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Manuel Bandeira (1886 - 1968)

Mário de Andrade alcunhou Manuel Bandeira como o "São João Batista" do modernismo, dado o pioneirismo de sua poesia. Nasceu em 1886, em Recife, Pernambuco. Realizou seus primeiros estudos na cidade natal e, mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro juntamente com a família. Matriculou-se no curso de Engenharia, em São Paulo, mas a tuberculose contraída quando ainda jovem o impediu de prosseguir nos estudos.

Passou então a tratar-se da doença, deslocando-se por várias estações climáticas. Numa dessas viagens, quando foi à Suíça, conheceu Paul Eluard. Assim, entra em contato com a poesia simbolista e pós-simbolista, que viria a influenciar sua obra em seus primeiros trabalhos, nos livros Cinza das Horas e Carnaval. Apesar da doença persistente, o poeta viveu até seus oitenta e dois anos de idade, caracterizando a sua vida numa luta incessante.

A obra de Manuel Bandeira inicia-se com características marcadamente simbolistas, nos seus dois primeiros livros, onde é sobressaltado o caráter lírico intimista, ainda que já aparecem indícios de rebeldia, como no famoso poema "Os Sapos", que satirizou os parnasianos, causando rebuliço em sua declamação na Semana da Arte Moderna: O poema foi declamado por Mário de Andrade (Manuel Bandeira não estava presente, mas acompanhava à distância o movimento dos paulistas), em meio do burbúrio da platéia do Teatro Municipal, que imitava os sapos com coaxos e rouquejos, na postura ingenuamente irônica dos que ainda estavam acostumados à gravidade burocrática dos parnasianos.

Manuel Bandeira introduziu, na poesia, o uso da linguagem coloquial, o que seria uma escola para os modernistas. A sua renovação se fez nos aspectos tanto técnicos e formais quanto temáticos, onde linguagem coloquial e temática do cotidiano se transubstanciam. Sua poesia passou a crescer de obra para obra com os livros Ritmo Dissoluto, Libertinagem e Estrela da Manhã, fazendo parte estes últimos de um dos mais altos vôos do modernismo e da poesia brasileira.

O poeta de "Vou-me embora para Pasárgada", onde traçou-se o desencanto da realidade e a fuga ao imaginário, viveu para as letras, dedicando-se quase exclusivamente a elas. Também atuou na área da educação e ensino, sendo professor do colégio Dom Pedro I, no Rio de Janeiro. Foi também um grande cronista, além de ser responsável por traduções de obras de grandes mestres internacionais da literatura. Também escreveu obras para o ensino superior. Teve constante e íntimo convívio com a nata da literatura mundial de todos os tempos, o que foi uma influência em sua grandiosa obra.

Obra: Cinza das Horas, 1917; Carnaval, 1919; Poesias, 1924; Libertinagem, 1930; Estrela da Manhã, 1936; Mafuá do Malungo, 1948; Opus 10, 1952; Estrela da Tarde, 1958, Estrela da Vida Inteira, 1966. Traduções: Poemas Traduzidos, 1945; Mary Stuart, de Schiller, 1955; MacBeth, de Shakespeare, 1956; La Machine Infernale, de Cocteau, 1956; June and the Peacock, de O'Casey, 1957; The Rain Maker, de N. Richard Nash, 1957. Prosa: Crônicas da Província do Brasil, 1936; Guia de Ouro Preto, 1938; Noções de História da Literatura, 1940; Literatura Hispano-americana, 1949; Gonçalves Dias, 1952; Itinerário de Pasárgada, 1954; Frauta de Papel, 1957; Os Reis Vagabundos e mais 50 Crônicas, 1966; Andorinha, Andorinha, 1966.

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A Semana de Arte Moderna e Modernismo

Manuel Bandeira - Biografia
Biografia de Manuel Bandeira em outro site
Biografia do Imortal em outro site
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Manuel Bandeira (Poeta do Brasil) (wiki)
Manuel Bandeira

Manuel Bandeira (Brasil)



Obra:


POESIA:

A Cinza das Horas - Jornal do Comércio - Rio de Janeiro, 1917
Carnaval - Rio de janeiro,1919
O Ritmo Dissoluto - Rio de Janeiro, 1924
Poesias, 1924
Libertinagem - Rio de Janeiro, 1930
Libertinagem - Resumo
Estrela da Manhã - Rio de Janeiro, 1936
A Estrela da Manhã (resumo) (Manuel Bandeira)
Poesias Escolhidas - Rio de Janeiro, 1937
Poesias Completas - Rio de Janeiro, 1940
Poemas Traduzidos - Rio de Janeiro, 1945
Mafuá do Malungo - Rio de Janeiro, 1948
Poesias Completas (com Belo Belo) - Rio de Janeiro, 1948
Opus 10, 1952
50 Poemas Escolhidos pelo Autor - Rio de Janeiro, 1955
Obras Poéticas - Rio de Janeiro, 1956
Alumbramentos - Rio de Janeiro, 1960
Estrela da Tarde - Rio de Janeiro, 1963
Estrela da Vida Inteira, 1966


PROSA:

Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936
Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938
Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940
Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940
Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946
Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949
Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952
Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954
De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954
A Frauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957
Itinerário de Pasárgada , Rio de Janeiro, 1957
Poesia e Prosa - Rio de Janeiro, 1958
Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966
Itinerário de Pasárgada ,Rio de Janeiro, 1966
Colóquio Unilateralmente Sentimental ,Rio de Janeiro, 1968
Seleta de Prosa
Berimbau e Outros Poemas


ANTOLOGIAS:

Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica
Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana
Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Volume 1
Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Volume 2
Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos
Antologia dos Poetas Brasileiros - Poesia Simbolista
Antologia Poética , Rio de Janeiro, 1961
Poesia do Brasil , Rio de Janeiro, 1963
Os Reis Vagabundos e mais 50 crônicas
Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa
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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •