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Michel Foucault (1926-1984)

Filósofo francês, considerados um dos mais representativos pensadores deste século. Nasceu em Poitiers, onde realizou seus primeiros estudos. Em 1946, ingressou na escola Normal Superior. Licenciou-se em psicologia, realizando, em 1950, sua agregação em filosofia. Atuou como professor assistente de psicologia na faculdade de Lille.

Lecionou em várias universidades européias, passando por Upsala, Varsóvia e sendo nomeado diretor do Instituto Francês na Alemanha. Regressando à França, deu aulas nas universidades de Clemont-Ferrand e Tunnes. Em 1968, assumiu a cátedra de filosofia na universidade de Vincennes. Dois anos depois, foi nomeado professor do Collège de France.

Dirigiu o Grupo de Informações sobre Prisões. Faleceu em Paris. Algumas de suas principais obras: Doença mental e psicologia; História da loucura na época clássica; Nascimento da clínica; Raymond Roussel; As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas; A arqueologia do saber; A ordem do discurso; Isto não é um cachimbo; vigiar e punir; história da sexualidade.

O pensamento de Foucault se estrutura em torno da investigação das relações que travam duas instâncias capitais: saber e poder. Seus escritos podem ser esquematicamente estruturados enquanto realizam dois procedimentos, a um só tempo diversos e complementares: uma arqueologia do saber e uma genealogia do poder.

Seu primeiro procedimento é denominado, pelo próprio autor, arqueológico, porque procura as camadas fundamentais, configuradoras do saber ocidental contemporâneo.

Estas camadas não são, contudo, uniformes e contínuas; segundo Foucault, a análise das regularidades discursivas presentes nos saberes formadores de uma determinada época traz à tona descontinuidades, transitoriedades, que apresentam as relações entre os diversos discursos desde suas disposições transitórias e dinâmicas.

Foucault pode ser considerado um epistemólogo ( veja Epistemologia); contudo, sua noção de epistéme não diz respeito a uma racionalidade única, mas sim ao conjunto de relações ocultas entre as várias ciências de uma determinada época, descoberto através de um estudo de suas regularidades discursivas.

A análise foucaultiana das relações discursivas formadoras do saber radicaliza-se em seu método genealógico do poder. Este perfaz, em linhas gerais, uma análise histórica das relações de poder que tornam possíveis a produção de um discurso. A genealogia mostra, intrinsecamente, as relações políticas nas quais todo saber se baseia.

Contudo, a análise de Foucault distingue-se radicalmente de todas as outras investigações acerca dos mecanismos de poder; estas baseiam-se em sua forma última e institucionalizada, o Estado. Ao contrário, Foucault busca o poder a partir de suas relações tópicas, dinâmicas, no estudo das estratégias de um poder sem nome, difundido em todos os âmbitos de relações sociais.

Assim, o poder é tratado como um conjunto polimorfo de dispositivos, que não apenas punem, mas, insidiosamente, regulam e normatizam. Foucault elabora o poder desde sua mais ínfima estrutura, realizando, assim, uma microfísica dos dispositivos de controle social na multiplicidade de suas relações descontínuas.

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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •