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Hannah Arendt (1906-1975)

Filósofa alemã. Nasceu em Hanover, filha de uma família de ricos intelectuais judeus. Estudou na Universidade de Heidelberg, tornando-se discípula de Heidegger, Husserl (1859-1938) e Karl Jaspers, seu orientador. Doutorou-se em 1928.

Manteve intensa relação amorosa com Heidegger, a qual perdurou até o final da década de vinte. Em 1926, passou a conscientizar-se da necessidade de considerar a questão judaica, passando a atuar politicamente. Na década de trinta, com a ascensão do nazismo, ajudou na fuga de vários judeus e intelectuais de esquerda.

Presa em 1933, fugiu para Paris, travando contato com vários intelectuais que nesta cidade residiam: Bertold Brecht, Walter Benjamin (1892-1940), Arnold Zweig, Raymond Aron, Sartre (1905-1980) e Alexandre Koyré, entre outros. Na França, continuou ajudando a fuga e imigração de minorias perseguidas, especialmente judeus.

Com a invasão nazista a este país, foi novamente presa, e levada para o campo de concentração de Gurs, França. Conseguindo escapar, emigrou para os Estados Unidos, lá chegando em 1941. Iniciou sua carreira de professora universitária em Nova York, obtendo, em 1951, a cidadania americana. Faleceu em sua casa, durante um jantar com amigos, vítima de um ataque cardíaco.

Algumas de suas principais obras: As origens do totalitarismo; A condição humana; Entre passado e futuro; Sobre a revolução; Homens em tempos sombrios; Sobre a violência; A vida do espírito.

O pensamento de Hannah Arendt procura compreender a formação de fenômenos típicos das sociedades contemporâneas a partir de um resgate dos percalços do pensamento ocidental. Seu principal interesse concentra-se na vida ativa: menosprezada pelos gregos em oposição à vida contemplativa, distanciamento que promove a reflexão, característica da filosofia, a vida ativa constitui as ações e ditos políticos, formadores da história de um indivíduo ou cultura.

Para Hannah Arendt, um dos motivos de crise da civilização ocidental é a perda doe um conceito coeso de verdade. Enquanto no pensamento grego, herdado pela cultura romana e pelo cristianismo, a verdade se encontrava na experiência direta dos homens com relação à realidade, isto é, na própria percepção do mundo, com o advento da modernidade os sentidos passam a ser encarados como, fundamentalmente, enganosos.

Esta crise na caracterização tradicional da verdade não foi ainda superada, uma vez que as elaborações modernas de verdade não tiveram força de coesão suficiente para substituir o valor antigo. Desta maneira, o sentimento do homem atual se expressa, fundamentalmente, no desamparo. No âmbito político, Hannah Arendt interpreta os problemas graves de nossa sociedade, como, por exemplo, o totalitarismo, a partir da falência dos critérios tradicionais de verdade.

Nesta direção, esta pensadora interpreta o próprio problema do mal a partir da ausência de pensamento, sendo este pretensamente substituído, no plano político, pelas ideologias.

O pensamento de Hannah Arendt constitui um importante auxílio na compreensão dos problemas de nosso século, estes conduzidos a uma reflexão filosófica de seus fundamentos.

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Dados da autora alemão Hannah Arendt (obs.: o texto pode estar em alemão)

Hannah Arendt (Alemanha)

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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •