Theodor Wiesengrund Adorno (1903-1969)
Filósofo, sociólogo e musicólogo alemão, considerado um dos principais representantes da Escola de Frankfurt. Nasceu em Frankfurt, filho de uma família de ascendência judaica. Nesta cidade, realizou seus primeiros estudos. Graduou-se em filosofia na Universidade de Frankfurt. Estudou composição com Alban Berg em Viena.
Em 1933, a ascensão do nazismo na Alemanha obrigou Adorno a emigrar para a Inglaterra. Neste país, lecionou na Universidade de Oxford. Em 1938, viajou para os Estados Unidos. Encontrando-se com Horkheimer, que também havia emigrado, colaborou com o Instituto de Pesquisa Social, fundado por Horkheimer.
Finda a Guerra, regressou a Frankfurt em 1949. Ocupou o cargo de professor da Universidade desta cidade. Reorganizou o Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, sendo nomeado seu diretor. Em 1963, foi feito presidente da Sociedade Alemã de Sociologia. Algumas de suas principais obras: A situação social da música; Dialética do esclarecimento, em colaboração com Horkheimer; A personalidade autoritária; Filosofia da nova música; para a metacrítica da teoria do conhecimento; Antinomias fenomenológicas; Dialética negativa; Dissonâncias; teoria estética.
O pensamento de Adorno procura conciliar a reflexão filosófica, histórica e sociológica com o pensamento marxista, a teoria psicanalítica e a implantação de uma nova concepção estética. Uma de suas principais contribuições consiste na análise da atual sociedade de massa, especialmente com a formulação do conceito de indústria cultural.
Adorno parte de uma crítica à filosofia de Benjamin (1892-1940), afirmando que este, em seus escritos sobre estética, principalmente sobre cinema, não teria desenvolvido o conceito de técnica em todos os seus desdobramentos. Segundo Adorno, é preciso situar a técnica moderna, conferindo a ela sua plena dimensão histórica.
A indústria cultural, expressão empregada por Adorno para substituir o termo cultura de massa, em voga na época, deve ser pensada a partir da técnica proveniente da sociedade de massa. Neste sentido, pode-se compreendê-la como a veiculação da ideologia dominante através da exploração, em larga escala, advinda do avanço dos meios técnicos, dos bens considerados culturais.
Ela é um produto direto do capitalismo moderno, aprimorando a alienação promovida por este, ao subordinar totalmente o homem à dominação técnica. A mecanização, com a indústria cultural, alcança o homem mesmo fora das fábricas, em suas atividades de lazer. Deste modo, o que antes consistia no descanso do processo de mecanização industrial, através da cultura e da arte, atualmente compreende a maior mecanização; os produtos desta “cultura” não passam de reproduções em série, que adaptam as necessidades do consumidor à sua oferta, criando sempre novas necessidades, uma vez que, como produto do capitalismo, fomenta um único tipo de desejo, o desejo de posse.
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