Filósofo e matemático francês. Nasceu em Gray. Atuou como professor nas universidades de Lyon e Grenoble, a partir de 1854. Ocupou, também, o cargo de inspetor da Instrução Pública. Faleceu em Paris.

Algumas de suas obras: Investigações sobre os princípios matemáticos da teoria das riquezas; Exposição da teoria das chances e das probabilidades; Ensaio sobre os fundamentos do conhecimento e sobre os caracteres da crítica filosófica; Dos métodos nas ciências racionais; Considerações sobre a marcha das idéias e dos acontecimentos nos tempos modernos; Materialismo, Vitalismo, Racionalismo; Tratado do encadeamento das idéias fundamentais nas ciências e na história.

O pensamento de Cournot é considerado, pela história da filosofia, representante de uma corrente denominada relativista ou probabilista. Segundo este filósofo, o conhecimento não possui acesso à realidade em si mesma; o homem somente é capaz de apreender o real desde uma perspectiva fenomênica.

Assim, os juízos, que visam estabelecer uma relação de conhecimento, comportam em si, apenas, uma maior ou menor aproximação a este limite de todo cognoscível, limite este intrínseco à razão humana. Daí, deriva, para este pensador, o caráter probabilístico de todo conhecimento.

Cournot procede, em suas investigações filosóficas, seguindo o método utilizado nas ciências, em especial na física. Tal método, a seu ver, consiste em alcançar princípios cada vez mais simples e abrangentes, de modo que se possa encontrar um número limitado de leis que possam abarcar, unificando, os mais diversos acontecimentos.

A aplicação deste método pela filosofia tornará possível estabelecer categorias que alcancem um número cada vez maior de relações fenomênicas, aproximando-se, assim, ao máximo, do limite imposto a todo conhecimento. A partir de tais categorias, torna-se maior a chance de encontrar uma lei que possa reuni-las compreensivamente.

Somente este procedimento permitiria alcançar o acesso à essência mesma de toda realidade. Para Cournot, a filosofia deve ser encarada como um estudo mais elevado que a investigação científica, uma vez que a filosofia efetua a síntese entre o estudo do mundo e o estudo da realidade humana.

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