- Frei Luís de Souza (1555-1723)
Barroco no Brasil (1601-1768)
- Bento Teixeira Pinto(c.1565-1600)
- Manoel Botelho de Oliveira (1636-1711)
- Frei Manuel de Santa Maria Itaparica(1704-?)
- Pe. Antônio Vieira
- Gregório de Matos (1623-1696) (*??? 1636/1695) (1636/1695)
- Sebastião da Rocha Pita (1660-1738)
Arcadismo
- A Europa do século XVIII se caracterizava por profundas mudanças:
Intenso progresso científico:
Conseqüências:
- Arcadismo: derivado de Arcádia, região mitológica da Grécia, que simbolizava o ideal de vida, onde pastores, chefiados pelo deus Pan, se dedicava ao pastoreio e à poesia.
- Neoclassicismo: (neo = novo), pois o movimento propunha, basicamente, a imitação dos clássicos, que voltando à Antigüidade greco-romana, quer imitando escritores quinhentistas da Renascença, considerados fonte de equilíbrio e sobriedade.
Arcadismo em Portugal (1756-1825)
- Na Poesia, gênero mais cultivado da época, destacam-se:
- Domingos Caldas Barbosa (1738-1800), fundador da academia chamada Nova Árcadia, em 19710.
- Pe. Francisco Manuel do Nascimento, conhecido pelo pseudônimo árcade de Filinto Elísio.
- Bocage (Manuel Maria Barbosa du Bocage) (1765-1805)
- A Prosa apresenta obras ligadas à história, à filosofia, à ciência e à pedagogia, produção essa que fica fora das convenções árcades.
- Teatro compreende a tradução a adaptação dos clássicos franceses e a produção nacional.
Arcadismo no Brasil (1768-1836)
No ano de 1768 houve a publicação das Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa.
Em 1836, a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, que marca o início do Romantismo.
O século XVIII no Brasil é considerado como o século do ouro, graças à intensificação da extração mineral e à descoberta do diamante. O eixo econômico do país desloca-se:
para Minas: centro da extração do minério;
para o Rio: porto de escoamento e a nova capital do país desde 1763.
Com a finalidade de contrabalançar o déficit comercial, Portugal explorava ao máximo sua colônia americana.
Consequentemente, os impostos sobre os minérios aumentavam cada vez mais, dando origem a uma grande insatisfação geral.
Acrescente-se a esse fato as influências das idéias libertárias européias trazidas pelos estudantes brasileiros recém chegados da Europa e a Independência das colônias inglesas da América do Norte em 1776.
Esse descontentamento geral vai aumentando até culminar na Inconfidência Mineira, preparada por pequeno grupo de letrados, muitos deles ex-estudantes da Universidade de Coimbra.
Esse grupo de oposição política também participava da produção científica, histórica e literária da época.
Pela primeira vez na sociedade brasileira pode-se falar numa relação organizada e sistemática, ainda que insipiente, entre escritor e público.
A preocupação com a realidade com a realidade brasileira e a produção cultura sistematizada, fazem surgir traços que identificam uma literatura que começa a se afastar dos modelos portugueses. Essa busca de identidade para a literatura nacional se manifesta através:
- do aproveitamento do indígena não mais como curiosidade, como acontecia na literatura informativa, mas como herói. Essa tendência representa a versão brasileira da apologia do homem natural, bom selvagem, proposta no Arcadismo europeu. Expressa-se principalmente na poesia épica.
- da incorporação da paisagem brasileira à descrição, expressa na poesia lírica e épica.
- da visão da situação política do brasil, expressa principalmente na poesia satírica.
Podemos, por isso, afirmar que o século XVIII no Brasil é marcado pelo desabrochar do sentimento nativista.
A produção literária do Arcadismo brasileiro, que tem a poesia como principal forma de expressão, permite a seguinte divisão:
- Cláudio Manuel da Costa - Poesia lírica e épica (1729-1789)
- Tomás Antônio Gonzaga - Poesia lírica e satírica(1744-1810?)
- Silva Alvarenga - Poesia lírica (1749-1814)
- Basílio da Gama - Poesia épica (1741-1795)
- Santa Rita Durão (Frei José de Santa Rita Durão) - Poesia épica (1722-1784)
Romantismo
O século que se seguia à Revolução Francesa foi um período de mudanças rápidas e profundas. Em confronto com ele, a vida na épocas precedentes parece quase estacionária. Jamais, em tão breve espaço de tempo, houve alterações tão radicais nos modos de vida ou uma subversão de tradições veneráveis, em tão larga escala.
Uma avalancha de inventos novos acelerou o ritmo da vida a um ponto que ultrapassava os mais ousados sonhos de Leonardo da Vinci ou de Newton. Quando a Revolução Francesa terminou, a Europa contava com 180 milhões de habitantes.
Em 1914, essa população atingira o total quase incrível de 460 milhões.. Nunca se tinha verificado, em épocas anteriores, algo semelhante a tal acréscimo, em pouco mais de um século. Em conseqüência dessa e de outras mudanças, a vida do homem moderno assumiu um grau de complexidade e variedade até então desconhecido.
Os novos ideais sociais e políticos multiplicaram-se, em desconcertante confusão. Foi uma época de alterações contínuas de tendências em conflitos e de agudas divergências sobre os problemas sociais.
Assim o historiador Edward Burns sintetiza o caráter da nova época em que surgiu o estilo denominado Romantismo.
A origem do romantismo prende-se ao progresso político, econômico e social da burguesia. Após a Revolução Francesa (1789), o Absolutismo entra em crise, dando lugar ao liberalismo, doutrina fundamentada na crença da capacidade individual do homem.
A Revolução Francesa, juntamente com a Revolução Industrial inglesa, gerou processos que vão estender-se a todas as dimensões da cultura. Contrariamente ao que se propunha o Classicismo e o Neoclassicismo, o Romantismo fundamenta-se na total liberdade de criação, não obedecendo a modelos preestabelecidos. Isso significa, portanto, uma ruptura dos padrões aceitos até então.
Victor Hugo escritor francês do século XIX, pregava:
"Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo esse velho reboco que marcara a fachada da arte!
Nada de regras nem de modelos"!
Fica mais ou menos evidente que o Romantismo, enquanto movimento cultural amplo, representa uma oposição ao pensamento iluminista.
Vale salientar a diferença entre romantismo (estado de espírito) e Romantismo (estilo de época), enquanto estado de alma, o romantismo encontra-se espalhado por toda a literatura - com maior ou menor intensidade - nas mais variadas épocas. Portanto este estado designa um modo de sensibilidade, não submetido a datas. Trata-se de uma categoria psicológica.
Já o Romantismo enquanto movimento artístico compreende a tendência geral da vida e da arte que predominou na primeira metade do século XIX, na Europa. Esse foi o período em que aquele estado de alma se expressou de maneira mais nítida nas artes, isto é, tornou-se um estilo de época. Por isso o termo Romantismo designa um movimento artístico determinado no tempo. Trata-se de uma categoria histórica.
Na pintura a liberdade de criação desencadeia um emocionalismo tempestuoso.
Na arquitetura a influência do romantismo não se fez sentir com muita intensidade, o que se observa é uma mistura de vários estilos que vão do gótico medieval ao barroco.
A música do período também é uma reação à rigidez do Classicismo, passando agora a ser encarada como expressão dos estados de alma, sentimentos e paixões humanas. Portanto, é uma expressão também de caráter individualista. Os dois maiores músicos do Romantismo foram Schubert e Beethoven.
Como nas demais artes, as características do Romantismo literário decorrem de uma visão de mundo centrada no indivíduo. Essa subjetividade traduz-se em:
- Liberdade de criação Sabemos que o artista recria a realidade. No Classicismo, essa recriação do mundo obedecia sobretudo ao desejo de expressar aquilo que era geral e universal. Para tanto, a norma era imitar a arte greco-romana, uma vez que a arte da Antigüidade era considerada universal.
- Sentimentalismo O romântico analisa a expressa a realidade por meio do sentimento. Isso eqüivale a dizer que a razão fica em segundo plano. O sentimento é considerado como o grande valor da vida, pois os românticos acreditam que só através dele se consegue traduzir o verdadeiro interior do indivíduo. Por isso, a medida do mundo é dada pelo sentimento individual.
- Insaciedade O individualismo romântico considera que o espírito humano busca sempre a perfeição, a totalidade, o absoluto, o infinito. No entanto, pela sua própria condição, o homem é incapaz de atingir o absoluto. Essa incapacidade gera insatisfação, amargura e até um sentimento obsessivo pela morte, encarada como única saída para a finitude do mundo.
- Mal do século Na ânsia de plenitude, da impossível totalidade, o romântico sente-se desajustado no seu meio, tido por ele como insatisfatório. O homem de sua época é visto como um ser fragmentado, uma peça na engrenagem social. Dessa análise da realidade decorre o sentimento de perda da individualidade.
- Evasão processa-se em três níveis: no tempo, no espaço e na morte.
- Heróis Grandiosos Na ânsia de glória, de infinitude, o herói criado elo escritor romântico não se contenta com o mundo em que vive. Por isso, ele o desafia, numa atitude rebelde. Essa rebeldia se volta contra o destino e até mesmo contra Deus. Assim, o destino do herói romântico é feito de revolta e solidão, pois ele não se julga semelhante aos outros homens.
- Senso de mistério
Na compreensão do mundo, o romântico pouco utiliza a razão. Por isso, mergulha no seu inconsciente, onde tudo é caótico, misterioso e extraordinário. O escritor romântico está aberto para o sobrenatural e o fantástico.
- Super valorização do amor
O amor é considerado como valor supremo na vida do romântico. A perda do amor leva-o a três atitudes básicas: morte, loucura ou suicídio.
No Romantismo, essa recriação da realidade não obedecia mais a esquemas preestabelecidos, como ocorria no Classicismo e Arcadismo. Não se aceita mais as fontes grega e latina como modelos de criação. O romântico se expressa através de uma atitude pessoal e única.
Uma conseqüência dessa postura diante da arte é a nova feição da poesia, que não segue mais os modelos clássicos, mas assume a estrutura ditada pelo eu do poeta.
Tal desajustamento conduz ao mal do século, definido como a aflição e a dor decorrentes da falta de sintonia com o mundo. É um estado de espírito que leva o romântico à busca da solidão, ao gosto pela melancolia e pelo sofrimento. Como saída para esse desequilíbrio o romântico desenvolve mecanismos de evasão, de fuga da realidade.
A evasão no tempo leva o romântico ao passado histórico ou individual em busca de situações consideradas ideais principalmente pelo que representam de estabilidade. No passado histórico ele vai redescobrir a Idade Média, que lhe parece uma época de grande estabilidade política e social. Além disso, a Idade Média apresentava elementos pitorescos, misteriosos e lendários. Alguns tipos medievais (como o cavaleiro das Cruzadas) reaparecem como personagens que simbolizam tal época.
É na Idade Média que o romântico encontra a origem de cada nação, a matriz cultural de cada povo. A cultura medieval foi considerada como expressão típica de cada nação, expressão que tinha ficado imune à unificação imposta pelos modelos racionalistas do Classicismo. Isso significa que o romântico sai em busca da personalidade cultural de cada povo, à procura dos traços individuais e intransferíveis que distinguem uma nação de outra.
Essa recriação da atmosfera medieval leva ao estudo e à valorização das tradições populares de cada país e a temática histórica para a fornecer elementos para muitos dramas romances da época.
Todo esse processo pode ser resumido numa expressão: busca das raízes da nacionalidade, que conduz ao nacionalismo - outra característica do Romantismo. Nesse mesmo processo recupera-se a religiosidade medieval, considerada como importante fator de unidade daquela época.
De volta ao passado histórico resultam as seguintes características da literatura do Romantismo:
- recuperação da cultura medieval(no Romantismo europeu);
- reaparecimento de tipos medievais;
- exaltação da nacionalidade;
- religiosidade.
No plano individual, o romântico volta á infância, que é vista e valorizada como um período de estabilidade emocional, um período seguro. Essa revalorização da infância articula-se, num contexto mais amplo, com a idéia do bom selvagem, posta em discussão pelo filósofo francês Rousseau, segundo a qual a sociedade atua como fator de corrupção da perfeição inata do homem. Por isso, a criança e o selvagem são vistos como modelos de inocência e pureza.
A evasão no espaço leva o romântico a procurar paisagens novas, estranhas e primitivas. Por esse motivo, o Oriente, exótico em paisagens, tradições e costumes, acabou representando uma fonte de atração constante para os românticos.
Outro espaço em que o romântico se refugia é a Natureza, vista como lugar ainda não corrompido pela sociedade.
A evasão na morte é vista como a solução definitiva para o mal do século.
Do mecanismo de evasão decorriam ainda:
- a valorização do sonho e da loucura;
- a valorização do místico e do sobrenatural.
Essa visão de heroísmo explica alguns traços comuns nos escritores românticos:
- a exaltação de personagens históricas que foram incompreendidas em sua época;
o culto a Napoleão exemplifica essa tendência;
- o fascínio por lendas e histórias de poetas que tiveram destino trágico e infeliz;
a vida de Camões, por exemplo, constitui-se no assunto do poema que introduziu o Romantismo em Portugal.
- O Romantismo em Portugal (1825-1865)
Portugal não se isola dos outros países europeus no que diz respeito às transformações sócio-político-ecônomicas que se seguiram à Revolução Francesa. Merecem destaque na vida portuguesa os seguintes acontecimentos:
- a ascensão da burguesia;
- a substituição da monarquia absolutista pelo liberalismo;
- a vinda da família real para o Brasil;
- a Independência do Brasil;
- a Constituição de 1822, de caráter liberal.
Neste contexto têm lugar as primeiras manifestações românticas em Portugal.
Didaticamente, assinala-se o início do Romantismo português pela publicação, em 1825, do poema Camões, escrito por Almeida Garrett.
Camões, poeta desterrado que morreu na miséria, perseguido pela sociedade, aproxima-se do modelo de herói romântico. Por isso, a história de sua vida inspirou, na mesma época, além do poema de Garrett, uma composição musical e um quadro.
O Romantismo português termina em 1865, com a Questão Coimbra, que inaugura o Realismo-Naturalismo naquele país.
Panorama do Romantismo em Portugal
Segundo o professor Massaud Moisés, o Romantismo português se desenvolveu em três momentos:
-
Primeiro momento - Escritores ainda com características neoclássicas
- Almeida Garret (1799-1854)
- Alexandre Herculano (1810-1877)
- Antônio Feliciano de Castilho (1800-1875)
Segundo momento - Autores plenamente românticos
- Soares de Passos (1826-1860)
Obra: Poesias (1855)
- Camilo Castelo Branco (1825-1890)
Obra: Amor de Perdição (1862), Amor de Salvação (1864), A Doida do Candal (1867)
Terceiro momento - Escritores de um romantismo mais comedido
- João de Deus (1830-1896)
Obra: Campo de Flores (1893)
- Júlio Dinis (1839-1871)
Obra: As Pupilas do Sr. Reitor (1867), A Morgadinha dos Canaviais (1868), Uma Família Inglesas (1868)
Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871)
- O Romantismo no Brasil (1836-1881)
O País assiste, no início do século XIX, ao fato que vai desencadear sua independência política e social:
a vinda da família real para o Brasil.
Logo após a chegada da corte de D. João VI ao Rio de Janeiro, tem lugar uma série de transformações sociais e econômicas que visavam a possibilitar o funcionamento da administração do governo. Eis algumas das medidas adotadas:
- abertura dos portos;
- fundação do Banco do Brasil;
- criação dos tribunais das Finanças e da Justiça;
- permissão para o livre exercício de toda espécie de indústria;
- implantação da imprensa;
- fundação da Academia Militar e da Academia de Cirurgia;
- inauguração da Biblioteca Real, contendo 60.000 volumes;
- criação do curso de Direito.
A vinda da família real cria uma nova metrópole: o Rio de Janeiro.
A independência econômica do País está enraizada em algumas dessas medidas. Aos poucos, o sentimento anticolonialista do povo brasileiro começa a se fazer perceber, gerando também nossa independência política(1822)
Na pintura ocorre o registro da passagem, das personalidades e dos fatos históricos brasileiros, e essa nova temática de fundo nacionalista foi causada pela independência política(1822). São dessa época as obras de Pedro Américo, Debret e Vítor Meireles.
O mesmo nacionalismo que se observa na pintura, marcado pela glorificação da terra, da Natureza e da pátria, levou muitos compositores a escrever canções, hinos, modinhas e óperas incorporando elementos do folclore brasileiro. O objetivo comum é o de unir todo o povo em torno do novo sistema inaugurado a partir da Independência.
Merecem destaque, nesse sentido as obras de Carlos Gomes, Brasílio Itiberê, Alexandre Levy e Alberto Nepomuceno.
No continente americano, a aparição do Romantismo é tardia, por causa da dependência cultural em relação à Europa. No Brasil, o período romântico tem que ser compreendido paralelamente ao processo de independência política.
É fundamental levar em conta dois fatores:
a - desejo consciente de enfatizar o nacionalismo, o orgulho patriótico.
b - desejo consciente de exprimir, no plano literário, a independência, ou seja, de criar uma literatura independente da portuguesa.
O Romantismo brasileiro repete muitas características do Romantismo europeu, uma vez que quase todos os nossos escritores da época se formaram na Europa. No entanto, os românticos brasileiros tinham, consciência de seu papel na criação de uma literatura que traduzisse a nossa realidade. A revista Niterói, por exemplo, editada por um grupo de brasileiros residentes na França, em 1836,(saíram dois números que congregava além de Gonçalves de Magalhães os escritores Porto Alegre e Torres Homem) tinha como epígrafe a frase:
"Tudo pelo Brasil e para o Brasil".
Além do conjunto de características comuns ao Romantismo europeu, é possível apontar no Romantismo brasileiro alguns traços específicos:
a) Cor local
Corresponde à utilização poética de nossa Natureza tropical, com sua variedade de aspectos, oposta à dos países europeus. A descrição da paisagem local indica a tomada de consciência e a afirmação daquilo que é característico em cada país.
b) Indianismo
Foi a forma mais representativa de nacionalismo literário. Corresponde, no Brasil, à busca de um legítimo antepassado nacional, já que não possuíramos Idade Média com heróis típicos. Por outro lado a figura do índio foi idealizado pelos escritores românticos com a finalidade de nivelar esse nosso antepassado ao português colonizador. O índio romântico é sempre bom, nobre, bonito e cavaleiro generoso.
Segundo Dante Moreira leite, o Indianismo tinha um conteúdo ideológico: " O índio foi, no Romantismo, uma imagem do passado e, portanto, não apresentava qualquer ameaça à ordem vigente, sobretudo à escravatura. Os escritores, políticos e leitores identificavam-se com esse índio do passado, ao qual atribuíam virtudes e grandezas; o índio contemporâneo que, no século XIX, como agora, se arrastava na miséria e na semi-escravidão, não constituía um tema literário."
Não podemos esquecer, ainda, que o Indianismo se articulava com uma proposta européia mais ampla: a idéia do bom selvagem. No caso do Brasil, o índio representava a concretização desse homem em estado natural, ainda não "corrompido" pela civilização.
Panorama da produção Romântica no Brasil - autores e obras mais importantes:
No primeiro momento da poesia romântica brasileira, destaca-se como traço mais marcante a preocupação em definir o Romantismo estabelecer uma temática nacional. Essa preocupação se expressa em:
- Gonçalves de Magalhães (Domingos José Gonçalves de Magalhães) (1811-1882) (poesia)
Nasceu no Rio de Janeiro em 1811 e faleceu em Roma no ano de 1882.
Foi o poeta responsável pela divulgação, no Brasil, do movimento romântico, com o qual tinha tomado contato na França. O valor de sua obra é mais histórico que literário.
Obra:
Suspiros Poéticos e Saudades (1836) - foi a obra que introduziu o Romantismo no Brasil.
escreveu também: A Confederação do Tamoios(1856) e Cânticos Fúnebres (1864)
- Gonçalves Dias (Antônio Gonçalves Dias)(poesia) (1823-1864) (teatro)
Nasceu em Caxias - Ma em 1823 e faleceu no Naufrágio do "Ville de Boulogne" em 1864
Filho de um comerciante português e de uma mestiça. Estudou Direito em Coimbra, mas não concluiu o curso, regressando ao Brasil em 1854. Foi professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II e participou de várias missões de estudo no Brasil e na Europa. Regressou à Europa para tratamento de saúde.
Ao voltar para o Brasil, morreu num naufrágio, nas costas do Maranhão.
Obra:
poesias : Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os Timbiras (1857)- obra não concluída.
teatro : Leonor de Mendonça(1847), Beatriz Cenci(1843)
outros : Brasil e Oceania(1852),Dicionário da Língua Tupi(1858)
- Álvares de Azevedo (Manuel Antônio Álvares de Azevedo) (1831-1852) (poesia)
Nasceu em São Paulo em 1831 e faleceu no Rio de Janeiro em 1852.
Criou-se no Rio, voltando a São Paulo para cursar a faculdade de Direito. Teve uma vida boêmia e tumultuada. Ao morrer com apenas 21 anos, deixou inédita toda sua obra, que começou a ser publicada a partir do ano seguinte.
Sua obra poética marca-se pelo exagerado subjetivismo, que levam poeta a ver o amor e a felicidade como coisas inatingíveis. A depressão, o devaneio e a idéia de morte aparecem com freqüência. É o mais típico representante do mal do século na poesia brasileira.
Obra:
Lira dos Vinte Anos (1853)
- Junqueira Freire (Luís José Junqueira Freire) (1832-1855)(poesia)
Nasceu na Bahia em 1832 e faleceu no mesmo estado em 1855.
Estudou Humanidades em Salvador, ingressando posteriormente na ordem beneditina para abandoná-la um ano depois. A crítica considera sua poesia decorre da oposição entre o sentimento religioso e o erotismo contido. Dessa contradição resulta a obsessão pela morte.
Obra:
Inspirações do Claustro (1855)
- Casimiro de Abreu (Casimiro José Marques de Abreu) (1839-1860)(poesia)
Nasceu em Barra de São João - RJ, em 1839 e faleceu na mesma cidade em 1860.
Estudou Humanidades em Nova Friburgo. Viajou para Lisboa, onde iniciou sua carreira literária.
É possível identificar três traços fundamentais em sua poesia:
a poesia de caráter pessimista, ligada ao mal do século;
a poesia saudosista, que revela a nostalgia da terra natal e a infância;
a visão idealizada do amor e da mulher.
Obra:
poesia: Primaveras (1859) , teatro: Camões e o Jaú (1856)
- Fagundes Varela (Luís Nicolau Fagundes Varela) (1841-1875) (poesia)
- Castro Alves (Antônio Frederico Castro Alves) (1847-1871) (poesia)
Nasceu em Curralinhos, hoje Castro Alves - BA, em 1847 e faleceu em Salvador em 1871.
Estudou Direito em Recife e depois em São Paulo. Destacou-se como poeta revolucionário e declamador eloqüente. Morreu aos vinte e quatro anos após uma vivência boêmia.
Castro Alves é o poeta da liberdade, denunciando desigualdades sociais, lutando sempre a favor dos oprimidos mostra-nos a África chorando seus filhos escravizados na Europa e na América.
A sua denúncia da problemática da escravidão fez com que Castro Alves fosse denominado "O Poeta dos Escravos".
Além da poesia de caráter social, integram a obra do poeta baiano poemas lírico-amorosos, com uma visão mais realista e sensual do amor e da mulher. As mulheres que aparecem na poesia lírico-amorosa de Castro Alves não são mais idealizadas, mas concretas, materializadas, embora sempre belas e perfeitas.
Obra:
poesia: Espumas Flutuantes (1870), A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883)
teatro: Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875) - drama histórico.
- Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrade) (1833-1902) (poesia)
Nasceu no Maranhão em 1833 e faleceu no mesmo estado em 1902.
Viajou pela Europa e pelos Estados Unidos e teve grande participação política na sua época. Morreu pobre e desconhecido. Sua obra só conseguiu despertar o interesse da crítica no século seguinte, na década de 70.
Como ousado renovador que foi, sua obra não foi apreciada no tempo. Ele próprio prévia que o poema Guesa somente seria lido dali a cinqüenta anos. Na sua longa permanência nos Estados Unidos da América, o poeta entrou em contato com um mundo praticamente ignorado pelos nossos demais românticos: a sociedade capitalista fundada no valor do dinheiro. Guesa, sua obra mais importante, conta a história de um índio adolescente que acaba imolado ao deus sol. O poema baseia-se numa lenda quíchua.
Obra:
poesias: Harpas Selvagens (1857), Guesa (1866)
outra poesia: Novo Éden (1893)
- Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) (prosa )
Nasceu em Itaboraí - RJ, em 1820 e faleceu no Rio de Janeiro em 1882
Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro. Junto com Araújo Porto Alegre e Gonçalves Dias, fundou a revista Guanabara. Foi também professor do Colégio Pedro II, cargo que ocupou até a morte.
Apesar de o primeiro romance brasileiro ser A Filha do Pescador(1843), de Teixeira e Souza, foi com Joaquim Manuel de Macedo, entretanto, que surgiu o verdadeiro romance brasileiro. Ele é considerado o criador do romance urbano ou romance de costumes, gênero muito cultivado posteriormente por outros escritores.
Obra:
romances: A Moreninha (1844), O Moço Loiro (1845), A Luneta Mágica(1869)
outro romance: Dois Amores(1848)
teatro: O Cego(1849) - drama, O Fantasma Branco (1856), O Primo da Califórnia(1858)
- Manuel Antônio de Almeida(prosa )
Obra:
Memórias de um Sargento de Milícias (1854-55)
- José de Alencar (José Martiniano de Alencar) (1829-1877)(prosa )(teatro)
Nasceu em Mecejana - CE, em 1829 e faleceu no Rio de Janeiro em 1877.
Fez os estudos secundários na Corte e ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde iniciou sua atividade literária. Foi redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro. Elegeu-se deputado pelo Ceará e Ministro da Justiça. Tendo seu nome indicado para senador, não foi acolhido pelo Imperador, o que o fez retirar-se da carreira política. Foi para a Europa em 1877 em busca de cura para uma tuberculose que se manifestara desde a mocidade. Regressou ao Rio de Janeiro e, pouco depois, morreu.
Obra:
romance urbano ou social: Cinco Minutos(1856), A Viuvinha(1860), Lucíola(1862), Diva(1864), A Pata da Gazela(1870), Sonhos D'ouro(1872), Senhora(1875), Encarnação(1877)
romance regionalista: O Gaúcho(1870), O Tronco do Ipê(1871), Til(1872), O Sertanejo(1875)
romance histórico: As Minas de Prata(1862), A Guerra dos Mascates(1873). (Leia dados sobre a Guerra real dos Mascates - 1710 a 1714)
romance indianista: O Guarani(1857), Iracema(1865), Ubirajara(1874)
Para o teatro : O Demônio Familiar(1857), Mãe(1862), Verso e Reverso(1857), As Asas de um Anjo(1860), O Jesuíta(1875)
Não-ficção: A confederação dos Tamoios, Ao imperador: Cartas Políticas de Erasmo, Ao imperador: Novas Cartas, Políticas de Erasmo, Ao povo: Cartas Políticas de Erasmo, O Juízo de Deus, Visão de Jó, O Sistema Representativo, Como e por que sou Romancista (autobiografia).
Poesia: Os Filhos de Tupã.
Alencar é o mais importante escritor do Romantismo brasileiro. Sua obra abrange todos os grandes temas da literatura brasileira da época.
- Luís Gama(1830-1882)
Com suas sátiras aos comportamentos, tipos e situações de sua época.
- Bernardo Guimarães (Bernardo Joaquim da Silva Guimarães) (1825-1884)(prosa )
Nasceu em Ouro Preto em 1825 vindo a falecer na mesma cidade em 1884.
De uma poesia erótica e, às vezes, até pornográfica.
Obra:
O Ermitão de Muquém (1869), O Seminarista(1872), A Escrava Isaura (1875)
- Visconde de Taunay (Alfredo D'Escragnolle Taunay) (1843-1899)(prosa )
Nasceu no Rio de Janeiro em 1843 e faleceu na mesma cidade em 1899.
Cursou Ciências Físicas e Matemáticas na Escola Militar. Participou da Guerra do Paraguai e várias outras campanhas militares. Ingressou na vida política sendo deputado e senador. Recebeu o título de Visconde.
Obra:
Inocência (1872) - romance regionalista, A Retirada da Laguna(1871) - romance escrito em francês.
- Franklin Távora (1842-1888) (prosa )
Nasceu em Baturité - CE, em 1842 e faleceu no Rio de Janeiro em 1888.
Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife. Foi advogado, jornalista e político. Iniciou uma campanha em favor do regionalismo, que ele defendia como sendo a literatura do Norte.
O manifesto publicado no prefácio de sua obra O Cabeleira garante-lhe o título de um dos fundadores do regionalismo brasileiro.
Obra:
romance: O Cabeleira (1872), Os Índios do Jaguaribe(1862), A Casa de Palha(1866), O Matuto(1878), Lourenço(1881)
conto: A Trindade Maldita(1861)
- Martins Pena (teatro)
Obra:
O Juiz de Paz da Roça(1832), A Família e a Festa da Roça(1842), O Judas em Sábado de Aleluia(1846), Quem Casa quer Casa(1847), O Noviço(1853)
- O Romantismo na Alemanha
No século XVIII apareceu um grupo de escritores que se propuseram a retratar os feitos heróicos individuais, experiências e emoções, e a glorificar as liberdades civis e o patriotismo, entre os quais:
- Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)
O maior dos poetas alemães, sábio de grande valor, autor de Fausto, Werther, Hermano e Dorotéia, Anos de Aprendizagem;
- Johann Gottfried Herder (1744-1803)
Filosófo e poeta, considerado o fundador do Romantismo alemão. Escreveu "As Idéias e a Filosofia da História da Humanidade";
- Johann Christoph Schiller (1759-1805)
Poeta e dramaturgo. Retratou a coragem, o heroísmo e as virtudes do patriotismo. Autor de "Guilherme Tell", peça dramática sobre a luta heróica da Suiça para se libertar do domínio dos austríacos, no começo do século XIV.
- Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)
- O Romantismo na Inglaterra
- George Gordon Byron (Lord Byron) (1788-1824)
Um dos maiores poetas das Inglaterra, autor de Child Harold, D. João, Manfredo;
- Walter Scott (1771-1832)
Autor de Ivanhoé, A Prisão de Edimburgo, Os Puritanos, Rob-Roy, O Antiquário;
- Percy Bysshe Shelley (1792-1822)
Um dos pioneiros líricos ingleses, autor de "Alastor", grande poema, e das poesias líricas: A Sensitiva, A Nuvem, A Cotovia;
- Samuel Taylor Coleridge (1772-1834)
Autor de Baladas Líricas;
- Thomas Carlyle (1795-1881)
Historiador e filósofo, autor de "História das Revolução Francesa", "Os Heróis". Afirmava que a História é feita pelos grandes homens.
- George Gordon Byron (Lord Byron) (1788-1824)
- O Romantismo na França
- François René de Chateaubriand (1768-1848)
Autor de O Gênio do Cristianismo, Átala, Os Mártires, Memórias de Além-Túmulo;
- Alphonse de Lamartine (1790-1869)
Autor de Primeiras Meditações Poéticas, Harmonias Poéticas e Religiosas, História dos Girondinos;
- Victor Hugo (1802-1885)
O mais ilustre poeta francês e apreciado romancista, autor dos romances: Nossa Senhora de Paris, Os Miseráveis, Noventa e Três, O Homem que Ri; na Poesia: "Odes e Baladas", As Orientais, A Lenda dos Séculos;
- Alexandre Dumas, pai (1802-1870)
Autor de Os Três Mosqueteitos, Vinte Anos Depois, As Memórias de Um Médico, O Conde de Monte Cristo, e das peças teatrais: "Antony" e "A Torre de Nesle";
- Alfredo de Musset (1810-1857)
Autor de Contos de Espanha e de Itália, Mardoche, Namouna, As Confissões de Um Filho do Século;
- Alfredo de Vigny (1797-1863)
Poeta e romancista, autor de "Poemas Antigos e Modernos", "Cinq-Mars", "Stello".
- François René de Chateaubriand (1768-1848)
- O Romantismo na Itália
- Alexandre Manzoni (1785-1873)
Poeta e romancista, autor de Os Noivos;
- Silvio Péllico (1789-1854)
Autor de As Minhas Prisões.
- Alexandre Manzoni (1785-1873)
- O Romantismo na Rússia
- Alexandre Puschkine (1799-1837)
Considerado o fundador da Literatura nacional russa, autor de "Boris Godunov", tragédia baseada na vida de um dos governantes russos históricos;
- Mikhail Lermontov (1814-1841)
Autor de "Um Héroi de Nosso Tempo", seu maior romance;
- Nicolau Gogol (1809-1852)
Romancista, autor de "Taras Bulba", Almas Mortas".
- Alexandre Puschkine (1799-1837)
- O Romantismo nos Estados Unidos
- Edgar Allan Poe (1809-1849)
Romancista de ardente imaginação, com predileção pelo sobrenatural e pelo fantástico, autor de "Histórias Extraordinárias";
- Herman Melville (1819-1891)
Romancista, autor de Moby Dick;
- William Gilmore Simms (1806-1870)
Cujo forte era o romance histórico em cenário sulista.
- Henry Wadsworth Longfellow (1807-1882)
Autor do poema Evangelina.
- Edgar Allan Poe (1809-1849)
- Realismo Naturalismo
- O Realismo Naturalismo em Portugal (1865-1890)
- Poesia
- Antero de Quental
Odes Modernas (1865)
Versos dos 20 anos (1871)
Raios de Extinta Luz (1892
- Cesário Verde
O Livro de Cesário (1887) - coletânea de toda sua obra, publicada postumamente.
- Querra Junqueiro
Os Simples (1892)
- Antero de Quental
Odes Modernas (1865)
- Prosa
- Eça de Queirós (1845-1900)
Romances:
O Mistério da Estrada de Sintra (1871) - em colaboração com Ramalho Ortigão
O Crime do Padre Amaro (1875)
O Primo Basílio (1878)
O Mandarim (1879)
A Relíquia (1887)
Os Maias (1888)
A Ilustre Casa de Ramires (1900)
A Cidade e as Serras (1901)
A Capital (1925)
O Conde de Abranhos (1925)
A Tragédia da Rua das Flores (publicado em 1980)
Escreveu ainda contos e crônicas.
- Fialho de Almeida
Contos (1881)
A Cidade do Vício (1882)
O País das Uvas (1893)
- Eça de Queirós (1845-1900)
- Poesia
- O Realismo Naturalismo no Brasil (1881-1893)
- Tendência Realista
- Machado de Assis
POESIA
Crisálidas (1864)
Falenas (1870
Americanas (1875)
ROMANCE
Primeira Fase
Ressurreição (1872)
A Mão e a Luva (1874)
Helena (1876)
Iaiá Garcia (1878)
Segunda Fase
Memorias Póstumas de Brás Cubas - (1881) Quincas Borba - (1891)
Dom Casmurro - (1899)
Esaú e Jacó - (1904)
Memorial de Aires - (1908)
CONTOS
Contos Fluminenses (1870)
Histórias da Meia-Noite (1873)
Papéis Avulsos (1882)
Histórias sem Data (1884)
Várias Histórias (1896)
Páginas Recolhidas (1899)
Relíquias da Casa Velha (1906)
Escreveu ainda crônicas e peças teatrais
- Raul Pompéia
Uma Tragédia no Amazonas (1880)
O Ateneu (1888)
Ainda não editados em livro:
Microscópios (contos) - publicados no jornal Comédia (SP)
Agonia (romance)
Alma Morta (Meditações) - publicados na Gazeta da Tarde
As Jóias da Coroa (novela) - publicados na Gazeta de Notícias
- Machado de Assis
- Tendência Naturalista
- Aluísio de Azevedo
Romances ainda ligados ao Romantismo:
Uma Lágrima de Mulher (1880)
Mistérios da Tijuca ou Girândola de Amores (1882)
Memórias de um Condenado (A Condessa Vésper) (1882)
Filomena Borges (1884)
O Esqueleto (1890)
A Mortalha de Alzira (1894)
Romances naturalistas:
O Mulato (1881)
Casa de Pensão (1884)
O Coruja (1885)
O Homem (1887)
O Cortiço (1890)
O Livro de uma Sogra (1895)
Escreveu ainda crônicas, peças de teatro e contos.
- Aluísio de Azevedo
Romances ainda ligados ao Romantismo:
- Tendência Realista
- O Realismo na França
O Realismo teve extraordinários cultores:
- Honoré de Balzac (1807-1882)
Contemporâneo de Victor Hugo, inaugurou a escola realista com uma série de romances intitulada "A Comédia Humana";
- Gustave Flaubert (1821-1880)
Autor de "Madame Bovary" e "Salambô";
- Émile Zola (1840-1902)
Romancista, desenvolveu ainda mais o "metódo de laboratório" na descrição literária da conduta humana. Realçou as influências da hereditariedade, do ambiente e dos instintos animais do homem. Escreveu: "Germinal", "Naná";
- Stendhal (pseudônimo de Henrique Beyle) (1783-1842)
Autor dos romances: "O Vermelho e o Negro", "A Cartuxa de Parma", "O Amor", "Luciano Leuwen";
- Anatole France (pseudônimo de Francisco Thibault) (1844-1924)
Autor dos romances: "O Crime de Silvestre Bonnard", O Lírio do Meu Amigo", Os Deuses Têm Sede". Prêmio Nobel em 1921;
- Alexandre Dumas Filho (1824-1895)
Romancista e dramaturgo, autor de "A Dama das Camélias", "Filho Natural", "O Pai Pródigo".
- Honoré de Balzac (1807-1882)
- O Realismo nos Estados Unidos
- Mark Twain (1835-1910)
Autor de "Aventuras de Tom Sawyer".
- Mark Twain (1835-1910)
- O Realismo na Rússia
- Fiodor Dostoievski (1821-1881)
Autor dos romances "Crime e Castigo", "Os Possessos" e "Os Irmãos Karamazov";
- Leon Nikolayevich Tolstoi (1828-1910)
Autor dos romances "Guerra e Paz", "Ana Karenina";
- Ivan Turgueniev (1818-1883)
Autor dos romances "Pai e Filho", "Terras Virgens".
- Máximo Gorki (Alexei Maximovitch Pechkov (1868-1936)
Notável novelista e dramaturgo, Autor de "A Sarjeta";
- Leonid Nicolaievich Andreiev (1871-1919)
Artista, romancista e dramaturgo, autor de "A Vida do Homem" (1907), "Rei Fome".
- Fiodor Dostoievski (1821-1881)
- O Realismo na Irlanda
- George Bernard Shaw (1856-1950)
Admirável dramaturgo, autor de "Casas de Viúvo", "A Profissão da Senhora Warren", "Major Bárbara", "As Armas e o Homem". Prêmio Nobel em 1925.
- George Bernard Shaw (1856-1950)
- O Realismo na Noruega
- Henrik John Ibsen (1828-1906)
Um dos mais notáveis dramaturgos aparecidos desde a época de Shakespeare, poeta e filósofo, autor de "Espectros", "Casa de Bonecas", "Quando Nos Levantamos Dentre os Mortos" e "O Inimigo do Povo".
- Henrik John Ibsen (1828-1906)
- O Realismo na História
- Ernest Renan
- Leopoldo van Ranke
- Charles Seignobos
- Rafael Altamira
- Henry T. Buckle
- George Burton Adams
- O Realismo Naturalismo em Portugal (1865-1890)
- O Parnasianismo
- O Parnasianismo no Brasil
- Olavo Bilac (Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac) (1865-1918)
Poesias
Panóplias, Via-Láctea, e Sarças de Fogo (1888)
Sagres (1898) (poemeto)
Poesias infantis (1904)
Tarde (1919)
Prosa
Crítica e fantasia (1904)
Tratado de versificação (1905) - colaboração com Quimarães Passos
Escreveu ainda livros didáticos e discursos.
- Raimundo da Mota Azevedo Correia (1860-1911)
Poesia:
Sinfonias (1883)
Versos e versões (1887)
Aleluias (1891)
Poesias (1898)
- Antônio Mariano Alberto de Oliveira (1859-1937)
Canções Românticas (1877-78)
Meridionais (1884)
Sonetos e poemas (1885)
Versos e rimas (1895)
- Olavo Bilac (Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac) (1865-1918)
- O Parnasianismo na França
- Teófilo Gautier (1811-1872)
Poeta, crítico e romancista autor de "O Capitão Fracasso", O Romance da Múmia", "História do Romantismo";
- José Maria Herédia (1842-1905)
Poeta e acadêmico francês, nascido em La Fortuna (Cuba), autor de "Troféus".
- Teófilo Gautier (1811-1872)
- O Parnasianismo no Brasil
- Simbolismo
- O Simbolismo em Portugal (1890-1915)
- Eugênio de Castro (1869-1944)
Oaristos (1890)
- Antônio Nobre (1867-1900)
Só (1892)
- Camilo Pessanha
Clepsidra (1920)
- Eugênio de Castro (1869-1944)
- O Simbolismo no Brasil (1893-1902)
- Cruz e Souza (João da Cruz e Souza) (1861-1898)
Poesia:
Broquéis (1893)
Faróis (1900)
Últimos sonetos (1905)
Prosa:
Tropos e Fanfarras (1885) - em conjunto com Virgílio Várzea
Missal (1893) - poemas em prosa
Evocações (1898) - poemas em prosa
- Alphonsus de Guimaraens (pseudônimo de Afonso Henriques) (1870-1921)
Poesia:
Setenário das Dores de Nossa Senhora (1899)
Câmara Ardente (1899)
Dona Mística (1899)
Kyriale (1902)
Prosa:
Mendigos (1920)
- Euclides da Cunha
- Cruz e Souza (João da Cruz e Souza) (1861-1898)
- O Simbolismo na França
- Charles Baudelaire (1821-1867)
Grande poeta francês, auto de "Flores do Mal";
- Charles Baudelaire (1821-1867)
- O Simbolismo na Itália
- Gabriel D'Annunzio (1863-1938)
Poeta, romancista e dramaturgo italiano, autor de "O Prazer", "O Inocente", "O Triunfo da Morte", "O Fogo", romances; "A Filha de Jório", e "A Nave", peças de teatro.
- Gabriel D'Annunzio (1863-1938)
- O Simbolismo em Portugal (1890-1915)
- Modernismo
- Modernismo em Portugal - 1ª fase (Orphismo)
Fazendo parte de uma época tão conturbada como o século XX, o movimento modernista não podia ser linear nem uníssono. Portugal é um exemplo dessa tendência, tendo sido palco de diversas correntes. #1,p16
Em Portugal, o marco do Modernismo é 1915, ano da publicação da revista Orpheu, que, embora tenha tido apenas dois números, deixou sua marca por ter ligados a ela nomes importantes como o do grande poeta do mundo moderno, Fernando Pessoa.
Em 1927 surgiu a revista Presença e com ela a segunda fase do Modernismo português. A comparação entre as duas fases permite notar que Presencismo foi uma etapa literatura mais psicológica, de temas mais subjetivos. Essa postura não destoou do orphismo, mas apenas acentuou uma tendência já predominante entre os poetas da geração órphica.
São também muito importantes para o conhecimento do Modernimos em Portugal as revistas:
Orpheu (1915)
Centauro (1916)
Exílio (1916)
Ícaro (1916)
Portugal Futurista (1917)
Contemporânea (1922-1926)
Athena (1924-1925)
Presença (1915)O Modernismo protuguês não escapou da ânsia de romper com a arte esteriotipada, com a arte a serviço de uma camada social que eminetemente representava o poder.
Autores do Orphismo:
E para essa postura irreverente concorrem as influências mais variadas: a insatisfação do homem como ser individual, inserido em uma sociedade que quer afirmar-se e na qual a realização humana está associada ao desenvolvimento tecnicista; a insatisfação com os princípios positivistas do século XIX que justificam a vida, os fatos e os homens pelo determinismo, como se os seres fossem apenas pacientes da história, incapazes de ser agentes transformadores.
Einstein, com a teoria da relatividade, Freud, com a teoria psicanalítica, Saussure, com a lingüística estrutural - mostrando que significado e significante são duas faces inseparáveis - vêm questionar um mundo já abalado pelas grandes inovações técnicas que o estavam mudando rapidamente.
Nesse clima surge o modernismo português.
- Fernando Pessoa (Fernando Antônio Mogueira de Seabra Pessoa)(1888-1935)
É um dos mais importantes poetas de Portugal. Não raras vezes diz-se que a literatura portuguesa está dividida em duas etapas: a que se inicia em Camões e a que se inicia com Pessoa, tamanha é a sua importância.
Nasceu em Lisboa, mas, órfão de pai, foi viver na África do Sul(Durban), lá cursando o primário e o secundário, já se revelando excpcional aluno, além de mostrar tendências para a literatura desde os 13 anos. De volta a Portugal (1905), tenta cursar a faculdade, mas acaba por deixá-la de lado dedicando-se à correspondência comercial em línguas estrangeiras que ele tão bem dominava.
Liderando o grupo Orpheu, que marca o início do Modernismo português, Pessoa já se destacara como crítico - em 1912 - na revista Águia. Era o começo de sua participação na mudança dos rumos literatura portuguesa.
Quando o grupo foi extinto, sua colaboração torna-se decisiva em outras revistas como Centauro, Athena, Contemporânea e Presença.
E nesse roteiro percebe-se que Pessoa vai participando da evolução do Modernismo, crescendo e atuando na duas fases desse novo estilo. Quando participa da revista Presença, marco da 2a. fase do Modernismo português, já é considerado o grande mestre.
Sua obra é espetacularmente variada. Pessoa escreve Mensagem, obra que conta a história de Portugal - desde suas origens até a dominação espanhola - reunindo características épicas líricas e místicas. Mas a decadência de Portugal é apresentada de maneira tão poética, metafórica e sutil que o Portugal decadente de 1580 em muito se assemelha ao Portugal do século XX, país sob as rédeas da ditadura, como se pode notar na estrofe que finaliza o livro:
"Ninguém sabe que coisa quere
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ancia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro..
É a Hora!
Valete, Frates."
Sua obra é variada pela riqueza de formas, de temas e de perspectivas. Fernando Pessoa se desdobra em vários autores, escrevendo sobre a realidade a partir de diferentes visões da vida.
Para isso concorre sua maravilhosa capacidade de escrever em estilos diferentes: a cada personalidade corresponde um estilo próprio. Por isso há o Fernando Pessoa "ele mesmo", da obra Mensagem, da obra ortônima, e há os outros, os heterônimos.
Para Pessoa o poema é arquitetado, pensado, porque o objeto estético está nas mãos da razão, mesmo que o sentimento interfira e possa "entreter a razão".Observe o poema abaixo:
heterônimos principais:
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração"
("Autopsicografia")
Em cada heterônimo há uma ótica que se diferencia das outras, mas há um elemento que, inegavelmente, serve de elo entre Pessoa e seus heterônimos: por influência do Futurismo, há a consciência de que o poema deve ser construído.
Pessoa colocava os heterônimos em choque, publicava as correspondências entre eles e até acusações que se faziam por serem ou não contraditórios; os heterônimos tinham vida própria, eram individualizados e suas criações artísticas também personificadas.
Alberto Caeiro é o "eu poético" que pretende ser objetivo. É o heterônimo que tem como meta registrar as sensações, e o ato de pensar é, para ele, um obstáculo para se viver intensamente as sensações que a realidade oferece. (cantava apenas o mundo visível, concreto e nada mais.)
Autor de: Poemas (1946) poesia objetiva, poesia das sensações (pensar é um obstáculo para sentir a realidade)
Ricardo Reis Também é o que parte das sensações e teve em Caeiro o seu "mestre". Mas há uma diferença entre eles: Ricardo Reis acha que pensar é um aspecto das sensações que a realidade provoca, mas sentir e criar estão ligados ao pensamento.
Autor de: Odes (1946) poesia objetiva: parte das sensações para chegar ao pensamento (difere do mestre)
Este heterônimo acredita que tudo que existe tem uma disciplina natural; as coisas são como são, mas a serviço do pensamento; é um heterônimo que se considera neo-clássico: é preciso haver harmonia na elaboração poética, para que a arte se aproxime do pensamento que a inspirou e motivou.
(cantava os prazeres simples.)
Álvaro de Campos É o heterônimo que surgiu como segundo discípulo de Alberto Caeiro. Sua característica principal é o sensacionismo associado à forte subjetividade que marca o homem moderno, o homem que convive com a máquina, o homem de emoções, de ruídos e sensações próprias de um mundo enlouquecedor, que propicia múltiplas sensações e impressões. É o mundo de angústias, que gera o homem conflituado. Álvaro de Campos é o sensacionista que evoluiu para o intersccionismo.
Autor de: Poesias (1944) poesia do homem moderno: sensacionismo ligado à subjetividade (difere do mestre) evoluiu do sensacionismo para o interseccionismo. Álvaro de Campos escreveu poemas em que aprofunda o tema da constante mudança tão querida por Camões.
Nitidamente Álvaro de Campos é o representante dos novos tempos, do homem que intersecciona experiências, cenários, do homem voltado para uma realidade mais psicológica, mais reflexiva e também combativa. é o mais dos heterônimos.
outros heterônimos: Bernardo Soares, Alexandre Search, Antônio Mora, C. Pacheco e Vicente Guedes
Mas Pessoa foi menos radical que Marinetti, pois para ele o simples racionalismo não levaria a nada; a razão deverai ser um ponto de partida, mas era preciso ir além: conhecer, compreender o que existe, procurar entender o significado da intuição, ou da impressão imediata das coisas.
A produção de Fernando Pessoa e seus heterônimos é intensa. Além de Mensagem, dos Poemas Completos de Alberto Caeiro, de Odes de Ricardo Reis e das
de Álvaro de Campos, há o Cancioneiro, obra em que Fernando Pessoa coleta o lirismo tradicional português, desde a época medieval. Há ainda os Poemas Dramáticos, de grande densidade psicológica.
Há ainda as Poesias Coligidas que compreende "Inéditas", "Poemas Ingleses", "Poemas Franceses", "Poemas Traduzidos para o Português", além das "Quadras ao Gosto Popular".
Mas Fernando Pessoa foi além, teorizou também, escreveu sobre os heterônimos, sobre os vários "eus", expressou idéias estéticas, filosóficas e políticas.
É o poeta que se fragmenta como reflexo da própria fragmentação do mundo moderno. E nessa fragmentação, nessa multiplicidade de "eus" há uma unidade intrínseca que é o sentir a realidade, o debruçar-se sobre ela e esgotar todas as suas sensações e impressões.
O embrião de Pessoa está no poeta Cesário VerdeFernando Pessoa é um autor que passou por várias tendências:
Tendências Poéticas:
paulismo (a arte é vista como "arte do sonho")
futurismo (menos radical pois acredita que é preciso caminhar com a razão, mas ir além dela)
sensacionismo (a arte baseada na sensação)
Entre o futurismo e o sensacionismo há uma certa identidade, mas o sensacionismo - ao contrário do movimento italiano - não aceita a negação e a destruição do passado. Pessoa também acredita na renovação artística independentemente de mudança política.
interseccionismo (a proposta é mostra que uma sensação constitui-se de "diversas sensações mescladas", como diz Pessoa em sua obra teórica, Páginas Íntimas e de Auto-interpretação. Há nesse movimento literário o evidente uso da técnica cubista: as multifaces, a intersecção das sensações de forma geométrica.)
Autor de:
Mensagem (1934)(obra épica)
Quadras ao Gosto Popular (1965)
Poemas Dramáticos (1952)
- Mário de Sá Carneiro (1890-1916)
Viveu o ambiente de Paris, depois de terminar o curso secundário, e em 1914 uniu-se ao grupo de Orpheu quando passava férias em Lisboa.
Sá-Carneiro além de ter passado grande dificuldade financeira, ao regressar a Paris, foi uma personalidade angustiada por tentar encontrar um ideal absoluto - de arte e de vida - que se chocava com a sociedade euforicamente materialista de sua época.
Seu suicídio aos 26 anos nos negou a herança de uma obra quantitativamente maior, mas ainda assim deixou-nos um legado de raro valor.Poeta e contista. Autor voltado para o mundo psicológico.
Seus poemas revelam um ser desajustado da vida prática.
Obras:
poesia: Dispersão (1914), Indícios de Oiro (1937), Poesias (1946)
contos: Princípio (1912), A Confissão de Lúcio (1914), Céu em Fogo (1915)
- Florbela Espanca (Florbela de Alma da Conceição Espanca) (1894-1930)
É a voz feminina inserida no Modernismo da primeira fase, com influências do Simbolismo.
Poetisa lírica em que predominam o individualismo, o sentimento de amor arrojado, sensual, que contrasta com os hábitos portugueses, com a poesia feminina conservadora e moralista, com se pode perceber no fragmento de "Amar":
"Eu quero amar, amar profundamente!
Amar só por amar: Aqui.. além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente.
Amar! Amar! E não amar ninguém!"
Seu lirismo, apesar das características de um modernismo em transição, é até hoje vivo e atual, motivo pelo qual seu poema "Fanatismo" foi musicado pelo cantor brasileiro Fagner, o que nos dá a mostra do tom confessional de sua obra poética.
Obras:
Livro de Mágoas (1919), O Livro de Soror Saudade (1923), As Máscaras do Destino (1931, contos), Dominó-Negro (1931, contos)
- Almada Negreiros (José Sobral de Almada Negreiros) (1893-1970)
Foi um grande doutrinador do Modernismo. Sempre aberto às mudanças e à renovação artística, integra-se ao Modernismo da 1a. fase, da revista Orpheu, e caminha, sempre participante, atuando e produzindo, pelas fases posteriores, até as tendências mais contemporâneas.
Poeta, pintor, prosador, crítico de arte, dramaturgo, vitralista, foi, essencialmente, um autor que mostrou o problema da liberdade individual em uma sociedade que desintegra o homem exatamente por ser uma sociedade que não comporta e não permite a liberdade.
A oposição entre liberdade individual e ausência de liberdade social marca sua obra, de tal forma que o autor caracteriza-se, principalmente, por refletir sobre o que há no ser humano além da existência social, aparente e material.
É como se quisesse penetrar num mundo que vai além do que percebemos pelos sentidos; é um mundo em que o ser vivencia tudo e todos, em absoluta solidão.
Sua obra acaba por refletir a concepção de que é através da arte que o ser penetra no mais fundo da natureza humana: é o homem se encontrando e se integrando consigo e com os seres através da criação artística.
constante questionamento: a liberdade individual e a liberdade social a arte como meio de integração entre os homens e do homem consigo mesmo
Obras:
teatro: O Moinho (1913)
Novelas: A Engomadeira (1917), Pierrot e Arlequim (1924), Nome de Guerra (1938), Mito-Alegoria-Simbolo (1948)
- Fernando Pessoa (Fernando Antônio Mogueira de Seabra Pessoa)(1888-1935)
- Modernismo em Portugal - 2ª fase (Presencismo)
A revista Presença - cuja durabilidade foi maior que a de Orpheu - reuniu autores e publicações entre 1927 e 1940. A tendência nessa fase é predominantemente psicológica: não pretende escandalizar socialmente o burguês, a moral ou a tradição religiosa; volta-se para o homem como ser individual, solitário, com seus conflitos e angustias interiores.#1,p21 Mas o grupo presencista não é ortodoxo: há autores que estão preocupados com o ser na sua totalidade individual e outros que, ao se aprofudarem nessa questão, constatam que a observação do homem na sua essência os impele à observação e à crítica do contexto social em que o homem está inserido. Em outras palavras, no grupo presencista há os que fazem a literatura psicológica e há os que partem dela já preanunciam a tendência social que viria mais tarde com a 3ª fase modernista portuguesa, ou o grupo neorealista que sofreu influência dos brasileiros da geração de 30.
Ao grupo presencista estão ligados José Régio (1901-1969), João Gaspar Simões (1903) - os mais representativos do movimento presencista na tendência psicológica -, Miguel Torga (1907) e Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) que acabam por se aproximar mais da temática social.
Esses autores são representativos da transição entre as propostas da Presença e dos reorealistas, mas é com José Régio que teremos mais fortemente a visão estético-ideológica da 2ª fase do Modernismo português.
Autores do Presencismo:
- João Gaspar Simões (1903)
- Miguel Torga (1907)
- Adolfo Casais Monteiro (1908-1972)
- José Régio (José Maria dos Reis Pereira) (1901-1969)
Escreveu obras de poesia - a obra mais conhecida é Poemas de Deus e do Diabo (1925) -, romances, contos, novelas, teatro críticas, ensaios e várias antologias de poesias portuguesas.
Sua obra tanto na poesia como na prosa, revela a angústia da relatividade do homem: é a consciência íntima, repleta de sofrimento, de que há uma grande distância entre o ser humano e o Absoluto. O eixo principla, caracterizador de sua literatura, é o problema religioso, tratado com força, com rigidez.
Tema principal de sua obra: relatividade do homem perante o Absoluto
Obras:
poesias: Poemas de Deus e do Diabo (1925), As encruzilhadas de Deus (1936), Fado (1941
romances: Jogo da Cabra Cega (1934), História de Mulheres (1946)
- João Gaspar Simões (1903)
- Modernismo no Brasil - 1ª Fase - Semana de Arte Moderna -
- Antecedentes (Contexto Histórico-Cultural):
1911 - Oswald de Andrade e Emílio de Menezes fundam o jornal "O Pirralho", um semanário humorístico que apresentava paródias e caricaturas ridicularizando com irreverência os mitos sagrados da literatura brasileira.
1912 - Oswald de Andrade retorna da Europa entusiasmado com o que conheceu: a rebelião futurista de Marinetti, a técnica do verso livre, a velocidade que deve ser imprimida à arte, o tom telegráfico da literatura.
1913 - Lasar Segall, pintor lituano, realiza uma exposição expressionista que passa despercebida mas, Mário de Andrade diria mais tarde, era a "primeira exposição não acadêmica em nosso país".
1914 - Anita Malfatti regressa da Europa e expõe seus desenhos e águas-fortes já demonstrando que a sua direção não era a da pintura acadêmica, Afinal, ela convivera e estudara com pintores pós-impressionistas e a nova técnica já influenciara Anita.
1915 - Luís de Montalvor (escritor e chanceler da Legação Portuguesa) e Ronald de Carvalho (escritor brasileiro participante da Semana de Arte Moderna) organizou a revista Orpheu, que desencadeou o Modernismo português.
1917 - Mário de Andrade, publica seu protesto contra a I Guerra Mundial, o livro de poesias Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, Guilherme de Almeida lança o livro de poesias Nós, que reúne características parnasianas e simbolistas - revelando, o tom transitório do momento; Menotti del Picchia lança Moisés e Juca Mulato (poema regionalista que atrai o público e a crítica). Enquanto isso tudo acontece em São Paulo, no rio de Janeiro Cassiano Ricardo publica A Frauta de Pã - poesias que ainda revelam forte influência parnasiana; Manuel Bandeira lança A Cinza das Horas, obra poética que inicia a grande carreira de um dos mais populares poetas brasileiros.
O maxixe, o samba, os chorinhos fazem sucesso e caracterizam um tipo de música brasileira que envolve artistas e personalidades estrangeiras, é dessa época a famosa Chiquinha Gonzaga que fora, nos fins do século XIX e começo do século XX, duplamente corajosa: divulga o maxixe nos salões fechados da alta sociedade e tivera a coragem de estar em contato com ritmos populares considerados pouco refinados.
É nessa época também que as músicas de Ernesto Nazareth são divulgadas e Vila Lobos começa a ver o fartíssimo folclore nacional como matéria para suas peças musicais.
1917/1918 - Anita Malfatti apresenta a sua segunda exposição individual, reunindo desenhos, pinturas, gravuras, aquarelas e caricaturas. Com essa exposição criava-se uma grande polêmica: o público e a crítica assustaram-se com homens amarelos e mulheres de cabelos verdes. Monteiro Lobato, julgando ser essa mais uma das manifestações de "arte importada" pública o famoso artigo Paranóia ou Mistificação (20/12/1917), em "O Estado de São Paulo", criticando duramente a pintora e sua obra.
Esse fato levou os novos intelectuais a se unirem em torno da idéia do Modernismo, além de se verem compelidos a refletir sobre o que seria o próprio movimento.1918/1919 - Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira, que já usavam versos livres, publicam novos livros de poemas. Andrade Muricy, crítico, apresenta o ensaio Alguns Poetas Novos, onde já comenta o desgaste dos movimentos parnasiano e simbolista.
1920 - Oswald de Andrade conhece o escultor Victor Brecheret, que expõe neste ano a maquete do "Monumento às Bandeiras" - hoje localizada no Parque Ibirapuera, em São Paulo - essa maquete provoca nova efervescência.
1921 - Vicente do Rego Monteiro expõe no Rio de Janeiro e em Recife quadros como tônica a temática indianista. Di Cavalcanti apresenta em São Paulo desenhos e caricaturas. Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Cândido Mota Filho e Mário de Andrade, através de jornais e revista assinam publicações que divulgam idéias modernistas.
1922 - De 11 a 18 de fevereiro no Teatro Municipal de São Paulo, foi realizada a Semana de Arte Moderna. Reúne artistas plásticos, compositores, escritores e críticos que estão dispostos a quebrar com a nossa tradição europeizada. A Semana, que na verdade apresentou conferências e espetáculos apenas em três dias, provocou reações da imprensa e da intelectualidade conservadora que via na manifestações dos jovens artistas uma simples e nova imitaçào dos valores estrangeiros, como se o fato de estarem combatendo a submissão às idéias importadas fossem também uma imitação.
Mas a crítica, o combate aos jovens intelectuais, ajudou bastante na divulgação da Semana de Arte Moderna e ela passa a ser um marco a partir do qual o Modernismo se realizará e se processará de fato.
Na Europa os movimentos vanguardistas se sucedem colocando em questão a natureza e a função das artes; o Surrealismo é o último deles, lançado por manifesto em 1924.
Aos anos eufóricos da "belle époque"se sucedem os da I Guerra Mundial, e, mesmo depois dela, Paris continua sendo o centro cultural para onde vão os artistas do mundo inteiro.
No Brasil, a República dava demonstração evidente de submissão a militares, a golpes e artimanhas políticas. E 1922 foi um ano de características especiais: centenário da independência política, ano da criação do Partido Comunista, ano em que ocorreu a primeira das revoltas tenetistas - levantes militares comandados por jovens oficiais do exército, que vão suceder-se na década de 20, culminando com a marcha da Coluna Prestes (1924-1927).
No ano de 1922 aparece a revista Klaxon com propostas modernistas, na qual colaboraram as principais estrelas do Modernismo paulista e que teve um número dedicado a Graça Aranha; nesse ano eram publicados a primeira obra de poesia modernista (Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade) e o romance Os Condenados, de Oswald de Andrade, com capa do jovem pintor Di Cavalcanti.
O ano de 22 foi marco de transformações culturais em meio a uma década de profundas agitações: a fase da política do café-com-leite, em que Minas e São Paulo revezavam-se no poder, foi quebrada quando o presidente Washington Luís (1926-1930), apoiado pelos cafeicultores de São Paulo, tentou fazer outro paulista seu sucessor. A partir dessa tentativa fracassada, inicia-se a famosa Revolução de 30 cujos integrantes instalam-se no poder em outubro, tendo Getúlio Vargas como dirigente. É o início da Nova República e das longas ditaduras.
Nesse contexto os jovens intelectuais questionam as funções da arte e a entendem como expressão de comunicação comprometida com o homem do seu tempo. Vigorosamente esses jovens atuam e lutam por uma arte que seja antes de tudo a expressão do homem brasileiro
Nosso Modernismo é marcado por fatos históricos e literários que o dividem em fases, divisão que, entretanto, não implica a fragmentação do movimento, mas a caracterização de seu processo evolutivo, marcado por algumas tendências predominantes entre 1922 e 1930 e outras entre 1930 e 1945.
A Semana de Arte Moderna, em 1922, representa um marco a partir do qual o Modernismo se realizará e se processará de fato. Seus prenúncios já se faziam presentes em Monteiro Lobato, em Lima Barreto e em outros; a Semana apenas acelerou o processo e despertou ruidosamente algumas consciêncisas adormecidas que, ou aderiram ao novo movimento, ou o repudiaram.1924/26/28 - O Grupo Verde-Amarelo (1924) e da Anta (1928, dos quais participaram:Plínio Salgado, Raul Bopp, Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia. Esses grupos basicamente lutavam contra a influência de estéticas estrangeiras no Brasil.
Os grupos Pau-Brasil (1924) e Antropófago (1828), organizados por Oswald de Andrade, que defendiam a arte primitivista e um brasileirismo intenso. Oswald foi, também, quem fundou a Revista de Antropofagia.
A Revista de Antropofagia teve duas fases: na primeira, apresentou-se sob o formato de revista e teve 10 números publicados sob a direção de Antônio de Alcântara Machado (de maio de 1928 a fevereiro de 1929); na segunda, apresentou-se como página do jornal Diário de São Paulo (de 17 de março a primeiro de agosto de 1929)
Há alguns fatos que já indicam os novos tempos de emancipação cultural: muitos jovens de espírito nacionalista, insuflados pela necessidade de valorizar o verdadeiro Brasil, começam na primeira década do século XX a quebrar com a "tradicional e antiga verdade" de que a beleza, o apuro e a perfeição artística estavam na imitação dos valores estrangeiros.#1,p35 Entre os antecedentes importantes que viriam desencadear a Semana de Arte Moderna não se pode descartar a figura permanentemente crítica de Lima Barreto que foi um dos autores que mais combateu a dita cultura bacharelesca ou, com suas palavras, a "pedantocracia bacharelesca".
Lima Barreto, que quase sempre foi uma voz isolada, desencadeou sua ação crítica estimulado pelos mesmos fatos sociais e culturais que acabaram dando origem à Semana de Arte Moderna.
À voz desse grande escritor vão-se unindo outras vozes, novas e sucessivas situações culturais, e o conjunto dessas manifestações constitui os verdadeiros antecedentes da Semana de Arte Moderna.O movimento regionalista, No Nordeste (1926), liderado por Gilberto Freyre, que lançou as bases do romance nordestino da década de 30.
- Antecedentes (Contexto Histórico-Cultural):
- Características do Modernismo #4,p12
- Ativismo antiparnasiano
Os modernistas queriam demolir o edifício parnasiano solidamente construído na cultura brasileira.
- Linguagem cotidiana
Os modernistas usam a linguagem mais do dia-a-dia, mais cotidiana. Assim buscam uam incorporação da realidade cotidiana ao plano artístico.
- A presença da máquina
Os artistas modernos incorporam a presença da máquina na obra de arte procurando mostrar uma nova realidade do século XX: a revolução tecnológica.
- Liberdade total de criação
É uma das características fundamentais do estilo modernista. No Modernismo, os artistas querem criar sem regras, com máxima liberdade.
- Exploração do inconsciente
Influenciados por Sigmund Freud, médico criador da psicanálise, os autores modernistas buscam revelar os problemas do inconsciente dos personagens.
- Problemas sociais
Os modernistas preocupam-se com os problemas sociais: miséria, desemprego, exploração do homem pelo homem. Assim, a arte moderna procura denunciar estas situações.
- Várias leituras
A arte modernista quer desafiar o leitor a interpretar a mensagem da obra de arte. Para atingir esse objetivo, por exemplo, na poesia, o poeta omite elementos que ajudam a tornar o texto mais claro, apresentando apenas os elementos essenciais.
- Verso livre
Os poetas modernistas adotam, principalmente na primeira fase do Modernismo, o verso livre, isto é, sem contagem de silabas e sem rima. Entretando o ritmo apresenta muita importância.
- Ativismo antiparnasiano
- A Semana de Arte Moderna
O marco histórico do Modernismo no Brasil é a Semana de Arte Moderna, que foi realizada de 11 a 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo e teve importantes representantes nos dias 13,15 e 17.#4,p15
A Semana de Arte Moderna foi, na verdade, uma série de conferências sobre arte, recitais de poesia, exposição de pintura e escultura, e apresentações musicais. participaram dela:
- Graça Aranha (escritor)
- Vila-Lobos (músico)
- Ronald de Carvalho (crítico)
- Guilherme de Almeida (poeta)
- Ernani Braga (músico)
- Mário de Andrade (escritor)
- Plínio Salgado (escritor)
- Oswald de Andrade (escritor)
- Cândido Mota Filho (escritor)
- Sérgio Milliet (crítico)
- e muitos outros
Manuel Bandeira, Ribeiro Couto e Álvaro Moreyra participaram indiretamente. O poema "Os Sapos, de Manuel Bandeira, constitui poderoso ataque ao espírito parnasiano.
Graça Aranha, escritor de Canaã, pronunciou uma conferência sobre estética, qeu foi um poderoso apoio aos jovens modernistas, uma vez que ele já era um escritor consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras.
- Panorama da época: #4,p18
Em 1922 vigorava ainda no Brasil a política do café-com-leite: o poder era exercido pelos fazendeiros paulistas de café e pelos pecuaristas mineiros.
Mas essa política, base da República Velha, começa a caminhar para a destruição: jovens oficiais das Forças Armadas, os tenentes insatisfeitos com o imobilismo político, apoiados pela classe média urbana, lutam durante toda a década contra ela.
No ano de 1929 começa uma terrível crise econômica: o consumo mundial de café caiu muito e o preço despencou. Esse fato enfraqueceu a posição política e econômica dos fazendeiros, o que propiciou a articulação da Aliança Liberal, um poderosa frente de oposição.
Assim, nas eleições presidenciais de 1930, defrontaram-se o paulista Júlio Prestes, candidato do Partido Republicano Paulista, e o gaucho Getúlio Dornelles Vargas, candidato da Aliança Liberal. A vitória foi de Júlio Prestes. Então, alguns políticos da Aliança Liberal passaram a conspirar contra o governo de Júlio Prestes, até que, a 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder.
- Autores por data de estréia e Obras representativas #4,p17
- Graça Aranha - 1902
- Jorge de Lima - 1914
- Manuel Bandeira - 1917
- Menotti del Picchia - 1917
- Guilherme de Almeida - 1917
- Ronald de Carvalho - 1919
- Oliveira Viana - 1920
- Mário de Andrade - 1922
- Oswald de Andrade - 1922
- Plínio Salgado - 1926
- José Américo de Almeida - 1928
- Augusto Frederico Schmidt - 1928
- Carlos Drummond de Andrade - 1930
- José Lins do Rego - 1932
- Jorge Amado - 1932
- Gilberto Freyre - 1933
- Graciliano Ramos - 1933
- Érico Veríssimo - 1933
- Obras representativas por data de publicação #4,p18
- 1922- Paulicéia Desvairada (Mário de Andrade)
- 1925- A Escrava que não é Isaura (Mário de Andrade)
- 1925- Pau-Brasil (Oswald de Andrade)
- 1928- Retrato do Brasil (Paulo Prado)
- 1928- Macunaíma (Mário de Andrade)
- 1928- Martim-Cererê (Cassiano Ricardo)
- 1931- Cobra Norato (Raul Bopp)
- 1933- Casa Grande & Senzala (Gilberto Freyre)
- Autores da 1ª Fase do Modernismo brasileiro
- Mário de Andrade (Mário Raul de Moraes Andrade)(1893-1945)
- Poesia Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917) - poesias (seu livro de estréia)
- Prosa e outros Primeiro Andar (1926) - contos
- Oswald de Andrade (José Oswald de Sousa Andrade) (1890-1954)
- Manuel Bandeira (Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho) (1886-1968)
Nasceu no Recife e, menino ainda, mudous-se com a família para o Rio de Janeiro. Estudou no tradicional Colégio D. Pedro II, foi desde cedo leitor de histórias infantis e dos grandes clássicos portugueses. Viveu algum tempo em Petrópolis. Por influência do pai pensou em fazer arquitetura e por isso mudou-se para São Paulo para cursar a Escola Politécnica. Obrigado a deixar a escola por contrair tuberculose, foi tratar-se em Cladeval, na Suiça, onde conviveu com o poeta francês Paul Eluard e entrou em contato com as idéias da época sobre poesia. Volta ao Rio de Janeiro dedicando-se ao magistério secundário e superior. Desenganado e em tratamento constante vive "como que provisoriamente". #4,p50,51 e #1,p41
Colabourou na imprensa e teve um círculo de amigos importantes na literatura: Ribeiro Couto, Gilberto Amado, Vinícius de Moraes, Mário de Andrade, Fernando Sabino e outros. #4,p50,51
Manuel Bandeira destrói a linguagem parnasiana rebuscada e formal (seu poema "Os Sapos" ironiza a estética parnasiana), e cria, ao mesmo tempo, em sua obra, uma linguagem simples e direta, uma linguagem cotidiana, valorizada principalmente pelo seu talento.
Quanto ao conteúdo, Bandeira revela uma tendência até certo ponto romântica para a poesia de confissão. É um dos melhores cultores do verso livre na literatura. É considerado um dos maiores poetas líricos da língua portuguesa e considerado unanimemente pela crítica como um dos maiores poetas do Modernismo do Brasil. Realizou, também, excelentes traduções de poemas. Foi cognominado por Mário de Andrade de "São João Batista do Modernismo".
Da poesia simbolista evoluiu para a poesia modernista
Folclórico, irônico, sensual
Temas do cotidiano
Obras:
A cinza das Horas (1917), Libertinagem (1930), Estrela da Vida Inteira (1966)
Ver mais... - Menotti del Picchia (Paulo Menotti del Picchia) (1892-)
Poeta, nasceu em Itapira, São Paulo, formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco, foi um dos modernistas históricos. Dedicou-se desde cedo ao jornalismo. Exerceu também cargos públicos. Em 1922 já era um escritor de sucesso, graças ao poema Juca Mulato (1917), e dispunha de uma coluna no jornal Correio Paulistano, colocada a serviço dos interesses modernistas. Apesar do contato com escritores parnasianos, participou ativamente da Semana de Arte Moderna, aderindo mais tarde ao grupo Verde-amarelo. Militou na imprensa praticamente durante sessenta anos. #4,p43
Sua obra mais conhecida é "Juca Mulato",além desta, contribuiu para a popularidade de Menotti uma série de romances ambientados em São Paulo, que descrevem a vida desta grande cidade, como é o caso, por exemplo, de sua obra Salomé
É um autor que não se aprofundou nas renovações propostas por ele e seu grupo, daí sua literatura parecer muito distante das renovações modernistas.#1,p57
Numa linguagem simples ou retórica, tratando de temas da atualidade, sem lances de genialidade, Menotti é um autor que é conhecido principalmente pela primeira obra que publicou.#1,p57
Obras:
Juca Mulato (1917)
Moisés (1917)
Máscaras (1917)
O Homem e a Morte (romance, 1922)
Chuva de Pedra (1925)
Ver mais...
- Raul Bopp (1898-)
Poeta, gaúcho de Tupaceretã, de ascendência alemã, praticou diversas profissões, enquanto viajava pelo Brasil conhecendo nossa realidade. Posteriormente, a partir de 1930, tornou-se diplomata. Participou ativamente do movimento modernista, particulamente ligado a Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia e Guilherme de Almeida. Constituíram o grupo Verde-amarelo. Mais tarde (em 1928) com Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, defendeu o Movimento Antropofágico. #4,p34
Obras:
Cobra Norato (escrito em 1928 e publicado em 1931)
Urucungo (1933)
Poesias (1947)
Os Movimentos Modernistas (livro crítico, 1966) Ver mais...
- Guilherme de Almeida (Guilherme de Andrade e Almeida) (1890-1969)
- Alcântara Machado (Antônio Castilho de Alcântara Machado D'Oliveira) (1901-1935)
Filho de família tradicional paulista, estudou no Colégio São Bento e na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Militou no jornalismo e na política. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 dirigiu a rádio Record, fazendo a propaganda das idéias do movimento. Foi deputado pela Assembléia Nacional Constituinte de 1934. Faleceu prematuramente no Rio de Janeiro, aos 34 anos, em conseqüência de uma operação de apendicite. #4,p57
Apesar de sua morte prematura, foi bastante atuante: ligado a Oswald, a Tarsila do Amaral, ao crítico e ensaísta Sérgio Milliet, contribuiu com artigos para as revistas Terra Roxa e Outras Terras, Antropofagia e Nova. Sua atuação estendeu-se para a militância política, ligando-se ao Partido Democrático.#1,p59
Além de advogado dedicou-se ao jornalismo literário e especialmente à prosa literária.
Foi um dos autores qeu melhor representou a realidade urbana tendo o imigrante, sobretudo o italiano, como personagem principal. Retrata os novos hábitos, as novas profissões, os quarteirões e os lugares que se tornaram históricos em São Paulo; observa a classe operária, diferenciada da dos senhores barões e industriais, até mesmo o bairro onde se agrupava. É o observador crítico, às vezes cômico, outras emotivo e impressionista.
Alcântara Machado nos legou obras literárias que são verdadeiros documentos históricos de uma época em que o Brasil era, para o imigrante, o sonho dourado, o símbolo de uma vida melhor. Alcântara Machado mostra que ao sonho dourado se opunha a realidade, verdadeiro pesadelo, à medida que era preciso trabalahar em condições subumanas e submeter-se a qualquer tipo de emprego para alcançar a meta da ascenção social.
Alcântara Machado registrou a fala coloquial da época, imprimindo à sua literatura a linguagem oral do imigrante, do dia-a-dia, sem retórica, sem preocupação com a norma culta, a qual atribuía à literatura de seus antecessores o caráter elitista e elitizador.
Sua obra é composta por contos ambientados em São Paulo (anos vinte,séc. XX), o que a coloca como uma antecipação do caminho regionalista da nossa literatura. Foi ele quem trouxe à Literatura Brasileira um novo personagem, o imigrante italiano, que teve um importante papel na transcrição da fala do imigrante italiano.#4,p57
Obras:
Brás, Bixiga e Barra Funda (1927), Laranja da China (1928), Anchieta na Capitania de São Vicente (1928)
Mana Maria (1936) (inacabada), Cavaquinho e Saxofone (1940), Novelas Paulistanas (1961) (coletânea de ficção)
Ver mais.. - Cassiano Ricardo (1895-1974)
Poeta paulista de São José dos Campos, nasceu a 26 de julho 1895. Filho de Francisco Leite Machado, pequeno agricultor e de D. Minervina Ricardo Leite. Fez o curso de Direito, que iniciou em São Paulo e concluiu no Rio de Janeiro, em 1917. #4,p46
Participou ativamente do Movimento Modernista, liderando os grupos Verde-amarelo e Anta. Como outros modernistas paulistas, engajou-se na Revolução Constitucionalista de 1932. Mais tarde, exerceu importantes cargos públicos: Membro do Conselho do Comércio Exterior, Diretor Geral da Secretaria de Estados dos Negócios, Chefe do Escritórioo Comercial do Brasil em Paris.
Extréia na poesia em 1915, com versos de "Dentro da Noite", revelou-se modernista ortodoxo até 1947, quando publicou "Um Dia Depois do Outro, obra que a crítica em geral considera o marco divisório da sua carreira literária#4,p47
Poeta de caráter lírico-sentimental em seu primeiro livro, pagou tributo ao Parnasianismo com a "Frauta de Pã" (1917) e ao nacionalismo romântico (1925) com o seu "Vamos Caçar Papagaios" (1926), "Borrões de Verde e Amarelo" (1926), "Martim-Cererê" (1928) e "Deixa Estar", "Jacaré" (1931)
Com "O Sangue das Horas"(1943) e "Um Dia Depois do Outro" (1947), Cassiano Ricardo inicia uma nova surpreendente fase, passando do imaginismo cromático ao lirismo introspectivo-filosófico. Registram-se nessa nova linha: "A Face Perdida" (1950); "Poemas Murais"(1950); "25 Sonetos" (1952). "João Torto e a "Fábula (1956) e "Arranha-céu de Vidro" (1956) marcam a adesão do poeta à visão tecnológica do mundo; visão que se ampliará em "Montanha Russa" (1960), "A Difícil Manhã" (1960) e atinge sua mais funda depuração temática-estilística em "Jeremias Sem Chorar", agora em pleno domínio das técnicas gráfico-visuais vanguardistas.
Obras:
Frauta de Pã (1917), Vamos Caçar Papagaios (1926), Borrões de Verde e Amarelo (1926), Martim-Cererê (1928), Deixa Estar (1931), Jacaré (1931), O Sangue das Horas (1943), Um Dia Depois do Outro (1947), A Face Perdida (1950), Poemas Murais (1950), 25 Sonetos (1952), João Torto (1956), Fábula (1956), Arranha-céu de Vidro (1956), Montanha Russa (1960), A Difícil Manhã (1960), Jeremias Sem Chorar (1964).Ver mais..
Depois da Semana de Arte Moderna surgiu a revista Klaxon (1922) que teve apenas nove números e que tentava, em São Paulo, sistematizar as propostas modernistas. Ao "Manifesto do Pau-Brasil" (1924)lançado por Oswald, opõe-se uma corrente, também de caráter nacionalista, mas que se volta para a decantada raça, a valorização da terra pelo sangue de seus homens. Esse nacionalistmo gera o Verda-marelismo (1926) que será mais tarde a base do grupo neo-indianista Anta (1927).#1,p57
Estão evidenciados os grupos literários e ideológicos: contra o Pau-brasil está o Verda-marelismo, contra o grupo Anta está a revista Antropofagia (1928).
Entre os modernistas históricos, isto é, aqueles que participaram da Semana e contribuíram com suas obras para o desenvolvimento do Modernismo, há um traço comum que é o fato de suas obras evoluírem do Parnasianismo e Simbolismo para as novas tendências. Isso aconteceu com Mário, com Bandeira e com outros tantos que tiveram sua formação dentro dos princípios europeizantes.
Nasceu em São Paulo, estudou no tradicional Colégio do Carmo. Estudou música e mais tarde lecionou no Conservatório Musical de São Paulo. #4,p23
Em 1992 participa ativamente da Semana de Arte Moderna, da qual é um dos líderes, tornando-se uma personalidade respeitada nos meios intelectuais.
Pesquisador de nossa cultura, de nosso folclore, poeta, contista, ensaista, crítico, Professor de História da Música do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Escreveu sobre literatura, música, pintura, desenho, escultura, folclore. Autor do Desvairismo
Em 1924 vai às cidades históricas de Minas Gerais: Ouro Preto, Mariana, Sabará, tomando contato direto com a obra de Aleijadinho. Em 1935, convidado por Paulo Duarte, organiza o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, atrvés do qual criou a Discoteca Pública de São Paulo.
Em 1938 transfere-se para o Rio de Janeiro, onde leciona Filosofia e História da Arte na Universidade do Distrito Federal. Em 1940 volta a residir em São Paulo, trabalhando no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Escrevia simultaneamente artigos críticos, participava de rodas e discussões literárias, freqüentava os famosos chás da Confeitaria Vienense, palco de famosas discussões sobre a arte moderna.#1,p37 Seu nome fica conhecido a partir da Semana de Arte Moderna, onde, além de provocar admiração pela inteligência e cultura, fica conhecido pelos versos insolentes. Destaca-se pela liberdade (sinônimo de criatividade literária) com que escreve, revelada pelos versos soltos, pelo neologismo, pelo uso de expressões de linguagem oral, pelo desrespeito a conceitos antigos e, principalmente, pelos assuntos e temas que disputam seu interesse.
Considerado o lider da Semana de Arte Moderno, Mário era um pesquisador de nossa cultura. Por essa razão, além de poeta, contista, ensaísta crítico, escreveu sobre nossa música, pintura, desenho, escultura, folclore, o que demonstra seu interesse pelo que é nacional e genuíno. Esse interesse pelo que é nacional lhe propicia uma criatividade bastante ampla, imprimindo ao Modernismo uma das características mais importantes para a nova geração: o abandono da imitação estrangeira, o reconhecimento do valor de nossas produções. Além de uma atitude estética e cultural, esta é, principalmente, uma atitude política, que implica o reconhecimento do que acontece lá fora, sem negar o que se produz no Brasil.
A primeira obra de Mário de Andrade - Há uma Gota de Sangue em Cada Poema -, inspirada pela I Guerra Mundial, revela um poeta sensível aos acontecimentos sociais. Mas é com Paulicéia Desvairada (1922) que sua poesia é definitivamente reconhecida como modernista. Bandeira do Movimento, a obra expressa a postura de poeta participante e de vanguarda e Mário reafirma sua condição de "papa do Modernismo".
No "Prefácio Interessantíssimo" ele teoriza sobre as técnicas da arte contemporânea. Além de ser o primeiro texto teórico sobre o tema, escrito no Brasil, tem o valor de manifestar a visão pessoal de Mário de Andrade, acerca do Modernismo e da própria obra. Apesar de identificado com o Futurismo, a posição de Mário de Andrade não é a de acabar com o que pertence ao passado como propunha Marinetti.
Em sua obra poética percebe-se o amadurecimento do poeta através das imagens e associações cada vez mais voltadas para o cotidiano. Sua poesia ganha rumos sociais ora mais agressivos, ora mais sutis, sem deixar de lado o lirismo de caráter individual.
A Tudo que fez somou a seriedade típica do pesquisador, o humor, a imagem criativa, a ironia e, não raras vezes, a insolência do artista que vê na sua obra o peso da função social.Faleceu de repente, Em São Paulo, na Rua Lopes Trovão, em 25 de fevereiro de 1945.
Obras:
Paulicéia Desvairada (1922) - poesias
Losango Cáqui (1926) - poesias
Clã do Jabuti (1927) - poesias
Remate de Males (1930) - poesias
Poesias (1941) - poesias
Lira Paulistana (1945) - poesias
Belazarte (1934) - contos
Amar, Verbo Intransitivo (1927) - romance
Macunaíma (escrito em 1926 e publicado em 1928) - rapsódia
Aspectos da Literatura Brasileira (1943) - crítica literária
O Empalhador de Passarinhos (1944) - crítica literária
Os Filhos da Candinha (1943) - crônicas
Foi uma das figuras mais polêmicas do nosso Modernismo. Sua vida e sua obra foram bastante interligadas: homem e autor sempre batalharam para romper a norma, a tradição, subvertendo a literatura convencional, praticando uma nova proposta, conscientes de que assim construiriam de fato uma nova literatura.#1,p39
Paulista de Família muito rica, pôde ter um alto padrão de vida, garantido pelas fazendas da família. Estudou em São Paulo e em 1912, com 22 anos, fez uma viagem à Europa, onde entrou em contato com a vanguarda artística européia. Regressando a São Paulo, cursou a Faculdade de Direito do Largo São Francisco e dedicou-se ao jornalismo literário. #4,p29
Em 1917 conheceu Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Vai se formando o grupo que fará a Semana em 1922. Defendeu a pintora Anita Malfatti, rudemente atacada pelo escritor Monteiro Lobato, através do artigo "Paranóia ou Mistificação" publicado n'O Estado de S. Paulo. Juntamente com Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e outros formavam um grupo de amigos ligados à vida boêmia e à literatura.
Participou ativamente da Semana de Arte Moderna. Revelou-se um verdadeiro guerrilheiro literário na luta contra os romancistas de estética parnasiana. Em 1926 casou-se com a pintora Tarsila do Amaral. Fundaram o Movimento Antropofágico, tanto na literatura como na pintura.
A crise econômica de 1929 atingiu fortemente o patrimônio do escritor. Em 1930 separe-se de Tarsila e une-se a Patricia Theirs Galvão (primeira mulher jornalista com consciência política e precursora, nas atitudes, das idéias feministas da atualidade), a famosa Pagu, escritora e uma das tantas modernistas.
Oswald foi por pouco tempo filiado ao Partido Comunista Brasileiro. Sua participação política, o levou, juntamente com Pagu a fundar o jornal A Hora do Povo, que é empastelado pelos estudantes de direito da Faculdade do Largo São Francisco. Em 1945, já casado com Maria de Antonieta D'Alquimim, presta concurso para a Cadeira de Literatura da FFLCH da Universidade de São Paulo. Torna-se, então, professor livre-docente.
Oswald viajou pela Europa mais de uma vez (antes e depois da I Grande Guerra) e a curiosidade pelo que acontecia nas artes foi fundamental para sua obra que é, sem sombra de dúvida, a masi arrojada obra de vanguarda que tivemos.#1,p39
Rever criticamente a cultura brasileira é a proposta do Manifesto do Pau-Brasil de 1924, que Oswald retoma e radicaliza na Revista Antropofágica (1928). a história do Brasil, sua economia política, sua cultura, suas artes, seus hábitos (culinária, vestimenta, etc.), tudo retomado liricamente em forma de poema, de prosa ou de poema em prosa, porque Oswald foi quem mais descaracterizou a tradicional divisão dos gêneros literários.#1,p39
Sua obra é desigual na qualidade, mas cheia de originalidade. Cultivou a poesia, o teatro, o romance, o memorialismo, o ensaio literário e filosófico. Iniciador da poesia-piada, telegráfica e jornalística. Foi um inimigo juramentado de militante do passado literário, mais precisamente do estilo parnasiano ao qual ele opunha o seu estilo rápido, telegráfico.
Faleceu em São Paulo, em 1954.
Obras:
Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) - prosa
A Estrela do Absinto (1927) - prosa Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade (1927)
Serafim Ponte Grande (1933) - prosa
A Escada (1934) - prosa Marco Zero: A Revolução Melancólica (1943) - prosa Chão (1945) - prosa O Homem e o Cavalo (1934) - teatro
A Morta (1937) - teatro
O Rei da Vela (1937) - teatro
Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão (1945)
O Escaravelho de Outro (1945) - poesia Os Condenados: Alma (1922) - prosa Ponta de Lança (1943-1944) - artigos e conferências Um Homem sem Profissão - Sob as Ordens de Mamãe (1954) - manifestos, memórias Telefonemas e Esparsos - crônicas e polêmicas ver mais...Paulista de Campinas, formou-se em Direito, em São Paulo. Depois de formado, exerceu a Promotoria Pública em Mogi-Mirim. Voltando a São Paulo tornou-se jornalista, a convite de Amadeu Amaral, deixando a advocacia. Foi, então, fazendo amizade com os futuros modernistas. Em 1916 publicou um livro em francês, em parceria com Oswald de Andrade. Participou da Semana recitando dois poemas. Depois, foi dos mais ativos redatores da revista Klaxon. Com os irmãos lutou ativamente na Revolução de 1932, o que lhe valeu um confortável exílio em Portugal. Voltando ao Brasil, exerceu as funções de secretário de escola e uma série de encargos oficiais. Faleceu em São Paulo, em 1969. #4,p38
Sua obra não apresenta muitas características modernistas, embora o poeta tivesse fortes ligações de amizade com o grupo modernista. Em sintese, pode-se dizer que Guilherme de Almeida é um poeta lírico tradicional, e também um artesão da língua portuguesa que fez versos perfeitos, do ponto de vista da métrica.
O modernismo de Guilherme de Almeida foi muito rápido, mas isso não pode negar a habilidade do autor na criação de versos, de rimas, ritmos e imagens que, mesmo ligadas ao passado deram-lhe popularidade. Sua formação cultural o colocou em contato com os antigos clássicos e seu gosto pela literatura tradicional é inegável, daí a retomada da lírica, comum no Renascimento, em Obra Camoniana, de 1956.
Além de conhecido pela poesia lírica, Guilherme de Almeida ganhou nome com poemas inspirados por temas nacionais: "Nossa Bandeira", "Moeda Paulista", "Canção do Expedicionário" e inclusive o poema "Acalanto de Bartira"criado em comemoração ao IV Centenário de São Paulo. Essas notas nacionalistas, de exaltação emotiva, estão muito próximas do espírito romântico, ao mesmo tempo em que a sua perfeição formal é típica do parnasiano.
Modernismo mas não arrojado.
lirismo que não se fixa nas mudanças modernistas.
Obras:
Nós (1917), A Dança das Horas (1919), A Frauta que eu Perdi (1924), Meu (1925), Raça (1925)
Ver mais... - Modernismo em Portugal - 1ª fase (Orphismo)
- Modernismo no Brasil - 2ª Fase (1930-1945)
- Panorama da época
Ao assumir o Poder, a 3 de novembro de 1930, Getúlio fecha o Congresso Nacional e suspende a vigência da Constituição de 1891. #4,p67,68
Em 1932, enfrenta, com auxílio do Exército, a Revolução Constitucionalista, da qual participaram vários modernistas paulistas, como Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia etc.
Em 1934 é promulgada a nova Constituição, que assegurava, entre outros, direitos femininos e uma série de direitos ao trabalhador.
Na década de trinta, surgem no Brasil dois partidos de conotaçào ideológica oposta: A Aliança Nacional Libertadora, de orientação esquerdista, dirigida por Luís Carlos Prestes, e a Ação Integralista Brasileira, de orientação direitista, versão brasileira do fascismo italiano e do nazismo alemão, dirigida pelo escritor modernista Plínio Salgado. Entre estas duas agremiações políticas dividem-se os intelectuais.
No campo literário, a década de trinta marca o predomínio do romance nordestino: "O Quinze", de Rachel de Queiroz (1930), "O País do Carnaval, de Jorge Amado (1932) e "Menino de Engenho, de José Lins do Rego (1932).
Em 1935 a Aliança Nacional Libertadora monta um levante militar que o Governo domina facilmente. Na repressão que se segue, são presos militares, políticos e intelectuais, inclusive Graciliano Ramos, que mais tarde relatará sua experiência terrível em "Memórias do Cárcere".
Em 1937 Getúlio, com o respaldo do Exército, manda fechar o Congresso Nacional e promulga uma nova Constituição. É o Estado Novo, de caráter ditatorial.
O Estado Novo cria o Departamento de Imprensa e Propaganda, organismo chefiado por Lorival Fontes, que faz a apologia do regime e censura a imprensa, empedindo a circulação de idéias contrárias.
Em 1942, depois de muitas hesitações, o Brasil declara guerra à Itália e à Alemanha. Envia, então, uma divisão à Itália em 1944. Os escritores Rubem Braga e Joel Silveira seguem para a Itália como correspondentes de guerra.
Em 1945, com o final da guerra e com a volta da tropa brasileira, aumenta a pressão política contra o Estado Novo.
Em 29 de outubro, o Exército cercou o Palácio do Catete. Era o fim do Estado Novo.
A década de 30
A década de 30 foi especialmente produtiva para a cultura brasileira. Nessa época em que o estilo moderno já não precisava combater os vestígios parnasianos, surgiram escritores que realizaram obras importantes dentro do modernismo. #4,p61
Em 1928, o escritor e, posteriormente, político José Américo de Almeida publicou o romance "A Bagaceira", obra que é consideraca pelos historiadores como o marco inicial do regionalismo. A publicação de "O Quinze", de Rachel de Queiroz, foi também muito significativa nesse período. Assim, a partir dessas publicações, o Nordeste passa a ser retratado com todos os seus problemas por destacados romancistas como José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos.
Enfim, durante os anos 30, surgiram poetas e romancistas de intensa repercussão na cultura brasileira. Poetas como Carlos Drummond de Andrade, que publicou em 1930 "Alguma Poesia". Romancistas como Érico Veríssimo, que reuniu alguns contos de sua autoria e publicou em 1932, no Rio Grande do Sul, a obra "Fantoches".
Na década de 30, também continuaram sua produçào os modernistas que participaram da Semana de Arte Moderna, como Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Cassiano Ricardo.
Análise do período
Os anos anteriores a essa nova geração foram marcados pela valorização de nossa cultura, pela redescoberta de nossas manifestações artísticas populares, pela renovação formal, pela quebra da estrutura tradicional do romance (ex. Macunaíma é uma rapsódia), pela farta produção de poesia, sem moldes preestabelecidos ou importados: interessa apenas o que é nativo.#1,p73
Não se pode dizes que houve uma oposição entre os modernistas históricos e os novos escritores da década de 30. Esses representam uma nova tendência: se os primeiros propunham uma nova literatura, os últimos, sem as preocupações de inovação formal, desenvolvem um neo-realismo voltado principalmente para o homem do Nordeste. Essa nova tendência literária está marcada por um quadro istórico que oferece novos componentes aos escritor.
A base desse neo-realismo é ampla: os novos escritores já vivenciaram a I Guerra, a crise da Bolsa de Nova Iorque e a expectativa gerada pela revolução Russa. É uma geração que presencia a escensão e a queda do nazismo e do fascismo, que observa os novos propósitos políticos representados pelo operário russo, e que já não se encanta com as inovações tecnológicas do mundo moderno.
A nível nacional, a industrialização crescente vai colocando em crise os valores dos velhos patriarcas do Nordeste, "coronéis" e senhores de engenho, que representavam a estrutura econômica de fundo escravista, baseada na cultura da cana-de-açucar.
A derrubada da República Velha, a revolução constitucionalista de 1932, o autoritarismo de Getúlio Vargas oficializado a partir de 1937 mo Estado Novo formam o quadro político a que os escritores da geraçào de 30 assistiram. O período é carregado pelo DIP (Departamenteo de Imprensa e Propaganda), que era o orgáo censor oficial, não consegue evitar a atuação de intelectuais e trabalhadores: obras de teor altamente crítico são divulgadas; durante a II Guerra eles exigem que o Brasil adira às nações mais democráticas; batalham contra a ditadura de Getúlio, contra o nazi-fascismo, contra a exploração da mão-de-obra, contra o desrespeito aos direitos humanos.
Houve um grande desenvolvimento no jornalismo e na literatura - apesar de serem dirigidos a um público mais erudito. Mas a partir da segunda metade da década de 30 o rádio produziu uma profunda transformação nos hábitos da sociedade brasileira: passa a ter um significado comercial (dita modas e produtos) e a informar o indivíduo sobre o que acontece na sua sociedade. É o meio de comunicação que leva uma grande parcela da população a tomar conhecimento da vida nacional. A classe média, situada no centro urbano é sem dúvida o ouvinte mais assíduo, e é nesse período que surgem os grandes ídolos (Orlando Silva, Francisco Alves, etc.).
A importância do rádio, seu impacto sobre a população, seu poder como agente de mudanças vai ser utilizado como instrumento de afirmação política do getulismo. O rádio une o Brasil, com música, noticiário, variedades, de manhã à noites. É o elo entre indivíduo e comunidade.
Nesse mesmo momento o ambiente mundial é difícil: os países aliados lutam contra a Alemanha, a Itália e o Japão, opondo-se à política sangüinária de Hitler e seus partidários. No Brasil, combate-se o regime ditatorial, e Getúlio sofre profundas críticas internas, que o obrigam a pedir ajuda do capital americano, ligando-se, dessa forma, ao bloco aliado. As contradições entre regime autoritário adotado no país e a política externa de apoio aos países democratas desestabiliza a política ditatorial de Getúlio.
Mal acabada a guerra, em outubro de 1945, Getúlio foi deposto pelo Exército. O ambiente de democracia que aparenta surgir logo após o golpe é bastante ilusório. Tenta-se legitimar, legalizar esse novo momento: uma nova constituição é aprovada por uma Assembléia Constituinte eleita livremente. Depois disso há eleições secretas e diretas, há há liberdade para a existência de qualquer partido, inclusive o Partido Comunista, que, fundado em 1922, sofrera grande perseguição na época getulista.
Mas nossa política continuava se deslocando conforme os ventos internacionais, tamanha era nossa dependência econômica. Depois da guerra, a URSS e o EUA passam a viver o período da guerra fria; é a corrida armamentista altamente sofisticada, nuclear, arrasadora.
Nessa período, o senador americano Eugene MacCarthy foi um exemplo contundente e eficaz da sinistra perseguição a intelectuais, artistas, atletas e cidadãos comuns, cujas idéias críticas pudessem sugerir alguma afinidade com a política soviética. Esse período, que se prolonga pelos anos 50, é chamado de "caça às bruxas".
O Brasil não desilude os EUA: o macartismo tupiniquim coloca o Partido Comunista Brasileiro na ilegalidade.
Eurico Gaspar Dutra, presidente depois da Nova Constituição, é substituído por Getúlio Vargas, que, eleito, volta ao poder sem golpes.
A democracia era precária: enquanto nos Estados Unidos o marcartismo já era combatido, no Brasil ele andava às soltas encoberto por banedeiras nacionalistas do tipo "O petróleo é nosso". O lema era lutar pelo que é nosso desde que não interferisse na relação entre capital e trabalho. Os conservadores não admitem as greves operários que "pipocam" nos principais centros urbanos e industriais. Acusam Getúlio de apoiar os movimentos sindicalistas. Em 1954 Getúlio suicida-se quando perde o apoio do Exército e uma conspiração militar é programada para derrubá-lo.
Em 1955, Juscelino Kubitschek é eleito para a presidência da República.
É nesse contexto que se desenvolve a segunda geração de modernistas brasileiros que, para fins didáticos, está situada entre 1930 e 1945. E, mesmo a terceira geração (pós-45) está intimamente ligada aos aconteceimentos desse período.
Características da 2ª fase
Nossa literatura, assim como a cultura de modo geral, se volta para o homem como meio e fim. E esse debruçar-se sobre o que é humano, no sentido social, acabará por despertar os modernistas portugueses. Começamos a influenciar a ótica dos lusitanos, e o "presencismo" ganha dissidentes: da literatura mais psicológica, mais voltada para o mundo pessoal e individual, começam a surgir obras sociais, que exarcebam os contrastes econômicos com o objetivo de realçar as contradições do sistema capitalista.#1,p74
Portanto nossa segunda geração de modernistas prepara as bases da geração neo-realista ou anti-presencista em Portugal. Nesse período, de 1930 a 1945, a literatura brasileira vai de encontro às propostas modernistas, buscando na cultura popular os seus temas e motivos. O regionalismo se impõe e a literatura social nordestina é predominante. A primeira obra publicada e reconhecida como marco desse regionalismo é o romance A Bagaceira(1928), de José Américo de Almeida (Paraíba, 1887-1980).
O interesse do escritor nordestino em escrever sobre sua região, sobre o homem e seus hábitos tão singulares vem desde o Naturalismo, com autores pouco conhecidos, mas de algum valor literário e documental (Manuel de Oliveira Paiva, Domingos Olímpio, etc.).
Esse interesse se sistematiza e é divulgado em 1926, no Congresso Regionalista de Recife, cuja principal atração é a figura de Gilberto Freyre, que une objetivos literários à sociologia, como mostra sua obra (Casa Grande e Senzala) que retrata o Nordeste sob novo enfoque, o da realidade, sem fantasia.
Logo após a publicação da obra de José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz publica dois romances que apresentavam a vida do homem cearense:O Quinze (1930) e João Miguel (1932).
Nessas obras a autora imprime características que vão além das do romance A Bagaceira: traduzem o sofrimento, a ação e os diálogos do cearense, criando uma literatura essencialmente popular, simples, de raízes regionais.
Esse farto material propiciará e facilitará que a autora escreva peças de teatro sobre temas locais (por exemplo, Lampião, 1953). Em 1936 à medida que o contexto histórico brasileiro se agudiza, escreve
, romance político na linha do neo-realismo. Posteriores a ela, vêm as grandes expressões de nossa literatura regional. - Autores do Modernismo brasileiro - prosadores da 2ª Fase
- José Lins do Rego (José Lins do Rego Cavalcanti) (1901-1957)
Nascido em Engenho Corredor, no Estado da Paraíba, é descendente de uma família de tradicionais produtores de açúcar.#4,p72
Viveu sua infância no engenho do avô e sua adolescência em João Pessoa. Estudou em Itabaiana e João Pessoa. Em 1919, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Fez, então, amizade com o importante sociólogo Gilberto Freyre - autor do hoje célebre "Casa-Grande & Senzala", que exerceu larga influência intelectual sobre ele. Quando jovem conheceu também José Américo de Almeida e Graciliano Ramos.
A partir de 1935 mudou para o Rio de Janeiro, mas, por ser apaixonado pela região de onde veio, continuou ligado ao Nordeste.#1,p75
Órfão de mãe, foi criado pelo velho avô, na casa-grande do Engenho Corredor, em Pilar(Paraíba); ele era o "sinhozinho" que via a vida difícil dos negros (apesar de haver sido abolida a escravidão), que vivia a experiência patriarcal - todos vivendo em volta e sob as ordens e vontades do senhor coronel do engenho. A isso opunha-se a experiência com sua tia Maria, a mulher que de fato substituiu sua mãe e que, como os demais que fizeram parte de sua infância, aparece em O Menino do Engenho (1932), primeira obra de José Lins do Rego.
O menino teve o privilégio de ver sua realidade sob dois ângulos: a do "sinhozinho" e a do moleque que, no meio da criadagem, dos pretos, via coisas e ouvia histórias sobre a própria família. Essa vivência permitiu-lhe escrever com um cunho bastante pessoal.
No Rio de Janeiro, José Lins do Rego tenta enveredar para a temática urbana, mas está marcado demais pelo testemunho vivo da decadência do engenho, do patriarcalismo do Nordeste e,por isso, suas melhores obras não são as que tratam do ambiente urbano.
Exerceu a profissão de promotor público e fiscal do imposto de consumo. Foi o romancista do ciclo da cana-de-acúcar, que contou a decadência da antiga e poderosa classe dos senhores de engenho e a ascensão da nova classe dos usineiros, o que fez com o auxílio de sua memória, pois colheu o material na sua infância, que foi passada num engenho do avô.#4,p72
A obra de José Lins do Rego reflete a época politicamente convulsiva da sgunda geração de modernistas, e ao mesmo tempo um ambiente rural e uma sociedade patriarcal posta em xeque frente à industrialização que ganhava força no Sul. Essa foi uma época de rupturas econômicas e políticas, agitações urbanas e lutas acirradas no sertão entre coronéis e cangaceiros, ou entre o exército e movimentos messiânicos.#1,p75
Sua obra fixa esse momento histórico do Brasil. Além da grande importância documental, é literariamente valorosa, quer pela sua simplicidade, quer pela criação de personagens que caracterizam os tipos regionais, ou sociais. Também a riqueza da linguagem, que é baseada na oralidade e no registro poético da fala da região, imprime gande valor à obra de José Lins do Rego.
O que sobressai em suas obras é a espontaneidade, o aproveitamento dos aspectos autobiográficos, a fixação de lendas e "casos" transmitidos por cantadores, a fala popular e tradicional do homem anônimo.
Sua obra extrapola o personalismo, a vivência individual, para mostrar a realidade decadente da cana-de-açúcar, do homem e de um sistema econômico. O autor não se encantou pela industrialização, ao contrário, desencantou-se com o desenvolvimento material representado pela usina que asfixiava o engenho. E nesse aspecto sua produção literária acaba por denunciar a economia cíclica que caracteriza a história do Brasil: os ciclos econômicos - pau-brasil, açúcar, mineração, pecuária - marcam uma economia planejada, gerando uma infindável seqüência de apogeu e crise e um número cada vez maior de "cidades mortas". A obra de José Lins do Rego é crítica na medida em que retrata essa realidade.
Apesar de receber prêmios (em 1941, com O Moleque Ricardo, em 1947, pelo romance Eurídice, apesar de obter a consagração do público e da crítica por suas obras, (Fogo Morto foi adaptado para o teatro, Jo'se Lins viajou para a Europa a convite do governo francês), em 1953 José Lins do Rego foi impedido de entrar nos EUA - para onde fora visitar sua filha. Era a época de maior força do macartismo, e José Lins carregava na bagagem algusn delitos: escrevera sobre realidade social e dera moradia a Graciliano Ramos, quando esse saíra da prisão, doente, sem rumo e sem dinheiro.
Seu passaporte não recebeu o visto de entrada; intelectuais brasileiros movimentaram-se em protesto, mas para a época sua bagagem continuava pesada e sobrecarregada por um crime que fora o de demonstrar seu espírito de solidariedade.
Obras:Sua produção pode ser classificada em três fases:
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o ciclo da cana de açúcar: estão inseridos os romances O Menino do Engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), Usina (1936) e Fogo Morto (1943)
o ciclo do cangaço, misticismo e seca: é a segunda fase, ligada à primeira, na qual estão inseridos os romances Pedra Bonita (1938) e Cangaceiros (1953)
outras temáticas: Incluem-se na terceira fase as obras que se distanciam das temáticas anteriores: os romances urbanos: Água-Mãe (1941) e Eurídice (1947) e todas as obras que apresentam um ambiente que não seja o Nordeste. - Graciliano Ramos (1892-1953)
Nasceu em Quebrângulo, Estado de Alagoas. Estudou em Maceió (num internato onde ficou seis anos), mas não chegou a cursar a universidade. Em 1910 estabeleceu residência em Palmeira dos Índios, Alagoas, onde se dedicou ao jornalismo e à política, chegando inclusive a ocupar o cargo de prefeito da cidade. Nesse período redigiu um relatório administrativo ao governador do Estado, que foi lido pelo editor José Olympio e que propiciou a publicação de Caetés, em 1933.#4,p64
Em 1914, depois da experiência de trabalhar com o pai (na loja "Sincera"), em Palmeira dos Índios, partiu para o Rio de Janeiro onde trabalhou como revisor dos jornais "Correio da Manhã", "A Tarde" e "O Século".#1,p76
Voltou do Rio logo depois (porque lhe morreram três irmãos e um sobrinho com peste bubônica) e, em 1915, casou-se, ficando viuvo cinco anos depois, com quatro filhos para criar. Por essa época escrevia crônicas para jornais de Macéio, Palmeira dos Índios e Paraíba do Sul (Rio de Janeiro).
Em 1928 casa-se com D. Heloísa que lhe dá mais quatro filhos (Ricardo Ramos, escritor contemporâneo, foi o primeiro deles).
Em Maceió, onde viveu durante alguns anos, Graciliano exerceu dois importantes cargos públicos: a chefia da imprensa e a Instrução do Estado (procurou atualizar os métodos educacionais e reformá-los). Em 1936 foi preso sob a acusação de ligação com a Intentona Comunista de 1935. De Maceió foi conduzido em porão de navio até o Rio de Janeiro e, depois, mesmo sem ser processado, foi internado na Ilha Grande. Dessa terrível experiência nasceram as "Memórias do Cárcere".#4,p64
Depois de libertado (uma ano depois), fixou-se no Rio de Janeiro (época em que José Lins do Rego o ajuda), onde deu continuidade a sua obra. Morando num quarto de pensão, com a mulher e as filhas menores, Graciliano recomeça a viver, tentando trabalho, enquanto era agraciado (A Terra dos Meninos Pelados deu-lhe prémio do MEC, em 1973, num concurso de literatura infantil). Nesse período Graciliano já era respeitadíssimo pelos romances que escrevera. Colaborou na imprensa e trabalhou para o Governo como redator.
Depois da Segunda Guerra Mundial, tornou-se um romancista popular e reconhecido pela crítica. Em 1952 viajou pela União Soviética e pelos países socialistas do leste da Europa. Deste percurso resultou a obra "Viagem". Os romances de Graciliano Ramos ambientam-se no Nordeste e refletem a problemática dessa região.
Graciliano Ramos tornou-se um dos escritores mais importantes da literatura brasileira, sendo inclusive comparado por alguns críticos, no plano de estilo, a Machado de Assis. #4,p65
Um dos casos raros de escritor vivo reconhecido dentro e fora do Brasil, Graciliano foi para paris em 1952: recebera convite para participar das comemorações dos 150 anos do nascimento de Vítor Hugo. De abril a junho viajouu e foi conhecer a Tchecoslováquia e a União Soviética.#1,p77
Morreu em 1953, vitimado por câncer, o escritor que representa o que há de mais importante e de mais crítico no moderno romance brasileiro.
Apesar de ter vivido 17 anos no Rio de Janeiro, sua obra é o retrato de um outro mundo, o mundo árido da seca, do sertão, do latifúndio, do patriarcalismo, de um Nordeste amargo, em que as injustiças chicoteiam o homem e sua consciência.#1,p77
Cadas personagem de Graciliano representa as dores, as angústias, os conflitos interiores que estão ligados ao meio: homem e meio são inseparáveis. Em São Bernardo, Paulo Honório se transforma de criança enjeitada em fazendeiro corrupto e inescrupuluso. O que lhe interessa é o poder sobre a terra, sobre os homens. Apesar de ser a expressão do poder, o narrador-personagem nos dá a sua dimensão psicológica que se constitui de força e fraqueza, coragem e covardia.
Em Angústia, o objetivo crítico do autor está ligado à perspectiva da vida de um funcionário de Maceió, com seus sonhos e o contato direto com o que há de mais degradante. Romance psicossocial como os demais de Graciliano, supera-nos na medida em que a personagem - bem consciente do meio no qual vive - procura olhar criticamente a sociedade e se auto-analisar. Isso não impede, porém, que Luís da Silva chegue ao homicídio: matando Julião Tavares, seu rival, ele procura matar a força do dinheiro, o símbolo do poder sócio-econômico de uma sociedade que para ele é um eterno pesadelo. Mas nada muda. Luís da Silva, no desenrolar da narrativa, emaranha-se, fragmenta-se e neurotiza-se, refletindo muito do homem contemporâneo, do centro urbano, do homem desintegrado pela falta de perspectiva de vida.
O contrário de Paulo Honório e Luís da Silva é Fabiano, personagem de Vidas Secas, único romance de Graciliano Ramos escrito em terceira pessoa. Nessa obra o autor penetra no mundo de Fabiano e sua mulher, Sinhá Vitória, mundo seco de um nordeste sem chuva. E conciliando o aspecto psicossocial, o autor fala do homem, descreve sua vida, suas incertezas, seus sonhos (para Sinhá Vitória, a cama de couro ou o vestido de chita), a vida de luta numa região adversa e a exploração a que tem de se submeter. E é daí que vemos a perfeita identidade entre seres humanos e animais: Fabiano sonha com um lugar em que possa trabalhar, sem seca, onde possa comer e dar de comer à família, enquanto a cadela Baleia, faminta, morre sonhando com muitas "preás". Sonho e delírio, vida e morte se misturam. E essa situação se repete no primeiro e no último capítulos da obra, onde Fabiano e a família fogem da seca. Em outras palavras, o leitor percebe que o final da obra é o recomeço de um novo êxodo: início e fim não são antagônicos, apenas simbolizam e caracterizam uma realidade sem ponto final, que é a eterna fuga do Nordeste seco.
A obra Vidas Secas foi adaptada ao cinema em 1953, por Nelson Pereira dos Santos, e, em 1963, foi o primeiro romance latino-americano publicado pela William Faulkner Foundation, da Universidade do Texas.#1,p78
A cada obra publicada por Graciliano Ramos, há um amadurecimento na sondagem do ser humano. Entrando em profundidade na relação homem-meio, Graciliano acaba por perder seu caráter de autor regionalista.
As emoções retratadas, as fraquezas a subcondição humana, a ambição do poder etc. acabam por transformá-lo em escritor que rompe os limites de Maceió e Alagoas: o homem de que ele trata é o homem que existe em quaquer ponto do planeta, com suas misérias, sonhos e dúvidas existenciais.
Além dessa importante trilogia - São Bernardo, Angústia, Vidas Secas -, há as obras que foram publicadas postumamente, e entre elas as que têm caráter de confissão (Memórias do Cárcere, Infância, Viagem, Linhas Tortas, Viventes das Alagoas). Nelas o autor não perde a profundidade porque o tom confessional não o separa do mundo no qual vive. Homem e mundo, a questão da liberdade individual e social, e o problema da solidão são temas dorsais do conjunto de sua obra.
Graciliano tem uma linguagem bem diferente da usada pelos modernistas históricos: apesar de todo o respeito pela oralidade, revelado pela fala das personagens, o português que o narrador utiliza é formal. Sua sintaxe é clássica; em termos de morfologia, evidetemente, o substantivo prevalece: o que lhe interessa é o mundo, as coisas com seus nomes. O adjetivo é numericamente escasso. Tudo isso contribui para que sua linguagem seja seca, objetiva, despojada das renovações radicais dos primeiros modernistas e também das impressões subjetivas dos autores do século anterior.
Obras:
Caetés (1933), São Bernardo (1934), Angústia (1936), Vidas Secas (1938), Insônia (1947) (contos), Infância (obra de memórias, 1945), Memórias do Cárcere (1953), Viagem (1954), Alexandre e Outros Hérois (contos, 1962), Linhas Tortas (Crônicas, 1962) e Viventes das Alagoas (crônicas, 1962).
Ver mais.. - Jorge Amado (Jorge Amado de Faria)(1912-)
Nasceu em Itabuna (Ferradas), na Bahia, em 1912. Em 1914 a família transferiu-se para Ilhéus, também na Bahia e na região do cacau que mais tarde o romancista cantaria tão bem. Estudou em Ilhéus e em Salvador (sua formação inicial foi com os jesuítas). Filho de um comerciante que consegue tornar-se proprietário de terras ao Sul da Bahia, importante região de cacau. Formou-se em direito pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro.#4,p77,78
Publicou seu primeiro livro em 1931 (País do Carnaval). A partir de 1932 exerceu forte atividade política através do Partido Comunista. Nessa época viajou pela América Latina. Sua obra começa a ganhar popularidade nacional e internacional, ainda na década de 30, suas obras são traduzidas para vários idiomas.
Viaja pelo Brasil e pela América Latina, constatando que a miséria é uma só. Em contato com leituras russas e norte-americanas de linha crítica, Jorge Amado vai-se fixando e se popularizando como autor de esquerda.#1,p78
Em 1946, é eleito deputado federal (por São Paulo) pelo Partido Comunista Brasileiro, e quando é decretada a extinção do partido ele foi exilado (1948-1952) pela ditadura estadonovista. Depois desse episódio viajou pela Europa e residiu, inclusive, algum tempo em países do leste europeu (seus livros vão ser muito divulgados nos países socialistas). De volta ao Brasil na década de 50 afastou-se do comunismo.#4,p77,78
Sua antiga participação política, seu tempo de luta e exílio pertencem a um passado que ele registrou em Subterrâneos da Liberdade (1952).#1,p79
A obra de Jorge Amado está ligada fundamentalmente à Bahia e ao seu povo. Alguns dos seus livros ambientam-se em Salvador, como, por exemplo, "Dona Flor e Seus Dois Maridos, e "Quincas Berro Dágua"; outros ambientam-se no sul da Bahia, na zona cacaueira, como, por exemplo, "São Jorge dos Ilhéus" e "Terras do Sem-Fim".#4,p77,78
Nos romances "Suor e Cacau"Jorge Amado descreve a vida dos pobres da Bahia. Em "Capitães de Areia" aborda a vida de alguns tipos marginais (atuais trombadinhas). A partir de "Gabriela, Cravo e Canela", abandona certos esquemas ideológicos e passa a descrever com mais ênfase o povo baiano, seus costumes e tradições (fase populista).#4,p77,78
Em Tieta do Agreste, Jorge Amado revela uma nova postura: a do compromisso ecológico.#1,p79
Pode-se afrimar que, no seu conjunto, a obra de Jorge Amado atravessa duas etapas diferentes, a primeira das quais engloba todas as obras anteriores a Gabriela, Cravo e Canela (1958); é a fase em que o autor escreve romances críticos, voltados para o compromisso de denúncia social.
Nessa primeira etapa, Jorge Amado é um autor regionalista, sua personagem principal é o homem do povo, o tema é a exploração do homem pelo próprio homem. Os trabalhadores braçais, os plantadores de cacau, os marinheiros, os pescadores e as prostitutas são exemplos, entre outros, da realidade que ele quer denunciar. A visão crítica de Jorge Amado progride de tal forma que, do romance social, ele passa para o romance político.
Além desses aspectos é comum o intenso lirismo poético com que Jorge Amado caracteriza a terra, a plantação, o homem, o amor, etc. Essa poesia, associada aos ideais políticos, confere a essa primeira etapa uma tendência épica e lírica que leva o leitor a ter contato com duas emoções opostas: revolta e profunda emoção.
A essa fase estão ligadas obras importantes como os romances urbanos de Salvador: Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães de Areia (1937), a biografia ABC de Castro Alves (1941), os romances Terras do Sem Fim (1942), São Jorge dos Ilhéus (1944), Bahia de Todos os Santos (guia turístico da cidade, 1945) e Seara Vermelha (1946).
A partir de 1958, com a publicação de Gabriela, Cravo e Canela, inicia-se a segunda etapa de Jorge Amado: fase atual, de crônica de costumes, menos compromissada com os ideais políticos de esquerda.
Nessa fase, os tipos criados pelo autor são símbolos avessos à ordem social; personagens e ambientes fantásticos (Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966), pitorescos (Gabriela, Cravo e Canela, 1958) e profundamente sensuais.
Apesar da mudança evidente, é preciso assinalar que em Farda, Fardão, Camisola de Dormir, 1979, o autor volta à postura de crítico mordaz e necessariamente impiedoso: a obra denuncia os tempos do Estado Novo - que se assemelham so tempos posteriores ao golpe de 1964 - e narra as manobras inescrupulosas armadas para a eleição de um novo membro à Academia. O aspecto crítico dessa obra, a denúncia de um regime arbitrário e do cenário cultural do país levam o leitor a redescobrir características do Jorge Amado da primeira etapa.
Seja o autor político, lírico e épico da etapa inicial, ou o cronista de costumes da fase seguinte, com histórias domésticas e picantes, em cenários urbanos, o certo é que Jorge Amado é um dos autores que mais produzem. O tema da liberdade em suas obras sofreu mutações, ora associado a uma mudança econômica e política, ora ligado à liberação do corpo em oposição à moral tradicional, mas esse tema permanece com eixo caracterizador de sua obra.
Obras:
O País do Carnaval (1931), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar Morto (1936) Capitães de Areia (1937), Gabriela, Cravo e Canela (1958)
Ver mais.. - Érico Veríssimo (1905-1975)
Nasceu em Cruz Alta, região serrana do Rio Grande do Sul. Estudou em Porto Alegre. Pretendia estudar no exterior, mas problemas econômicos da família o impediram. De volta a Cruz Alta tornou-se sócio-proprietário de uma farmácia, que mais tarde faliu. Por volta de 1930, retornou a Porto Alegre e foi trabalhar na Editora Globo, onde secretariou uma revista, traduziu e editou livros importantes da literatura universal. #4,p85,86
Em 1932, estreou com um volume de contos. Fantoches, e com o tremendo marco editorial de Olhai Os Lírios dos Campos tornou-se paulatinamente um escritor profissional, vivendo dos seus direitos autorais. Durante três décadas foi, juntamente com Jorge Amado, o escritor mais popular do Brasil. Na década de 40, lecionou literatura brasileira nos Estados Unidos e, nos anos 50, trabalhou em um dos departamentos da Organização dos Estados Americanos.
A primeira fase da obra de Veríssimo é composta por romances ambientados em Porto Alegre ou em pequenas cidades do interior do Estado, retratando os costumes e os hábitos da pequena burguesia gaúcha.
Sua obra mais importante é O Tempo e o Vento, conta a história do Rio Grande do Sul, através de várias gerações da família Terra Cambará, que participa de todos os acontecimentos históricos do Estado sulino.
Depois de concluir O Tempo e o Vento, Veríssimo continuou sua produção literária com o Senhor Embaixador, no qual, cria um país imaginário, chamado Sacramento. Nessa obra aborda os problemas da Guerra do Vietnam e é ambientado no sudoeste asiático. Sua última obra de ficção é Incidente em Antares, na qual realizou interessantes experiências com o realismo fantástico.
Representante do regionalismo do Sul
Evoluiu do romance romântico para o romance político social
Obras:
Fantoches (1932) (contos), Clarissa (1933), Música ao Longe (1935), Caminhos Cruzados (1935) Olhai os Lírios do Campo (1938)
O Tempo e o Vento - O Continente (1949)
O Tempo e o Vento - O Retrato (1951)
O Tempo e o Vento - O Arquipélago (1961)
Incidente em Antares (1971)
Ver mais... - Rachel de Queiroz (1910-)
Escritora cearense, nascida em Fortaleza. Transferiu-se mais tarde para o Rio de Janeiro. Manteve durante muitos anos uma crônica semanal na revista O Cruzeiro.#4,p73
Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Seu ingresso data de 4 de março de 1977.
Sua obra inclui dois romances ambientados no Ceará: "O Quinze" e "João Miguel"; um romance político: "Caminho de Pedras"; e um romance psicológico: "As Três Marias".
Obras:
O Quinze (1930), João Miguel (1932), Caminho de Pedras (1937), As Três Marias (1939)
Ver mais... - Cyro dos Anjos (1906-)
Escritor mineito, nascido em Montes Claros, onde viveu até a juventude. Estudou Direito em Belo Horizonte. Depois de formado trabalhou como advogado, funcionário público e jornalista. Exerceu importantes cargos públicos e chegou inclusive a ser leitor de Estudos Brasileiros no México e em Portugal. Pertence à Academia Brasileira de Letras. Sua obra mais importante é O Amanuense Belmiro, romance com estrutura de diário íntimo. #4,p93,94
De certo modo, Cyro dos Anjos realizou o romance intimista que estuda a alma humana, sendo por isso um romancista da linha de Machado de Assis
Obras:
O Amanuense Belmiro (1937), Abdias (1945), Montanha (1956)
Ver mais... - Octávio de Faria (1908-)
Nasceu no Rio de Janeiro e se formou em Direito pela Faculdade Nacional de Direito. Trabalhou na imprensa e demonstrou especial interesse pelo cinema. #4,p,94
Sua obra é constituída por ciclo de romances sob o título geral de "Tragédia Burguesa", na qual o romancista procura revelar os problemas da burguesia.
Obras:
Mundos Mortos(1937),Os Caminhos da Vida (1939)
Ver mais... - José Geraldo Vieira (1897-1977)
Romancista carioca, estudou com os Salesianos do Rio de Janeiro e se formou em Medicina em 1919. Exerceu a profissão como médico radiologista. Mais tarde visitou a França e a Suiça. Trabalhou também como jornalista e tradutor, destacando-se comoo crítico de Artes Plásticas. Sua obra introduziu o romance brasileiro no espaço internacional. #4,p,95
Obras:
A Mulher que Fugiu de Sodoma (1933), Território Humano (1936)
Ver mais...
- José Lins do Rego (José Lins do Rego Cavalcanti) (1901-1957)
- Autores do Modernismo brasileiro - poetas da 2ª Fase
- Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Mineiro de Itabira, estudou em Itabira e em Belo Horizonte, onde se formou em Farmácia, em 1925, e se integrou a um grupo de amigos interessados em literatura: João Alphonsus, Emílio Moura, Martins de Almeida, Pedro Nava, Abgar Renault, Milton Campos. Exerceu o jornalismo escrevendo no Diário de Minas, no Minas Gerais e no Diário da Tarde. Como funcionário público do MEC, muito contribuiu para a fundação do Instituto Nacional do Livro (FENAME). Trabalhou também com afinco na profissionalização do escritor brasileiro. #4,p,97,98
Atravessou a 2ª fase modernista, a geração de 45 e os movimentos de vanguarda que se sucedem a partir de 1950
Obras:
Alguma Poesia (1930, Brejo das Almas (1934), Sentimento do Mundo (1940) Boitempo & A Falta que Ama (1968), Menino Antigo - Boitempo II (1973) Esquecer para Lembrar - Boitempo III (1979)
Ver mais... Textos/Fragmentos e poemas:
"Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra."
- Cecília Meireles (1901-1964)
Nasceu no Rio de Janeiro e, por ter perdido os pais muito cedo, foi educada pela avó, Jacinta Garcia Benevides. Fez o primário na Escola Estácio de Sá e ao final do curso recebeu uma medalha de outro das mão do poeta Olavo Bilac. Diplomou-se professora em 1917 e começou a lecionar. Estréia no livro em 1919 com o volume "Espectros". Colaborou na imprensa e foi uma das reformadoras da educação nacional. Em 1934 criou uma das primeiras bibliotecas infantis do nosso País. em 9135 foi nomeada professora de literatura luso-brasileira da recém-fundada Universidade do Distrito Federal. Nos anos 40 a poetisa lecionou na Universidade do Texas e visitou o Uruguai. Nos anos 50 visitou a Índia. Conheceu muitos países: Portugal, Estados Unidos, México, Uruguai, Argentina, Espanha, Israel, Holanda e França. Essas viagens foram de muita importância para a sua carreira de escritora. #4,p,102,103
Dentro do estilo modernista Cecília representou a tendência católica, compondo com Tasso da Silveira, Murilo Araújo e Andrade Muricy o grupo de poetas cariocas agrupados em torno da revista Festa.
Dentro de sua obra poética destaca-se o "Romanceiro da Incofidência, que exigiu dela longos anos de pesquisa.
Toda obra de Cecília foi escrita em uma linguagem de alta qualidade e revela maestria na feitura de versos tanto livres, quanto rimados.
Integrante da revista Desta, de tendência espiritualista.
Poesias neo-simbolistas.
Obras:
Nunca Mais... e Poema dos Poemas (1923), Viagem (1939), Vaga Música (1942)
Mar Absoluto e Outros Poemas (1945), Romanceiro da Inconfidência (1953)
Ver mais... - Vinícius de Moraes (Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes) (1913-1980)
Nasceu no Rio de Janeiro e estudou na Escola Afrânio Peixoto e posteriormente com os jesuítas no Colégio Santo Inácio. Na faculdade de Direito o poeta tornou-se amigo do romancista Octávio de Faria, que muito ajudou a desenvolver sua literariedade. #4,p,113,114
Em 1935 publicou "Forma e Exegese". na Livraria José Olympio, torna-se amigo de muitos intelectuais: Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Osório Borba, Armando Fontes, Agrippino Grieco, Lúcia Miguel Pereira. Mais tarde tornou-se amigo de Manuel Bandeira, que, segundo o próprio Vinícius, teve forte influência em sua produção poética.
Em 1938 ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar em Oxford, voltando ao Brasil quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial.
Em 1943 ingressou por concurso na carreira diplomática. Serviu em Los Angeles (EUA), Barcelona (Espanha), Montevidéu (Uruguai) e Paris (França).
Aposentado pela Revolução de 1964, dedicou-se profissionalmente à música, como compositor e intérprete. Já na década de 50, Vinícius fora, juntamente com o maestro Antônio Carlos Jobim, um dos criadores da "bossa nova", movimento musical brasileiro de repercussão internacional. Mais tarde, manteve produtiva parceria com o músico Antônio Pechi, o famoso Toquinho.
Iniciou sua obra escrevendo poemas de caráter místico, voltados para problemas religiosos e metafísicos, inclusive com a presença da idéia do pecado. Nesta fase incluem-se os livros: "O Caminho Para a Distância", "Forma e Exegese", e "Ariana, a Mulher". A partir de "Cinco Elegias, o poeta volta-se para a vida terrena e para os amores sensuais, abordando também problemas sociais, como no poema "Operário em Construção".
Vinícius foi um mestre do soneto, um dos poetas mais populares do Brasil.
As poesias amorosas são predominantes.
Parceiro de grandes compositores: Chico Buarque de Holanda, Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, etc.
Obras:
O Caminho para a Distância (1933), Ariana, a Mulher (1936), Orfeu da Conceição (1956) - teatro
Para viver um Grande Amor (1962) - crônicas
Ver mais... - Jorge de Lima (1895-1953)
Nasceu em Alagoias e estudou em Maceió, em Salvador e no Rio de Janeiro. Formou-se em Medicina e exerceu a carreira de médico em Maceió e no Rio de Janeiro. Interessou-se também pela política e foi vereador no Rio de Janeiro. Já adulto converteu-se ao catolicismo. #4,p,107
Sua obra começou dentro das normas parnasianas no livro XIV, onde se encontra o poema "O Acendedor de Lampiões", que foi durante muitos anos página obrigatória das antologias brasileiras.
Aderindo ao Modernismo na década de 20, Jorde de Lima, assumiu, dentre outras características modernistas, o verso livre.
No Modernismo, representou a corrente católica, escrevendo poemas de características religiosas. Fez também belos poemas falando sobre os negros.
Obras:
Poesias:
XIV Alexandrinos (1914), O Mundo do Menino Impossível (1925), Poemas (1927), Novos Poemas (1929), Poemas Escolhidos (1932), Tempo e Eternidade (1935), em colaboração com Murilo Mendes, Quatro Poemas Negros (1937), A Túnica Inconsútil (1938), Livro de Sonetos (1949), Anunciação e Encontro de Mira-Celi (1950), Invenção de Orfeu (1952), Castro Alves - Vidinha (1952)
Ver mais... - Murilo Mendes (Murilo Monteiro Mendes) (1901-1975)
Poeta, mineiro de Juiz de Fora, praticou inumeras atividades. A partir de 1953, foi viver na Europa, fixando-se em Roma em 1957. Faleceu em Lisboa. #4,p,108
No Modernismo, durante a década de 30, apresentou, juntamente com Jorge de Lima, tendência católica.
Sua poesia é muito hermética.
Obras:
Poemas (1930),História do Brasil (1932),Tempo e Eternidade (1935), O Sinal de Deus (1936), A Poesia em Pânico (1936)
Ver mais.. - Pós-modernismo em Portugal: (Neo-realismo e tendências contemporâneas)
- Antônio Alves Redol (1911-1969) - Obra: Gaibéus (1939) - Primeiro escritor neo-realista.
- Manuel da Fonseca (1911-) - Obra: Cerro Maior (1944), Seara do Vento (1939)
- Carlos de Oliveira (1921-1981) - Obra: Uma Abelha na Chuva (1953), Pequenos Burgueses (1948)
- José Cardoso Pires (1925- ) - Obra: O Delfim (1968)
- Augusto Abelaira (1926- ) - Obra: A Cidade das Flores (1959), Bolor (1968)
- Virgílio Ferreira (1916- ) - Obra: Vagão J (1946), Manhã Submersa (1955)
- José Gomes Ferreira (1916- ) - Obra: Viver Sempre Também Cansa (1931)
- Pós-modernismo no Brasil
- Geração de 45
- Péricles Eugênio da Silva Ramos
- Ledo Ivo
- Geir Campos
- Tiago de Melo
- Bueno de Rivera
- João Cabral de Melo Neto
- Domingos Carvalho da Silva
- Paulo Mendes Campos
- Mauro Mota
- Alphonsus de Guimarães Filho
- Paulo Bonfim
- Darcy Damasceno
- Marcos Konder Reis
- Panorama da época
- Autores Pós-modernistas brasileiros
- Guimarães Rosa (João Guimarães Rosa) (1908-1967)
- Clarice Lispector (1925-1977)
- João Cabral de Melo Neto (1920-)
- Dalton Trevisan (1926-)
- Osman Lins (1924-1978)
- Crônica
- Rubem Braga
- Fernando Sabino
- Paulo Mendes Campos
- Flávio Nogueira Rangel
- Lourenço Carlos Diaféria
- Maluh de Outro Preto
- Cecília Meireles
- Eneida
- Clarice Lispector
- Carlos Heitor Cony
- Henrique Pongetti
- Manuel Bandeira
- Ledo Ivo
- Henfil
- Ribeiro Coutro
- Álvaro Moreyra
- Elsie Lessa
- Carlos Drummond de Andrade
- Poesia Concreta
- as palavras aparecem "jogadas" no papel sem constituirem orações;
- o espaço do papel é usado;
- o poema admite a leitura em várias direções;
- o poema usa várias repetições sonoras;
- Principais Escritores outros países (século XX)
- Albert Camus ()
- Aldous L. Huxley ()
- Alexander Soljenitsin ()
- Angel Astúrias ()
- Ernest Hemingway (1898-1961)
- Franz Kafka (1883-1922)
- Gabriel G. Marques ()
- James Joyce (1882-1941)
- Jean Cocteau (1889-1963)
- Jean-Paul Sartre (1905-)
- John dos Passos ()
- John Steinbeck (1902-1969)
- Júlio Cortázar ()
- Jorge Luís Borges ()
- Marcel Proust (1871-1922)
- Norman Mailer (1924-)
Romancista norte-americano, autor de "Os Nus e os Mortos";
- Pablo Neruda ()
- Paul Valéry (1871-1945)
- Sinclair Lewis ()
- Thomas Mann (1875-1955)
- William Faulkner (1897-1962)
Período compreendido entre os séculos XII e XV correspondente à Idade Média, caracterizado por um sistema social denominado feudalismo.
Três camadas rigidamente distintas marcam a hierarquia da sociedade feudal:
a) Nobreza - detinha o poder sobre as terras e as pessoas que nela trabalhavam (vassalagem)
b) Clero - extremamente rico, graças à posse de grandes extensões territoriais
c) Povo - classe numericamente maior porém politicamente a menos importante
Os senhores feudais (nobres) eram proprietários dos feudos, aldeias circundadas por terras cultiváveis; nessas terras o povo trabalhava.
A terra era o índice da fortuna de um homem e era disputada constantemente através de guerras.
Para se defender os nobres contratavam guerreiros, formando espécie de exercito, que eram pagos em terra.
Dessa troca, surge a figura do vassalo, homem que, ao receber o feudo, jurava fidelidade e serviço ao seu senhor e essa relação denominas-se vassalagem.
A possibilidade de passagem de uma classe para outra era praticamente impossível, pois qualquer tentativa nesse sentido eqüivalia a contrariar a vontade de Deus.
A figura de Deus domina toda a cultura da época, gerando uma visão de mundo baseada no teocentrismo, ou seja, Deus como o centro do Universo.
A Igreja medieval exprimia o modo de pensar da classe dominante e se baseava na idéia de que a natureza humana é apenas uma expressão da vontade divina.
A autoridade da Igreja, dominando a cultura medieval, levou a uma concepção de mundo segundo a qual todas as coisas terrenas estão ligadas ao mundo divino.
O homem é colocado num plano subalterno, sendo a salvação da alma sua preocupação básica.
O poeta da época era chamado trovador e as poesias eram feitas para serem cantadas, e por isso chamadas de cantigas.
Haviam dois tipos:
a lirico-amorosa: cantiga de amor e cantiga de amigo;
a satírica: cantiga de escárnio e cantiga de maldizer;
Uma cantiga, que tornou-se conhecida como "A Ribeirinha", escrita por Paio Soares de Taveiros dedicada a Maria Pais Ribeiro, escrito em 1198, é o mais antigo texto literário escrito em língua portuguesa.
O fim desse período é didaticamente determinado pela data de 1418, ano em que Dom Duarte nomeou Fernão Lopes como conservador do arquivo do Reino (Guarda-Mor da Torre do Tombo).
O Humanismo caracteriza-se por uma visão nova do homem em relação a Deus e, consequentemente, em relação a si mesmo.
Essa nova atitude diante da realidade decorre de mudanças ocorridas no contexto político e sócio-econômico da época.
As três classes sociais existentes não apresentavam mais limites tão rígidos e distintos. As cidades oferecem uma nova opção aos camponeses que abandonam o campo. Esse fato propícia o início do afrouxamento do regime feudal de servidão.
Surge uma nova classe: a burguesia (burgos = cidade), e o comércio é a sua base de sustentação.
Nessa época também têm início as grandes navegações que levam a uma valorização crescente das conquistas humanas.
Como conseqüência dessa nova realidade social, o Teocentrismo começa a ruir, paralelamente à valorização do Antropocentrismo (o homem como centro do universo).
Este período está delimitado pelos marcos meramente didáticos que conhecidem com a nomeação em 1418 de Fernão Lopes como Guarda-Mor da Torre do Tombo. Essa nomeação reflete uma mudança de mentalidade em Portugal, visto que ele é o primeiro historiador com visão científica do fato histórico, o que se constituía em novidade para a época.
E 1527, volta da Itália, onde permanecera por seis anos, o poeta Sá de Miranda, trazendo novas idéias a respeito da arte. A difusão dessas idéias tem importância fundamental, a ponto de marcar o início do Renascimento português, cujas raízes assentam no Humanismo.
O Humanismo é considerado um período de transição.
A prosa, a poesia e principalmente o teatro produzidos nesse período refletem essa transição.
A prosa doutrinária, dirigida principalmente à nobreza, com finalidade fundamentalmente didática na crônica, a maior parte dos textos eram simplesmente compilados e colocados em ordem sem crítica por parte do cronista, que não passava de um compilador.
Fernão Lopes é o grande cronista da época, mudando essa concepção, fazendo uma crônica crítica, que resulta de investigação própria. Merecem destaque ainda como cronistas: Gomes Eanes de Zurara e Rui de Pina.
A poesia deste período compreende a chamada poesia palaciana, documentada através de uma coletânea feita por Garcia de Resende e publicada em 1516 com o nome de Cancioneiro Geral.
Gil Vicente (1465?-1536?), considerado o criador do teatro escrito em língua portuguesa apresenta em suas obras a característica fundamental desse período de transição.
A obra de Gil Vicente pode ser dividida didaticamente em dois blocos: Autos e Farsas
Autos: tinham a finalidade de divertir, moralizar ou difundir a fé cristã, os assuntos podiam ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos. Os principais são: Monólogo do Vaqueiro, Auto da Alma, Auto da Feira, Auto da Índia, Trilogia das Barcas (compreendendo: Auto da Barca da Glória, Auto da Barca do Inferno e Auto da Barca do Purgatório.
Farsas: Em geral eram irreverentes, pois criticavam os costumes da época, tinham um só ato e poucos atores. As principais são: Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira, Quem tem Farelos?, Farsa dos Almocreves, Juiz da Beira.
O novo estilo de época que caracteriza o Renascimento recebeu diferentes denominações na Europa, conforme suas manifestações. Em Portugal, costuma-se chamá-lo de Quinhentismo (1500) ou Classicismo, e abrange o período de 1527 a 1580.
1527 é o ano que o poeta Sá de Miranda, retorna a Portugal trazendo novas idéias a respeito da arte e o ano de 1580 marca o fim do Renascimento em Portugal, com a passagem do país ao domínio espanhol e com a morte do maior poeta da época: Luís de Camões. O nome Classicismo decorre da "ressurreição" dos escritores clássicos da Antigüidade greco-latina, cuja leitura vai influenciar decisivamente o modo de viver e de se expressar da época. Através da leitura desses autores, aprenderam-se correntes de pensamentos, doutrinas políticas e concepções de história que vinham ao encontro dos anseios do homem renascentista. Por isso, o Classicismo é conhecido também como Renascimento, uma vez que a cultura grega já se caracterizava por uma visão antropocêntrica de mundo.
Com o novo clima que marcou o Renascimento (euforia, confiança e otimismo) permitiu uma nova leitura das obras do mundo greco-latino, que agora eram lidos com menos preconceito e com possibilidade de compreensão mais ampla, antes eles eram lidos para servirem apenas de fundamento à teologia vigente.
Os clássicos passaram a ser considerados como modelos de perfeição estética. A imitação dos antigos gregos e latinos vai ser a regra, e desta imitação decorrem as principais características da literatura desse período: racionalismo, universalismo, perfeição formal e super valorização do homem.
Apesar dessas mudanças, não se pode afirmar que o espírito medieval tenha desaparecido por completo durante o período clássico.
Em relação ao Classicismo português, podemos estabelecer o seguinte quadro sintético:
Luís Vaz de Camões (1525?-1580) é o mais importante escritor do Classicismo português, manifestou o espírito do Renascimento através de uma obra que pode ser dividida em:
1. poesia lírica: em que o amor e o destino do homem são temas constantes.
2. poesia épica: em que recria a história do povo português na epopéia Os Lusíadas.
3. teatro: escreveu à maneira medieval (Auto de Filodemo) e à maneira clássica (Anfitriões).
A Carta de Pêro Vaz de Caminha inaugura o que se convencionou chamar Literatura Informativa sobre o Brasil.
Textos que merecem destaque:
1. Pedro Magalhães Gandavo: Tratado da Terra do Brasil (1576), História da Província de Santa Cruz a que Vulgarmente Chamam Brasil (1576)
2. Gabriel Soares de Souza: Tratado Descritivo do Brasil (1587)
3. Cartas de missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos de catequese.
Vieram ao Brasil muitos religiosos para catequizar nossos índios. Entre os que chegaram, merecem destaque a expedição chefiada por Manoel da Nóbrega (1549).
Em 1553 chega outro grupo de jesuítas, entre os quais estava o Pe. José de Anchieta.
Além de escrever cartas, sermões, estudos lingüísticos e históricos, Anchieta foi poeta e teatrólogo.
O Panorama europeu do século XVII se caracterizava pela existência de conflitos de ordem religiosa, política econômica e social.
Aumento da influência da burguesia, graças ao desenvolvimento do capitalismo mercantilista Leia sobre Rev. Comercial
Término do ciclo das grandes navegações.
Pessimismo reinante entre os portugueses, decorrente do domínio espanhol a que estavam submetidos desde 1580.
Reforma Protestante, liderada por Calvino e Lutero, que se solidifica na Inglaterra e Holanda, fazendo dessa última um abrigo de dissidentes religiosos.
Divisão da Igreja como conseqüência da Reforma. Essa cisão marcou toda a cultura européia seiscentista, levando a Igreja católica a se organizar num movimento chamado Contra-Reforma, centralizado principalmente em Portugal e Espanha.
É criada uma tensão entre o Antropocentrismo e o teocentrismo.
O ano de 1580 marca a passagem de Portugal ao domínio espanhol, o que provoca um acentuado pessimismo na sociedade lusa.
Em 1756 acontece a fundação da Arcádia Lusitana, que marca o início de um novo estilo de época chamado Arcadismo.
Principais autores
Sua obra mais importante é A Nova Floresta, prosa doutrinal e Religiosa.
Teatrólogo, autor de Ópera dos Bonecos.
Escreveu as célebres Castas Portuguesas.
Duas obras merecem destaque no Barroco português:
A Fênix Renascida - coletânea de poesias seiscentistas portuguesas.
A Arte de Furtar - crítica social à época de D. João IV. Obra de caráter satírico, publicada em 1652, de autoria desconhecida.
O ano de 1601 marca a publicação do poema épico Prosopopéia, de Bento Teixeira Pinto.
Em 1768, com a publicação das Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa, tem início o Arcadismo brasileiro.
Principais autores:
Sua obra mais importante é a tentativa de poema épico Prosopopéia, calcada em Os Lusíadas
Escreveu o poema Música do Parnaso.
Sua obra mais importante Ilha de Itaparica.
É estudado tanto na literatura portuguesa como na brasileira.
É o mais importante dos barrocos brasileiros.
Advogado baiano, foi apelidado de "Boca do Inferno", graças a sua irreverência ao criticar a sociedade da época. Escreveu poesias líricas, religiosas e satíricas.É importante assinalar ainda, no Barroco brasileiro, a existência de Academias, que foram grêmios literários e eruditos, copiados de modelos portugueses. Tiveram importância como órgão propagador do Barroco e representam o primeiro sintoma de uma preocupação humanística entre os brasileiros. As Academias mais conhecidas são: Academia Brasílica dos Esquecidos(Bahia), Academia Brasílica dos Renascidos (Bahia), Academia dos Felizes(Rio).
a- lei da gravidade descoberta por Newton (1642-1727);
b- abordagem das leis das sensações pela Psicologia;
c- Classificação dos seres vivos pela Biologia.
Desse surto de progresso resulta a tecnologia e o conseqüente aumento da produção. Generaliza-se a concepção de que negócios e ciências constituem campos independentes da esfera religiosa.
A grande quantidade de produtos gera novas formas de comércio, fortalecendo a burguesia, classe que vai se afirmar como líder da História.
O progresso de industrialização provoca a urbanização cada vez mais crescente, o que ocasiona o fenômeno da corrida às cidades e o abandono do campo.
A Declaração dos Direitos do Homem surge em 1789, na França.
A Revolução Francesa é o ponto culminante da realidade, e a conseqüência indireta disso é o culto da razão prática.
Os progressos na investigação biológica fortalecem a concepção de que o mundo é fundamentalmente homogêneo: a heterogeneidade no campo psicológico, biológico e físico é apenas aparente e resulta da mesma evolução material.
a) uma visão de mundo totalmente científica: o homem da época acredita na ciência como meio de explicar o mundo e como meio de modificar a sociedade;
b) a Razão passa a ser a base de todo o saber humano: a antítese e a religiosidade do Barroco são menosprezadas.
Todas essas mudanças caracterizaram um movimento cultural que marca a fisionomia da Europa do século XVIII: o Iluminismo
A idéia de progresso como meio de trazer a felicidade ao maior número de pessoas é predominante na época.
Por isso, o século XVIII é conhecido como o século das luzes, século em que se acredita que tudo pode ser explicado pela ciência e pela razão.
Essa visão de mundo se concretiza na Enciclopédia(colossal obra de uns 30 volumes, sintetizou os conhecimentos filosóficos e científicos da época), publicada na França em 1751, tendo á frente os filósofos D'Alembert, Voltaire e Diderot.
Não é Difícil deduzir que a propagação do saber científico se opõe às idéias predominantemente religiosas do período anterior, o Barroco. O despojamento religioso, o sentimento de equilíbrio de uma sociedade que acredita ter atingido a síntese da razão com a fé, vai-se refletir na produção artística do período.
O estilo que predomina na literatura da época é denominado Arcadismo ou Neoclassicismo.
Convém examinar esses dois nomes, pois eles sintetizam a visão de mundo expressa pela literatura da época:
A palavra imitação, nesse caso, não deve ser entendida como cópia pura e simples dos clássicos. Trata-se, antes de tudo, de conseguir determinadas convenções. Conforme diz o crítico Antônio Candido, essa imitação leva "a criticar e acentuar o convencionalismo árcade, como se as demais escolas literárias não funcionassem também segundo convenções. Apenas, nesta, é mais visível..."
O ano de 1756 marca a fundação da Arcádia Lusitana, inspirada na Arcádia Romana de 1690.
Em 1825 publica-se o poema Camões, de Garret, que concretiza a visão romântica da realidade.
Fatos importantes em Portugal da época:
A publicação da obra Verdadeiro Método de Estudar, de Luís Verney(1746), que propõe a reforma do ensino superior em Portugal, tendo por base as idéias iluministas.
A reforma do ensino levada a efeito pelo Marquês de Pombal, decorrente das expulsão dos jesuítas em 1759.
A mineração brasileira que permite o reequilíbrio das finanças portuguesas.
A fundação da Academia de Ciências de Lisboa, em 1779, com a finalidade de atualizar a universidade com relação aos progressos científicos da época.
Após o terremoto de 1755, Lisboa foi reconstruída em linhas modernas e arrojadas.
A fundação da Academia real de História (1720) e a Academia Real de Ciências, ambas semelhantes às que havia no resto do mundo.
A atuação do Marquês de Pombal, principalmente, leva à integração de Portugal no contexto europeu da época.
Obra: Viola de Lereno (quadrinas populares)
Autores do Neo-realismo português
Os poetas modernistas participantes da Semana de Arte Moderna detestavam publicamente os versos metrificados, símbolo, para eles, da postiça retórica parnasiana. Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade combateram as rimas, as odes, os sonetos. Nesta fase, os poetas modernistas praticavam o verso livre. Para os primeiros modernistas acima de tudo estava a liberdade de criação. #4,p,118
Na década de 30, alguns poetas como Murilo Mendes, Jorge de Lima e Carlos Drummond de Andrade escreveram versos dentro dos padrões tradicionais. Entretanto, vários poetas, surgidos nos primeiros anos da década de 40, recolocaram em seus versos a métrica e dedicaram-se à produção de versos dentro das normas mais tradicionais. A estes jovens poetas de então, os historiadores literários chamaram de geração de 45.
Este grupo de poetas era integrado por:
Em 1945, um clima de liberdade varria, com a derrota das potências fascistas, o mundo e o Brasil. O Estado Novo caiu com violência. José Linhares, do Supremo Tribunal Federal, assumiu o Governo. Em eleições livres diretas, os brasileiros elegeram uma Assembléia Nacional Constituinte e o General Eurico Gaspar Dutra, presidente. #4,p122-124,
Em literatura apareceu uma nova geração que cultuava um certo formalismo literário. De resto, continuavam em plena produção os modernistas de 22, os romancistas nordestinos e também os poetas mineiros. Houve, porém, uma grande perda: Mário de Andrade morreu, repentinamente, em São Paulo.
Ao final da guerra, a economia brasileira ia bem: havua um saldo favorável, em moeda forte, ao Brasil que, durante toda a guerra, exportava matérias-primas e alimentos em grande quantidade.
Durante o Governo Dutra este saldo em moeda forte foi gasto em importações de produtos supérfluos. O Governo Dutra acabou com o jogo legal e colocou fora da lei o Partido Comunista. Jorge Amado, que foi eleito deputado, foi cassado.
Em 1950, Getúlio Vargas foi eleito presidente, em eleições livres e diretas, com uma plataforma nacionalista.
O Governo de Getúlio Vargas sofreu, principalmente através da imprensa, uma forte campanha por parte dos setores mais conservadores da sociedade. Quando um dos líderes dessa campanha, o então jornalista Carlos Lacerda, sofreuum atentado em que foi morto o Major-Aviador Rubens Vaz, deflagrou-se uma forte crise político-militar. Em conseqüência, o Presidente Getúlio Vargas praticou suicídio em agosto de 1954.
Depois de muita turbulência política e militar tomou posse como presidente o político mineiro Juscelino Kibitschek de Oliveira.
No campo literário, brilham os cronistas: Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Stanislaw Ponte Preta, Fernando Sabino e sobretudo Guimarães Rosa, cuja obra já é classificada como pós-modernista.
O Presidente Juscelino procurou desenvolver o País a todo custo. Fez construir uma nova capital, Brasília, favoreceu a implantação da indústria automobilística. Essa política de desenvolvimento acelerado teve duas conseqüências desagradáveis: a inflação interna e o endividamento externo.
Jânio da Silva Quadros, o Presidente seguinte, realizou, no plano interno, uma política conservadora e, no plano externo, uma política independente. Renunciou súbita e inexplicávelmente em agosto de 1961.
O Vice-Presidente João Gulart enfrentou pressões civis e militares para tomar posse. Por isso, os espertos políticos do Partido Social Democrático criaram o Parlamentarismo.
Uma vez no poder, João Gulart livrou-se do Parlamentarismo e executou uma agressiva campanha para realizar reformas de base. Durante o seu governo, as forças de esquera organizaram os Centros de Cultura Popular (CPC) que procuravam criar as bases de uma arte popular. Foi derrubado do Poder pelos militares, em 31 de março de 1964.
O Primeiro Presidente militar, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, governa procurando combater a inflação através da diminuição da atividade econômica. Alguns intelectuais procuram responder às idéias do Governo através de espetáculos teatrais. Assim, o Grupo Opinião montou Carcará, o Teatro de Arena montou Arena conta Zumbi, Millôr Fernandes e Flávio Rangel montaram Liberdade, Liberdade.
O Segundo Presidente militar Marechal Arthur da Costa e Silva enfrentou a guerrilha urbana de esquerda; ele não chegou a terminar o mandato, vítima de um problema cardíaco, sendo substituído por uma junta militar.
Seguiu-se um período conturbado da nossa história contemporânea. Durante o governo da Junta e no seguinte, do General Emílio Garrastazu Médice (1969-1974), houve total controle sobre a inflaçào no País. Nesse período, a economia mundial vivia uma fase de expansão, que refletia na economia brasileira. Tal situaçào criou um clima de forte otimismo no País. Na década de 70, houve uma grande produção poética editada precariamente pelos próprios poetas. Foi a denominada Geração do Mimeógrafo.
Já o Presidente Ernesto Geisel (1974-1979) conduziu o País no rumo da abertura política, enfrentando grave crise econômica. O Presidente João Baptista Figueiredo de ênfase ao processo de abertura política.
A Literatura chega a esta fase precisando mais de leitores do que de escritores.
Nasceu em Cordisburgo, Estado de Minas Gerais, es estudou em Belo Horizonte, formando-se em Medicina em 1930. Mais tarde ingressou por concurso no Ministério das Relações Exteriores. Exerceu vários postos no exterior: Alemanha, Colômbia, França Itália. Foi também chefe de gabinete do Ministro João Neves da Fontoura. Em 1967 entrou para a Academia Brasileira de Letras, vindo a falecer dois dias depois da posse. #4,p139
Sua obra é de grande profundidade, ambientada no sertão de Minas Gerais.
Seria um escritor regionalista, não fosse os críticos afirmarem que ele superou essa forma e atingiu o universo. Seus textos, mesmo apresentando uma ambientação regionalista, têm uma temática universal. Exemplo disso é a sua obra "Grande Sertão: Veredas". Essa obra, embora ambiente no interior de mineiro, apresenta temas universais como a existência de Deus e do diabo.
Obras:
Sagarana (1946) - contos, Primeiras Estórias (1962), Estas Estórias (1969), Corpo de Baile, Grande Sertão: Veredas (1956)
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Nasceu na Ucrânia, uma das Repúblicas Socialistas Soviéticas, mas veio para o Brasil com dois meses de idade. Viveu no Recife e posteriormente no Rio de Janeiro, onde fez seus estudos. Cursava ainda a Faculdade de Direito quando publicou, em 1944, o seu primeiro livro: "Perto do Coração Selvagem", que lhe conferiu o prêmio "Graça Aranha". Casou-se com um diplomata e o acompanhou em viagens para Itália, Suiça e Estados Unidos. Mais tarde fixou-se no Rio de Janeiro, onde trabalhou na Imprensa. #4,p149,150
Sua obra é considerada pelos estudiosos como de vanguarda na literatura brasileira. Realizou textos profundos, muito densos, e, portanto, de difícil entendimento.
Sua obra é a mais expressiva realização dentro da tendência intimista da literatura brasileira.
Obras:
Laços de Família (1960) - contos, A Legião Estrangeira (1964) - contos e crônicas O Lustre (1946) - romance, A Maça no Escuro (1961) - romance, A Paixão Segundo G. H. (1964)
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Nasceu no Recife. Estudou com os Irmãos Maristas, mas sérios problemas de saúde o levaram a interromper os estudos. Passou a estudar sozinho. #4,p120,121
Em 1945 ingressou na carreira diplomática, e foi trabalhar em Barcelona, Londres, Sevilha, Marselha, Madri, Genebra, Berna e Assunção.
Muitos consideram que sua obra é de difícil entendimento por parte dos leitores. Cabral seria um poeta hermético, mas a maioria dos críticos atribui à sua obra alta qualidade literária.
Pooeta regionalista, metalingüistico, universal.Obras:
Pedra do Sono (1942), O Engenheiro (1945), Psicologia da Composição (1947), O Cão sem Plumas (1950), Museu de Tudo (1975), Poesia Crítica (1982)
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Nasceu em Curitiba. Formou-se advogado. Administrou uma serraria da família. Seu primeiro livro surgiu em seguida a um grave acidente. Da visão da morte nasceu o escritor. Em 1946, publicou uma revista literária chamada Joaquim, que foi editada até 1948. #4,p156
Como não encontrasse editores, Dalton Trevisan publicava seus contos em papel jornal e os enviava aos críticos e aos amigos. Venceu em 1968 o Primeiro Concurso Nacional de Contos, promovido pelo governo do Paraná.
Sua obra ambienta-se me Curitiba, relatando principalmente situações da classe média baixa.
Trevisan escreve dentro do neo-realismo, descrevendo os problemas morais da pequena burguesia.
Escritor de grandes recursos técnicos, é considerado um dos maiores contistas da literatura contemporânea.
Obras:Novelas Nada Exemplares (1959), Cemitério de Elefante (1964), A Morte na Praça (1964), O Vampiro de Curitiba (1965), Desastres do Amor(1968), A Guerra Conjugal (1975)
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Escritor pernambucano, nasceu em Vitória de Santo Antão, onde realizou seus estudos primários. Em Recife concluiu o curso secundário e o curso superior de Ciências Econômicas. Trabalhou durante muitos anos no Banco do Brasil em funções burocráticas que ele julgava desagradáveis porque o impediam de escrever. #4,p173,174
Em 1963 transferiu-se para São Paulo. Lecionou na Faculdade de Letras da cidade de Lins. Colaborou durante muitos anos na imprensa, tendo lutado muito pela profissionalização do escritor.
Faleceu em São Paulo.
Obras:O Visitante (1955), Os Gestos (1957), O Fiel e a Pedra (1961), Marinheiro de Primeira Viagem (1963), "Nove, Noventa" (1966), Um Mundo Estagnado (1966), Guerra sem Testemunhas (1969), Avalovara (1973), A Rainha dos Cárceres da Grécia (1976), Lima Barreto e o Espaço Romanesco (1976), Problemas Inculturais Brasileiros (1977), Casos Especiais de Osman Linas (1978)
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Em princípio, as crônicas são escritas para publicação em jornais e revistas. Posteriormente são selecionadas para serem publicadas em livros. #4,p128
Dentro do panorama da literatura brasileira da atualidade, a crônica é um gênero que se destaca, sendo praticada por muitos cronistas de talento:
Nascido em Cachoeira do Itapemirim, Estado do Espírito Santo, foi apelidado de "Sabiá da crônica", por ser dos mais notáveis cronistas do Brasil. Estreou em 1936 com o livro "O Conde e o Passarinho". #4,p128
Acompanhou a Força Expedicionária Brasileira que, durante a Segunda Guerra Mundial, lutou na Itália. Dessa experiência resultou o volume de crônicas e reportagens "Com a FEB na Itália".
Braga foi também diplomata, exercendo cargos no Chile e no Marrocos.
Obras:
O Conde e o Passarinho (1936), O Morro do Isolamento (1944), Com a FEB na Itália (1945)
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Nasceu em Belo Horizonte, onde fez seus estudos. Estreou muito cedo com a novela "A Marca" (1944). #4,p129
Em 1945 foi para o Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de Direito.
Passou dois anos em Nova Iorque. As experiências dessa viagem foram colocadas em seu livro de crônicas "A Cidade Nova".
Em 1965 publicou seu livro de maior sucesso: "O Encontro Marcado".
Sua obra é marcada pela observação inteligente e pelo humor.
Obras:
A Marca (1944), A Cidade Vazia (1950), O Encontro Marcado (1956), O Homem Nu (1960)
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Nasceu e estudou em Belo Horizonte. Na década de 40, começou a escrever alguns textos para os seguintes jornais: Diário, Folha de Minas e O Estado de Minas. #4,p129
Em 1945 transferiu-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar no Correio da Manhã. Em 1949 fez uma viagem para a Europa, onde ficou vários meses.
Na década de 60, passou a publicar semanalmente uma crônica na revista Manchete. Publicou também livros de poesia.
Obras:O Cego de Ipanema (1960), Homenzinho na Ventania (1962), O Colunista do Morro (1965), O Anjo Bêbado (1969)
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Nasceu no interior de São Paulo (Tabapuã), a 6 de agosto de 1934. #4,p129,130
Mudou-se para a capital do Estado com três anos de idade. Estudou na Escola de Campos e no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. Entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas não completou o curso.
Em 1958, iniciou sua carreira de diretor profissional de teatro, tendo já dirigido mais de cinqüenta espetáculos e, com isso, recebido todos os prêmios que se concedem no Brasil nesse campo.
É autor da peça "Liberdade Liberdade" (com Millôr Fernandes), de inúmeros roteiros de espetáculos, e é também tradutor de "Hamlet" (com Geir Campos), de "A Morte do Caxeiro Viajante (de Arthur Miller) e de "Esperando Godot, de Samuel Beckett, entre muitas outras peças.
Como jornalista, colaborou para Senhor, Manchete, com mais assiduidade para O Pasquim, coluna no jornal Folha de São Paulo.
Obras:Liberdade Liberdade (com Millôr Fernandes)
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Nasceu em São Paulo, no bairro do Brás, no dia 28 de agosto de 1933. Fez curso de Comunicação (jornalismo) na antiga Escola Casper Líbero e freqüentou por algum tempo a Escola de Comunicação da USP. Ingressou no jornalismo na Folha da Manhã (atualmente Folha de S. Paulo), no ano de 1956, ocupando praticamente todos os cargos da redação, de repórter a secretário da antiga edição da Folha da Noite. #4,p130
Começou a assinar crônicas em junho de 1964. É autor de numerosos contos, publicados em revistas nacionais, e foi um dos premiados no Concurso Nacional de Contos do Paraná.
Sua temática focaliza quase sempre assuntos ligados à cidade de São Paulo, com seus problemas, seus cenários, e suas figuras humanas.
Publicou várias crônicas no jornal Folha de São Paulo e crônica radiofônica transmitida no radiojornal Ouça, pelas rádios Globo e Difusora.
Outros escritores que publicaram crônicas:O Concretismo é um movimento recente, pois teve início na década de 50, principalmente através da antologia "Noigrandes". #4,p160-164
Os poetas concretistas procuram incorporar ao poema os recursos físicos do significante ou seja as letras, a linha, o espaço entre as palavras, a superfície da página.
Algumas características são:
São lideres desse movimento:
Romancista norte-americano, autor de "Adeus às Armas", "Por Quem os Sinos Dobram", "O Velho e o Mar". Prêmio Nobrl em 1954;
Escritor checo de língua alemã, autor de "América", "O Processo", "O Castelo";
Romancista irlandês, autor de "Ulisses";
Poeta, romancista e dramaturgo francês, autor de "Os Filhos Terríveis" e "Os Pais Terríveis";
Francês, filosofo existencialista. Autor de "A Náusea", "Os Caminhos da Liberdade", "As Mãos do Diabo", "O Ser e o Nada";
Romancista norte-americano, autor de "As Vinhas da Ira", "Ratos e Homens", "Luta Incerta". Prêmio Nobel em 1962;
Francês, autor de "À Procura do Tempo Perdido";
Poeta francês, autor de "A Jovem Parca", poesia, e de "Olhares Sobre o Mundo Atual", "Variedades";
Romancista alemão, autor de "José e Seus Irmãos", e "A Montanha Mágica". Prêmio Nobel em 1929;
Romancista norte-americano, autor de "Santuário", "O Barulho e o Furor", "Luz de Agosto". Prêmio Nobel em 1949;
- A Pintura
- Os Pintores Românticos
- Eugène Delacroix (1798-1863)
- Géricaut ()
- Francisco Goya (1746-1828)
- Os Pintores Realistas
- Gustavo Coubert (1819-1877)
- Jean-François Millet (1815-1875)
Corot e Rousseau, franceses, Segantini, italiano, Constable e Turner, ingleses.
- Os Pintores Impressionistas
- Eduardo Manet (1832-1883)
- Pierre-Auguste Renoir (1841-1919)
- Os Pintores Pós-impressionistas
- Paul Cézanne (1839-1906)
- Vicente Van Gogh (1853-1890)
- Paul Gauguin (1848-1903)
- O Cubismo
- Matisse ()
- Pablo Picasso ()
- O Futurismo
- A Escultura
- Augusto Rodin (1840-1917)
- Max Klinger ()
- Adolf Hildebrand ()
- A Arquitetura
- Oscar Niemeyer ()
- Le Corbusier ()
- A Música
- Na época romântica
- Ludwing van Beethoven (1770-1827)
Alemão, autor de 32 sonatas, 17 quartetos, das nove célebres sinfonias, da ópera "Fidélio" e de admiráveis aberturas;
- Heitor Berlioz (1803-1869)
- Richard Wagner (1813-1883)
- Johannes Brahms (1833-1897)
- Franz Schubert (1797-1828)
- Giuseppe Verdi (1813-1901)
- Gounod ()
- Bizet ()
- Mendelssohn ()
- Weber ()
- Frederico Chopin (1810-1849)
- Franz Liszt ()
- Richard Strauss (1864-1949)
- João Strauss (1825-1899)
- O Realismo na Música
- Pedro Mascagni (1863-1945)
- Rogério Leoncavallo (1858-1919)
- Os Grandes Músicos Russos
- Tchaikowsky ()
- Borodin ()
- Moussorgsky ()
- Rimski-Korsakov ()
- Outros Grandes Músicos
- Claude Debussy (1862-1918)
- Jan Sibelius (1865-1957)
- Bela Bartok (1881-1945)
- Igor Stravinski ()
Autor de "A Liberdade Guiando o Povo, "A Matança de Quios, "O Sultão de Marrocos";
Francês, autor de "A Jangada da medusa";
Espanhol, autor de "A Maja Desnuda".
Ao contrário dos clássicos e românticos, que preferiam o gênero histórico, os pintores da época realista cultivavam, de preferência, a paisagem, o retrato e cenas da vida cotidiana. Os Principais foram:
Francês, autor de "Enterro em Ornans", "Os Britadores de Pedra";
Francês, autor de "As Respigadeiras", "A Fiandeira", "A Colheita de Batatas";
Interessavam-se essencialmente pela interpretação científica da natureza. Procuravam representar as impressões imediatas dos sentidos. Representantes:
Francês, autor de "Olímpia", "As Banhistas";
Francês, autor de "O Primeiro Passo", "Mulher entre Flores";
Entendiam que a expressão dos sentimentos deve ser o objetivo da arte. Os mais notáveis representantes foram:
Francês;
Holandês;
Francês.
Tenta reduzir a figura ou objeto a seus elementos geométricos fundamentais. Simboliza o caos da vida e repudia a arte como mera beleza. Representantes:
Caracteriza-se por condenar a veneração dos antigos mestres, a devoção às ruínas romanas, à paisagem, e por glorificar a máquina e as realizações das ciências modernas.
Os grandes escultores:
Francês, autor de "O Pensador"; "A Porta do Inferno";
Alemão;
Alemão.
Brasileiro.
Suiço.
Francês, autor da sinfonia dramática "Romeu e Julieta";
Alemão, autor de "Tristão e Isolda";
Alemão, autor de "Sinfonias";
Austríaco, autor de obras-primas: sinfonias, sonatas, missas;
Italiano, autor de óperas: "Rigoletto", "Aída", "O Trovador", "A Traviata";
Francês.
Francês.
Alemão.
Alemão.
Polonês, autor da "Marcha Funebre";
Pianista e compositor húngaro, autor de "Rapsódias Húngaras";
Alemão, autor de "Sinfonia Doméstica", "Salomé", "A Vida de um Herói";
Austríaco, autor de valsas célebres.
O desenvolvimento científico no século XIX, foi provocado por diversos fatores, entre os quais:
- a Revolução Industrial;
- a criação de museus e de laboratórios que permitiram a aplicação do método de observação e de experimentação, baseado na análise dos feitos;
- o progresso da especialização;
- maior interesse pelas investigações científicas;
- fundação de associações, realização de congressos e o amparo dados pelos governos e por particulares.
- Na físico-quimica
- Pierre Simon (Marquês de Laplace) (1749-1827)
Matemático e astrônomo francês, célebre pela teoria sobre a formação dos sistema planetário e pela coordenação dos princípios da ciência astronômica.
- John Dalton (1766-1844)
Físico, químico e naturalista inglês, célebre pelos seus estudos sobre os pesos proporcionais dos corpos simples e pelo descobrimento da lei chamada de Dalton ou das proporções múltiplas.
- James Clark Maxwell (1831-1879)
Escocês, autor da teoria eletromagnética da luz. Escreveu "Tratado de Eletricidade e Magnetismo".
- Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794)
Químico francês, um dos fundadores da química moderna. Famosa é a sua Teoria da Conservação da Matéria, resumida na fórmula "Na Natureza, nada se cria, nada se perde; tudo se transforma".
- Albert Einstein (1879-1955)
O maior físico dos tempos atuais. Nasceu na Alemanha. Naturalizou-se suíço e, depois, norte-americano. Dedicou-se também à música. Condenou as injustiças e pregou a paz. Sua Teoria da Relatividade marcou a ciência moderna. Prêmio Nobel em 1921.
- Pierre Curie (1859-1906)
Físico e químico francês, efetuou importantes trabalhos sobre simetrias em física.
- Marie Sklodowska Curie (1867-1934)
Polonesa, esposa de Pierre, descobriu o radium. Em 1903, o casal obteve o Prêmio Nobel de Física dividido com o físico francês, Antoine-Henri Becquerel. Em 1911, Madame Curie recebeu o Prêmio Nobel de Química.
- Antoine-Henri Becquerel (1852-1908)
Em 1903 dividiu o Prêmio Nobel de Física com Pierre Curie e Marie Curie
- Ernest Rutherford (1871-1937)
Químico neozelandês. Prêmio Nobel de Química em 1908. Seus restos mortais estão na Abadia de Westminster, em Londres, ao lado dos de Newton.
- August Svant Arrhenius (1859-1927)
Físico e químico sueco. Prêmio Nobel de Física em 1903.
- Wilhelm Conrad Roentgen (1846-1923)
Físico alemão descobridor dos raios X. Prêmio Nobel em 1901.
- Wolfgang Pauli (1906-1958)
Físico austríaco. Prêmio Nobel em 1945.
- John Joseph Thomson (1856-1940)
Físico inglês. Prêmio Nobel em 1903.
- Niels Bohr (1885-1962)
Físico dinamarquês. Prêmio Nobel em 1922
- Erwin Scroedinger (1887-1961)
Físico austríaco. Prêmio Nobel em 1933.
- Linus Pauling (1901-)
Químico norte-americano. Prêmio Nobel em 1954.
- Max Planck (1858-1947)
Físico alemão. Prêmio Nobel em 1918.
- Guglielmo Marconi (1874-1937)
Físico italiano, inventor do telégrafo sem fio. Prêmio Nobel em 1909.
- Glenn Theodore Seaborg (1912-)
Químico norte-americano. Prêmio Nobel em 1951.
- Amedeo Avogadro (1776-1856)
Físico italiano.
- Dmitri Mendeleiev (1834-1907)
Químico russo, autor da mais importante Classificação Períodica dos Elementos Químicos, base para as posteriores.
- Lothar Meyer (1830-1895)
Físico e químico alemão.
- Gilbert Newton Lewis (1875-1946)
Físico e químico norte-americano.
- William Crookes (1832-1919)
Físico e químico inglês, descobridor dos raios catódicos.
- Victor Meyer (1848-1897)
Químico alemão.
- César Lattes (1924-)
Físico brasileiro.
- Samuel Morse (1791-1872)
Físico americano, inventor do telégrafo com fio.
- Pierre Simon (Marquês de Laplace) (1749-1827)
- Na Medicina
- Robert Koch (1843-1910)
Prussiano, descobriu o bacilo da tuberculose e da cólera asiática.
- Wilhelm Max Wundt (1832-1920)
Fundador da ciência da psicologia funcional, que sustentou em sua obra "Estudos sobre a Teoria da Percepção Sensorial" que o cérebro é simplesmente um órgão, comparável ao fígado ou ao estomago, com uma função puramente biológica a cumprir.
- Joseph Lister (1827-1912)
É o "pai da cirurgia moderna".
- Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936)
Fisiologista russo, estudou os reflexos condicionados.
- Sigmund Freud (1856-1940)
Fundador da Psicanálise.
- Semmelweis
Húngaro, em 1847, descobriu que lavando-se as mãos em soluções antissépticas, poderia reduzir-se a taxa de mortalidade nos trabalhos obstétricos.
- Jenner (1794-1823)
Descobriu a vacina contra a varíola.
- Rodolfo Virchow
Alemão, chegou à conclusão de que todos os processos mórbidos são formados de células que se organizam de células primitivas do mesmo tipo.
- Takamine
Japonês, em 1901, isolou a adrenalina segregada pelas glândulas supra-renais e mostrou ser útil na regulação do funcionamento do coração.
- Alexandre Fleming
Inglês, descobriu a penicilina.
- Jonas Salk
Norte-americano, descobriu a vacina Salk, contra a poliomielite.
- Sabin
Americano, descobridor da vacina Sabin contra poliomielite.
- Hansen
Descobridor do bacilo de Hansen (lepra).
- Christiaan Barnard
Da África do Sul, foi o realizador do primeiro transplante de coração.
- Euríclides Zerbini
Médico brasileiro, foi o primeiro a realizar um transplante de coração na América do Sul.
- Robert Koch (1843-1910)
- Na Biologia
- Charles Darwin (1809-1882)
Naturalista e fisiologista inglês, autor de "Da Origem das Espécies por Via de Seleção Natural". Procurou mostrar que a raça humana é originariamente descendente de algum ancestral simiesco, há muito tempo extinto, mas que foi provavelmente antepassado comum dos antropóides existentes e dos homens.
- Jean Lamarck (1744-1829)
Francês, acreditava que os organismos mudavam suas formas de geração em geração pela transmissão de caracteres adquiridos.
- Ernest Haeckel (1834-1919)
Alemão, um dos mais audaciosos defensores do transformismo. Estabeleceu que, durante o período embrionário, cada indivíduo recapitula, ou reproduz, os vários estágios importantes da história da vida da espécie humana a que pertence.
- Luís Pasteur (1822-1895)
Biólogo e químico francês, que lançou as bases da ciência da bacteriologia em seu ataque à teoria da geração espontânea. Acreditava que todas as formas existentes de vida são reproduzidas somente por seres vivos. É a lei da biogênese (toda vida vem de uma vida preexistente).
- Claude Bernard
Francês, demonstrou a ação do pâncreas na digestão das gorduras, a função glicogênica do fígado; fundador da fisiologia geral.
- João Gregório Mendel (1822-1884)
Religioso e botânico austríaco que estabeleceu as leis da hereditariedade.
- Charles Darwin (1809-1882)
- Na Matemática
- Nas Ciências Sociais
- Spencer
- Taylor
- William James (1843-1916)
Norte-americano, um dos fundadores do pragmatismo.
- Augusto Comte
O criador da Sociologia e do Positivismo.
- Saint-Simon
- Na História
- Emmanuel Kant (1724-1804)
Célebre filósofo alemão, autor de "Crítica da Razão Pura", "Crítica da Razão Prática", "Crítica do Juízo", e "Fundamentos da Metafísica dos Costumes".
- Jorge Guilherme Frederico Hegel (1770-1804)
Filósofo alemão, criador da doutrina filosófica denominada hegelianismo que identifica o ser e o pensamento num princípio único; a idéia, que se desenvolve em três momentos: tese, antítese e síntese.
- Arthur Schopenhauer (1788-1806)
Alemão, autor de "O Mundo como Vontade e como Representação".
- Ralph Waldo Emerson (1803-1882)
Norte-americano, autor de "Representantes da Humanidade"; fundador do transcendentalismo.
- Frederico Nietzsche (1844-1900)
Alemão, pessimista, autor de "Assim Falava Zaratustra"; idealizador do "super-homem".
- William James (1843-1916)
Norte-americano, um dos fundadores do pragmatismo.
- Henry Bergson (1859-1941)
Francês, autor de "Ensaios Sobre os Dados Imediatos da Consciência", "Matéria e Memória", "A Evolução Criadora".
- Bertrand Russell (1872-1970)
Matemático, sociólogo e filósofo inglês, autor de "Princípios de Matemática", "A Matéria".
- Jean-Paul Sartre (1905-)
Francês, filósofo existencialista. Autor de "A Náusea", "Os Caminhos da Liberdade", "As Mãos do Diabo", "O Ser e o Nada".