Clique aqui para entrar em Literatura_e_Leitura
urs.bira@uol.com.br

Imprimir esta página Home page de Ubiratan Voltar à página anterior

Walter Benjamin (1892-1940)

Filósofo alemão, considerado um dos principais representantes da Escola de Frankfurt. Nasceu em Berlim, filho de uma família de ascendência judaica. Iniciou seus estudos universitários em 1913, passando por várias universidades alemãs. Em 1917, mudou-se para Berna, na Suíça, passando a estudar nesta Universidade, onde graduou-se.

Em 1928, a Universidade de Frankfurt recusou sua tese de doutorado. Abdicando da carreira acadêmica, Benjamin passou a escrever ensaios, artigos de jornais e traduções. Com a ascensão do nazismo, foi obrigado a refugiar-se em Paris, em 1935. Quatro anos depois, com a ocupação alemã da França, Benjamin e um grupo de intelectuais alemães tentou cruzar a fronteira espanhola, para fugir à perseguição nazista.

Como fossem barrados pelo funcionário da alfândega, Benjamin suicidou-se naquele local. Alguns de seus escritos: As origens do drama barroco alemão; Paris, capital do século XIX; A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica; O narrador; A paris do Segundo Império em Baudelaire; Teses sobre filosofia da história; Pequena história da fotografia; Alegoria e drama barroco; O autor como produtor; Pequena história das semelhanças.

O pensamento de Benjamin se encontra expresso, em sua maior parte, sob a forma de ensaios e comentários críticos. Desta maneira, ele não possui caráter sistemático, de modo a permitir a realização de uma síntese de suas idéias centrais. Assim, nosso procedimento será apresentar alguns temas presentes em seu pensamento, considerados importantes a partir da discussão e do rumo de investigação que suscitaram.

Nas considerações de Benjamin acerca do cinema, este pensador discute a nova técnica pela qual uma obra de arte perde sua singularidade e exclusividade, passando a poder ser reproduzida. Isso é caracterizado como a perda da aura que a obra possuía, o que a transformava em objeto de culto, único e, por isso, acessível a poucos.

Esta perda é analisada sob um duplo aspecto: se, por um lado, isso implica na perda da tradição, e, assim, no esfacelamento de toda uma herança cultural, por outro lado, a perda da aura torna o objeto artístico algo do domínio de todos, conferindo-lhe, deste modo, uma ampliação de seus limites. Este objeto, agora, assume uma dimensão social e, assim, política, podendo transformar-se em um instrumento eficaz de transformação social.

Benjamin analisa, ainda, o papel do narrador para a compreensão da história. Ele interpreta a história não como mera sucessão de eventos passados, sem continuidade com o momento presente, mas antes como a perpetuação ou continuidade, no presente, de uma experiência que o passado manifesta. Esta continuidade, presente nas narrativas passadas, no ato de contar histórias das sociedades pré-industriais, torna-se inviabilizada pelo tempo descontínuo, fragmentário e aniquilador da técnica e da indústria contemporâneas.

Contudo, somente a partir da compreensão desta perda o homem ocidental pode ser levado à possibilidade de criação de uma nova estética, bem como de um novo sentido de experiência na relação que os homens travam com os fenômenos históricos.

Walter Benjamin (Alemanha)

Leia sobre Filosofia



Retorna

Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •