Oswald Spengler (1880-1936)
Filósofo alemão. Nasceu em Blankenburg. Estudou nas universidades de Munique, Berlim e Halle. Seus estudou voltaram-se para diversas áreas: ciências naturais, matemática, economia política, literatura, história e filosofia. Doutorou-se, em 1904, na Universidade de Berlim, apresentando uma tese sobre Heráclito (século VI a.C - século V).
Trabalhou como professor de matemática no Ginásio de Munique, após o que, retirou-se das atividades docentes, passando a dedicar-se somente a seus escritos. Algumas de suas principais obras: A decadência do Ocidente. Esboço de uma morfologia da história universal; Prussianismo e socialismo; Pessimismo?; O homem e a técnica; Discursos e artigos.
A filosofia de Spengler possui como principal preocupação encontrar uma modalidade adequada que permita analisar filosoficamente o processo histórico da humanidade. Segundo este autor, é inadequado aplicar o raciocínio causal à investigação histórica, uma vez que esta não representa uma realidade simples, não podendo, assim, ser ordenadas em uma lógica de antecedente-conseqüente.
Isto que denominamos história é, antes, o somatório de uma pluralidade de culturas, irredutíveis a uma forma única. Deve-se, então, partir desta noção, examinando o que é possível estabelecer em comum entre as diversas modalidades de cultura. Segundo Spengler, uma cultura é um organismo vivo, dotado de corpo -- suas diversas entidades sociais -- e alma -- o conjunto das possibilidades a que tende a orientação fundamental de seu pensamento.
A realização de suas possibilidades constitui a vida deste organismo, isto é, o cumprimento de seu destino único e diferenciado.
Contudo, da mesma forma como todo organismo está submetido a um ciclo vital, este também pode ser percebido no desenrolar das diferentes culturas. Toda vida se encontra regida pela mesma sucessão de etapas: nascimento, juventude-maturidade, envelhecimento e morte. A tais fases, correspondem as quatro estações que compõem o ano: primavera, verão, outono e inverno.
Este ciclo se encontra presente em todas as culturas, como suas quatro idades fundamentais. Na primavera, assiste-se a seu despontar; nesta fase, predomina o pensamento mítico, em uma organização social agrária e feudal. No verão, surgem as cidades, as artes individualizadas e a os primórdios de uma consideração filosófica.
No outono, começam a exaurir-se seus recursos espirituais; constroem-se as grandes cidades, o comércio cresce em importância e a razão se torna plenipotenciária, banindo o pensamento religioso e filosófico. O inverno traz a morte da cultura, manifesta, para Spengler, em sua transformação em civilização; esta constitui a perda dos valores próprios à determinada alma cultural, em prol de uma homogeneização industrial.
O percurso histórico, nesta concepção, equivale ao processo de cada cultura rumo à decadência e aniquilação. Esta tese leva Spengler a afirmar, de maneira oracular, a decadência para a qual ruma, de maneira inevitável, o Ocidente.
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