Herbert Spencer (1820-1903)
Filósofo e cientista inglês. Nasceu em Derby, filho de uma família metodista. Seu pai era matemático. Recebeu toda a sua educação em casa, através do pai e de preceptores. Estudou, a princípio, engenharia civil. Entre 1837 e 1846, começou a trabalhar na London and Birmingham Railway, e posteriormente na Birmingham and Gloucester Railway, na construção de ferrovias.
Dedicou-se, também, ao estudo da geologia e da biologia. Devido a uma crise no setor ferroviário, deixou o emprego. Entre 1848 e 1853, trabalhou para o periódico The Economist, como assistente de diretor. Assim, teve início a vasta série de trabalhos e publicações de Spencer, abrangendo vários ramos do conhecimento humano.
Faleceu em Brighton. Algumas de suas principais obras: Um sistema de filosofia sintética; Primeiros princípios; Princípios de biologia; Princípios de psicologia; Princípios de sociologia; Princípios de ética ; Ensaios científicos, políticos e especulativos; Os fatores da evolução orgânica; O Homem versus o Estado.
Spencer pensa o princípio compreensivo de toda realidade a partir da noção de evolução. Os dados desta evolução manifestam-se em todos os níveis do universo. Desde o cosmos, a matéria inorgânica, passando pelos organismos vivos, até o homem e as instituições sociais, todos os entes efetuam um percurso que parte do mais homogêneo e indiferenciado, até o heterogêneo e diferenciado.
O princípio de evolução não é uma característica pertencente unicamente à matéria e aos corpos; ao contrário, deve pertencer igualmente ao espírito, pois este constitui a interiorização da matéria. A evolução do espírito consiste, precisamente, em adaptar-se ao meio externo. Partidário da biologia de Lamarck, o evolucionismo de Spencer antecipou em dois anos a teoria de Darwin acerca da seleção natural.
A ciência e a filosofia devem apreender os fenômenos constituidores da realidade, com vistas à compreensão e estabelecimento de sua lei geral. Contudo, esta lei, que consiste na Evolução absoluta, é denominada por Spencer de Incognoscível, ou Força. Podendo ser intuída como causa do relativo e dos fenômenos, ela não pode, contudo, constituir ela mesma objeto de investigação.
Assim, ciência e religião comungam, enquanto buscam, ambas, este Absoluto que nenhuma delas pode conhecer, mas, simplesmente, intuir. Por outro lado, filosofia e ciência assim se distinguem: enquanto esta constitui um conhecimento parcial da evolução, aquela pretende afirmar-se, neste sentido, um conhecimento total e sintético acerca da mesma.
A teoria evolucionista apresenta, simultaneamente, uma compreensão da biológica, psicológica, sociológica e ética da realidade. Com relação a esta última, Spencer postula uma ética utilitarista, procurando mostrar que as ações que possuem como fim o prazer servem para aumentar a conservação da vida.
A evolução da espécie, desta forma, deverá fazer com que prazer e dever coincidam naturalmente. Assim, a ética spenceriana radica no indivíduo, uma vez que, nele, processar-se-á a mais perfeita adaptação entre o meio externo e seus conteúdos internos. O indivíduo, alcançado este estágio de evolução, tende, por si próprio, a servir ao seu próprio aprimoramento e, simultaneamente, à evolução da coletividade.
Herbert Spencer (Reino Unido)
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