Oswald de Andrade (1890 - 1954)
A personalidade do escritor modernista brasileiro Oswald de Andrade poderia ser descrita como a síntese do espírito da Semana da Arte Moderna. Nascido em São Paulo em 1890, Oswald de Andrade possuía um espírito de rebeldia e audácia, elementos que caracterizaram o "espírito de 22". A personalidade do escritor conciliava uma capacidade de pesquisa e experimentalismo estético, simultaneamente a um dom humorístico anedótico pungente.
Oswald de Andrade cursou o grau secundário no Ginásio de São Bento. Nascido em família de abastados recursos, fez uma viagem à Europa em sua juventude, entrando logo em contato com as vanguardas artísticas européias. De volta ao Brasil, passou a trabalhar na imprensa, escrevendo artigos de crítica literária. O primeiro contato de Oswald de Andrade com o grupo modernista deu-se através de seu artigo em defesa de Anita Malfatti, que havia sido violentamente criticada por Monteiro Lobato.
O grande carisma de Oswald de Andrade o torna um dos agitadores e um dos líderes do movimento modernista, ao lado de Mário de Andrade, sobre quem escreveu um artigo intitulado "O meu poeta modernista". Dada a ligação dos futuristas com a corrente política fascista, o artigo desencadeou desentendimentos, ao que logo Mário de Andrade tratou de corrigir, publicando outro artigo em resposta e encerrando a questão com a frase: "Oswald de Andrade, ao chamar-me futurista, errou".
Mas a grande amizade entre os dois escritores não foi abalada, pelo menos até por volta de 1929, quando uma divergência, até hoje não muito bem esclarecida, os separou de vez. No período do "crack" da bolsa, a família de Oswald passou por crises econômicas. O escritor, de acordo com a tendência do pensamento político da época, crítico ao capitalismo, pende para a esquerda, aderindo ao Partido Comunista.
A produção literária de Oswald de Andrade passa a demonstrar um esforço de engajamento político. Nesta época, o escritor lança o jornal "O Homem do Povo", além de compor um de seus mais importantes romances, Serafim Ponte Grande, produzindo também sua peça, O Rei da Vela. Outro romance engajado na composição do painel da sociedade burguesa foi Marco Zero. Oswald de Andrade concorreu, em 1945, à cadeira de Literatura Brasileira, na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, obtendo título de livre docente.
Nesta época, afastou-se da militância política. Concorreu também, algum tempo depois, sem êxito, à cadeira de Filosofia, e duas vezes à Academia Brasileira de Letras. Oswald de Andrade faleceu em 1954.
Obra: Théâtre Brasilien - Mon Coeur Balance, Leur Ame (Colaboração com Guilherme de Almeida), 1916; A Trilogia do Exílio, I, Os Condenados, 1922; Memórias Sentimentais de João Miramar, 1924; Manifesto da Poesia Pau-Brasil, 1924; Pau-Brasil, 1925; Os Romances do Exílio, II, A Estrela do Absinto, 1927; Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade, 1927; Manifesto Antropofágico, 1928; Serafim Ponte Grande, 1933; Os Romances do Exílio, III, A Escada Vermelha, 1934; O Homem e o Cavalo (teatro), 1934; A Morta e O Rei da Vela (teatro), 1937; Marco Zero, I, A Revolução Melancólica, 1943; Marco Zero, II, Chão; 1945; Poesias Reunidas, 1945; A Arcádia e a Inconfidência (tese), 1945; Ponta de Lança, 1945; A Crise da Filosofia Messiânica (tese), 1945; Um Homem sem profissão, I, Sob as Ordens de Mamãe, 1945; "O Modernismo" , in Anhembi número 49, 1954.
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Oswald de Andrade (Brasil)
Obra:
Romances
Os Condenados (1922)
Memórias Sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade (Resumo)
Memorias Sentimentais de João Miramar - (1924) - Resumo da obra
Estrela de Absinto (1927)
Serafim Ponte Grande (1933)
A Escada Vermelha (1934)
Os Condenados (l941) – reunindo os livros de 1922, 1927 e 1934, constituindo a Trilogia do Exílio
Marco Zero I – Revolução Melancólica (1943)
Marco Zero II – Chão (1946)
Poesia
Pau-Brasil (resumo) (Oswald de Andrade)
Pau-Brasil Ler Resumo
Pau-Brasil (1925)
Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade (1927)
O Escaravelho de Ouro (1945)
Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão (1945)
Poesias Reunidas (1945)
Teatro
O Homem e o Cavalo (1943)
A Morta (1937)
O Rei da Vela (1937)
Manifestos
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)
Manifesto Antropofágico (1928)
Ensaios
Ponta de Lança (1945)
A Arcádia e a Inconfidência (1945)
A Crise da Filosofia Messiânica (1950)
Memórias
A Marcha das Utopias (1954)
Um Homem sem Profissão (1954)