Monteiro Lobato (1882- 1948)
José Renato Monteiro Lobato, escritor brasileiro, nascido em Taubaté, estado de São Paulo. Apesar de sua carreira como escritor de romances, ensaísta e crítico, sua grande fama se deu com sua criação literária voltada ao público infantil e juvenil nas estórias do Sítio do Picapau Amarelo. É um dos autores da literatura infantil mundial que mais produziram, apresentando um volume de obras considerado um dos mais vastos.
Monteiro Lobato fez seus primeiros estudos em colégios de sua cidade natal. Em 1893 alterou seu nome para José Bento, tal como o nome de seu pai. Após um temporário fracasso ao tentar ingressar em um colégio preparatório em São Paulo ao final de 1895, retornou a Taubaté, onde passa a colaborar num jornal estudantil. Neste ano é aprovado no curso que pretendia fazer em São Paulo, tendo então fixado residência nesta cidade e obtendo curso no Instituto de Ciências e Letras.
Em 1900 entra para a faculdade de Direito em São Paulo. Ao formar-se, retorna à sua cidade natal, ocupando em seguida o cargo da promotoria de Taubaté. Sua intimidade com o ambiente do campo e suas estórias se deve tanto pelo ambiente de sua cidade de origem quanto por ter herdado uma fazenda, em que entrou em grande contato com as tradições da vida rural. Não abandona, porém, o serviço par a imprensa, tendo escrito para O Estado de São Paulo.
Sua obra Urupês foi publicada através do jornal em 1914. Passa a fazer pesquisas sobre estórias e personagens do folclore do interior, tendo resultado em obras como O Saci-Pererê, aspecto que colaborou fundamentalmente para a criação de suas obras dirigidas ao público infantil. Em 1917, publica uma crítica violentamente desfavorável sobre a exposição da pintora Anita Malfatti, que ficou bastante famosa, tendo expressado certa aversão de Lobato em relação ao panorama moderno da arte que então se fazia presente e se concretizaria de vez no Brasil com a Semana da Arte Moderna em 1922. Em 1921, lança Narizinho Arrebitado, livro distribuído às escolas de primeiro grau no pais.
Justamente em 1929, ano em que ocorreu o crack da Bolsa de Nova Iorque, faz um grande investimento e perde tudo, restando-lhe apenas as suas ações da Companhia Editora Nacional, que logo vende para cobrir seus prejuízos. Foi um grande divulgador da necessidade de exploração de petróleo no Brasil, procurando realizar uma ampla campanha (seu livro O Poço do Visconde recebe a influência de suas idéias sobre a exploração petrolífera no país). Neste período de quebra econômica, sua sobrevivência é garantida pelos livros infantis que escreve.
Em 1940, é convidado por Getúlio Vargas a assumir a pasta do Ministério de Propaganda, porém recusa o cargo, enviando uma carta ao presidente, em que critica a política brasileira em relação aos recursos minerais. Acusado como subversivo, é preso em 1941, permanecendo no cárcere por 6 meses. Em 1944 houve nova recusa do escritor, desta vez indicado para uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Recusou também no ano seguinte o convite de entrada ao Partido Comunista Brasileiro. Em 1946 passa a morar na Argentina. De lá mostra sua opinião contrária à fundação do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Também organiza a edição de sua obra completa. Retorna ao Brasil no ano seguinte e falece em 1948.
A despeito de sua personalidade controversa, Monteiro Lobato alcançou sua maior unidade e coerência em sua obra literária infantil e juvenil. Também tendo realizado adaptações dos clássicos da literatura infantil mundial (como, por exemplo, sua adaptação de Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll), suas próprias personagens são imortais, tendo sido conhecidas por mais de uma geração.
Ao modo dos irmãos Grimm na Alemanha, Lobato recolheu estórias e personagens do folclore brasileiro como o Saci Pererê, unindo-os em estórias próprias aos seus personagens do Sítio do Picapau Amarelo, como a menina Narizinho, Emília (a boneca falante e irrequieta), o garoto Pedrinho e seu boneco Visconde de Sabugosa (o boneco feito de sabugo de milho, nobre e intelectual), Dona Anastácia e Dona Benta. Criou um mundo de fantasia com o Sítio, mesclando aventuras fantásticas de sua própria imaginação ao fundo das tradições folclóricas brasileiras através das personagens recolhidas.
De sua obra infantil contam livros inesquecíveis como Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Memórias de Emília, O Picapau Amarelo, O Poço do Visconde e A Chave do Tamanho. Suas histórias e seus personagens ainda ganharam vida através de uma série televisiva iniciada em meados dos anos 70, O Sítio do Picapau Amarelo, tendo permanecido “no ar” por muitos anos.
De sua obra para o público adulto, entre ficção literária e não-ficção, constam obras como Urupês, O Escândalo do Petróleo, Cidades Mortas e Idéias de Jeca Tatu. (Fonte 1)
Texto da segunda fonte
Escritor e empresário. Nasce em Taubaté, forma-se na Faculdade de Direito de São Paulo, exercendo a profissão como promotor público. Inicia em 1918 sua carreira de escritor publicando o livro de estréia, "Urupês", em que expõe a miséria do lavrador brasileiro. Depois vem a obra consagradora: "Sítio do Picapau Amarelo", inugurando a literatura infantil brasileira. Personalidade influente na vida do país e entusiasmado com o progresso dos EUA, publica a obra "América" e "O escândalo do Petróleo", onde faz duras críticas à crise energética. Em consequência disso é preso por três meses. Fundou a Companhia Editora Nacional e praticamente consolidou a indústria editorial no país.
Fonte www.bn.br
Ver Modernismo no Brasil - 1ª Fase (antecedentes)
O artigo "Paranóia ou Mistificação" e o Caso Anita Malfatti
Monteiro Lobato - Biografia
Biografia do Imortal em outro site
Monteiro Lobato (Escritor brasileiro)(wiki)
Monteiro Lobato
Monteiro Lobato (Brasil)
Obra:
O saci-pererê (1918)
Urupês (1918)
Urupês - Monteiro Lobato (Resumo)
Problema Vital (1918)
Cidades Mortas (resumo) (Monteiro Lobato)
Cidades Mortas Ler Resumo
Cidades Mortas (1919)
Idéias de Jeca Tatu (1919)
Negrinha (1920)
A Onda Verde (1921)
Mundo da Lua (1923)
O Presidente Negro (1926)
How Henry Ford is Regarded in Brazil (1926)
Mr. Slang e o Brazil (1927)
Ferro (1931)
América (1932)
Na Antevéspera (1933)
O Escândalo do Petróleo (1936)
A Barca de Gleyre, 2 Vol. (1944)
Prefácios e Entrevistas (1946)
Zé Brasil (1947)
La Nueva Argentina (1947)
Infantis:
O Saci (1921)
A Aventura de Hans Staden (1927)
Peter Pan (1930)
Reinações de Narizinho (1931)
Viagem Ao Céu (1932)
Caçadas de Pedrinho (1933)
História do Mundo Para Crianças (1933)
Emília no País da Gramática (1934)
Aritmética de Emília (1935)
Geografia de Dona Benta (1935)
História das Invenções (1935)
Memórias de Emília ( 1936)
D. Quixote das Crianças (1936)
Serões de Dona Benta (1937)
O Poço do Visconde (1937)
Histórias de Tia Nastácia (1937)
O Pica-pau Amarelo (1939)
O Minotauro (1939)
Reforma da Natureza (1941)
A Chave do Tamanho (1942)
Fábulas e Histórias Diversas
Os Doze Trabalhos de Hércules, 2 vol. (1944)